<p>Partindo da retrospecção das formas de constituição dos saberes sobre as línguas e do trabalho teórico que articula a Análise do Discurso, discute-se a <em>Enciclopédia Audiovisual Virtual de Termos, Conceitos e Pesquisas em Análise do Discurso e em áreas Afins</em>, criada pelo LAS/UFF, e o processo de sua tradução por meio da parceria com o Labestrad/ UFF, objetivando a divulgação científica de vídeo- -verbetes com legendagem em inglês, francês e espanhol.</p>
RESUMO:Este trabalho investiga parte da relação entre tradução e mercado de trabalho a partir da análise de quais efeitos de sentidos são postos em circulação quando a tradução é tomada como mercadoria e ocupação profissional no espaço dos sites de empresas de tradução. Com base na Análise do Discurso francesa de Michel Pêcheux, esta pesquisa tenta compreender as políticas das empresas de tradução, particularmente como tais empresas entendem e apresentam a tradução enquanto prática e produto em seus websites. Dado o desenvolvimento do campo dos Estudos de Tradução e o crescente interesse de alunos de graduação e de cursos livres em se tornarem tradutores, são relevantes estudos sobre a tradução percebida como trabalho e as possíveis mudanças no modo como a tradução é falada, entendida e realizada no espaço mercadológico. PALAVRAS-CHAVE:Tradução. Discurso. Mercado.ABSTRACT: This paper aims to investigate part of the relationship between translation and the labor market by examining what meaning effects are put into circulation when translation is taken both as a professional occupation and as a commodity on translation companies' websites. Based on Michel Pêcheux's French Discourse Analysis, this research tries to comprehend translation companies' policies, especially how such companies understand and present translation both as practice and product in their websites. Given the development in the field of Translation Studies and the rising interest on the part of undergraduate and training courses students in becoming translators, it is relevant to study translation perceived as labor and the possible changes in the way translation is spoken, understood and carried out in the marketplace. KEYWORDS:Translation. Discourse. Market. A automação de algumas tarefas não significa que a tradução se torne menos complicada como fenômeno.(Michael Cronin) Trabalho e traduçãoOs Estudos da Tradução têm se diversificado cada vez mais, com o desenvolvimento de pesquisas que não apenas partem de campos de saber variados, mas que também abrangem as várias modalidades de tradução, tais como a audiodescrição, a legendagem, a localização de softwares e a interpretação, para citar algumas. No entanto, um tema que ainda merece ser mais explorado é o da relação entre a tradução e o mercado de trabalho, principalmente no que se
A tradução como movimento discursivoNeste artigo, analisaremos Pollyanna e Pollyanna Moça, traduções das obras de Eleanor H. Porter realizadas por Monteiro Lobato em 1934. A pesquisa é delineada por conceitos dos Estudos da Tradução e pelo referencial teórico---metodológico da Análise do Discurso francesa - AD. Os Estudos da Tradu---ção surgem a partir de uma visão da tradução como um complexo processo sócio---histórico e político---ideológico. Venuti (2002), por exemplo, defende ter a tradução o enorme poder de formar identidades culturais, podendo funcionar como elemento de resistência ou de manutenção do status quo de acordo com as estratégias de tradução escolhidas pelo tradutor. A resistên---cia é proposta pelo estudioso em referência à estratégia da estrangeirização, por meio da qual o tradutor opta por manter o diálogo intercultural entre as culturas de partida e de chegada, evidenciando a procedência estrangei---ra do texto. A domesticação, por sua vez, consiste na redução do texto es---trangeiro em favor dos valores culturais da língua de chegada. Em nossas análises, usamos os conceitos de domesticação e estrangeirização, mas para resistência e assimilação adotamos a reelaboração desenvolvida por Mello (2010) a partir da AD francesa de Michel Pêcheux ([1975] 1988
O objetivo deste trabalho é refletir, a partir de um prisma historiográfico e cultural, sobre o processo de publicação de O Livro de Falas ou Kalunbungu, de Edimilson de Almeida Pereira, no Brasil, em 1987, em edição do autor, e nos Estados Unidos, na revista Callaloo, em 1996. A voz do poeta começou seu caminho em 1985, com Dormundo, seguido pela publicação de O Livro de Falas, e continuou seu percurso com a publicação de poesias, ensaios e literatura infantojuvenil, entre outros, tendo o universo afro-brasileiro como tema de reflexão. Os textos do referido pesquisador, ensaísta e poeta conseguiram extrapolar as fronteiras nacionais, tendo sido traduzidos e publicados em países como a Inglaterra, Itália, Espanha Alemanha e Estados Unidos. A presente pesquisa ilumina parte dessa trajetória, tomando como base conceitos dos Estudos da Tradução e procurando pensar a tradução de elementos da cultura brasileira para o contexto norte-americano e o processo mais amplo da publicação de poesia afro-brasileira em solo nacional e estrangeiro.
A crítica de tradução literária aparece, em geral, na imprensa, mais precisamente em suplementos literários de jornais e revistas. Tradicionalmente, consistem em apreciações não muito rigorosas, que vêem a tradução como um produto. Normalmente, são abordados a obra do autor original, seu estilo, sua importância, etc., sendo dada pouca atenção ao tradutor, com exceção daqueles cujo nome já foi estabelecido como autor e/ou como tradutor. Além disso, é ainda comum que a crítica seja construída em torno dos erros cometidos pelo tradutor. Em entrevista publicada em Cadernos de Tradução (1997), o tradutor e escritor Paulo Henriques Britto assim respondeu à questão sobre a crítica de tradução: De modo geral, os críticos ignoram solenemente o tradutor ao discutir a obra traduzida. Na melhor das hipóteses, tudo que aparece é um adjetivo: "na competente tradução de Fulano..." e toca a discutir o livro, que é o que importa. Na pior, a referência à tradução é feita num parágrafo final, onde são apontadas duas ou três "pérolas", seguidas do comentário: "Porém os absurdos da tradução não chegam a comprometer a leitura da obra, a qual...". Mas o mais comum mesmo é o tradutor não ser nem mesmo mencionado. Só em tradução de poesia é comum darse atenção ao pequeno detalhe de que o livro original não foi escrito em português, que outra pessoa que não o autor foi responsável por colocar em ordem as palavras que o leitor tem diante de seus olhos (p.476-477). Ivone Benedetti, no artigo "A crítica de traduções" (2005), discute que haveria dois tipos de crítica. A primeira seria delineada pelo que o dicionário Houaiss define como "atividade de examinar e avaliar minuciosamente tanto uma produção artística ou científica quanto um costume, um comportamento; análise, apreciação, exame, julgamento, juízo" (grifos nossos). Esta seria a crítica esperada para qualquer trabalho de tradução, ou seja, uma crítica que avaliasse minuciosamente o trabalho de tradução realizado. Nesse sentido, não estaria em jogo apenas a tradução vista como um produto acabado, mas entraria em discussão o processo tradutório, isto é, como o tradutor procedeu para chegar ao produto final.
Considerando a tradução como uma prática ideológico-discursiva, este artigo propõe uma reflexão sobre o modo como o sujeito-tradutor responde a seu assujeitamento ideológico, aqui tomado como um ritual que admite o equívoco. A partir da Análise do Discurso francesa de Michel Pêcheux, propomos uma reelaboração de dois conceitos dos Estudos da Tradução: assimilação, neste artigo tomado como a repetição de discursos já sedimentados (identificação); e resistência, tomado como os processos de instauração e fortalecimento de discursos dissidentes (contraidentificação e desidentificação).
Ernest Hemingway é um dos grandes nomes da literatura ocidental. São inúmeras as reedições de suas obras, tanto em inglês quanto traduzidas para outros idiomas, e o interesse pela vida e obra do escritor ainda se faz presente. No Brasil, sua obra chegou em língua portuguesa na década de 1940, por meio da tradução de For whom the bell tolls, realizada por Monteiro Lobato, escritor de grande importância no cenário cultural brasileiro das décadas de 1920 a 1940. Lobato foi um proeminente intelectual, escritor, tradutor, editor e empreendedor. Como editor e tradutor, ampliou a discussão a respeito da posição ocupada pela literatura estrangeira dentro do cenário literário nacional, além de dar maior destaque à atividade tradutória. Possuía um pensamento próprio a respeito da tradução, o qual foi exposto em cartas, prefácios, artigos e outros tipos de texto. Um de seus principais objetivos era o engrandecimento da cultura nacional pelo contato com as produções estrangeiras. Esse contato, porém, deveria se dar por meio da valorização da língua nacional. Em 2004, a editora Bertrand lançou uma nova tradução do romance For whom the bell tolls, dessa vez realizada por Luís Peazê. O espaço de mais de sessenta anos que separa uma tradução da outra compreende um período de mudanças significativas tanto na crítica literária quanto nos estudos da tradução. O objetivo deste artigo é analisar as duas traduções existentes desse romance, buscando investigar de que forma uma tradução se distingue da outra.
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