Resumo Considerando os fluxos, idas e vindas a determinadas condições de vida, busca-se pensar a produção de desigualdade social e econômica no intuito de trazer à análise os pormenores das relações de força dinâmicas que possibilitam o rompimento de vínculos, os quais estavam aparentemente estabilizados. Algumas situações são experimentadas como rupturas completamente estanques, desvinculadas de um contexto móvel que permite reconfigurações. Por fim, embora alguns sujeitos em vias de desfiliação possam ter em suas histórias certo modo de existir singular, em cada acontecimento é possível verificar que alguns sujeitos são conduzidos para fora do circuito de determinadas relações sociais de exclusão.
Este artigo aborda uma análise das tramas sociais presentes na contemporaneidade, na qual se observa um número crescente de encomendas concernentes e relacionadas ao exercício da democracia representativa e participativa. Todavia, um primeiro paradoxo é o constituído pela relação entre sujeito de direitos entrecruzado com o sujeito empresarial, em uma sociedade punitiva neoliberal, em que, para circular, é preciso aceitar e compor o jogo de liberdade e segurança, simultaneamente. Vizinho a esse paradoxo, encontramos um segundo, o racismo de Estado e de sociedade aliado às perdas de direitos com a ampliação das desigualdades sociais e econômicas que podem culminar em processos de desfiliação social. Um terceiro paradoxo é a relação entre uma categoria demográfica, como a população, com a de povo, na soberania jurídica da democracia atual, gerando efeitos específicos no governo da vida, em que o risco aparece vinculado à população e o direito ao povo. Novas segregações e a produção de inimigos sociais são forjadas na atualidade, nas cidades, como resultantes da vinculação arbitrária entre medo e anormalidade, racismos e penalidades, discriminações variadas e as maneiras de deixar morrer e matar em nome da vida.
O artigo é um ensaio que pretende analisar acontecimentos da sociedade contemporânea a partir de Michel Foucault em conversação com práticas de saber, de poder, de subjetivação. Busca-se problematizar as práticas disciplinares, de soberania, de gestão de risco, biopolíticas e de controle na articulação com os processos de globalização e os efeitos nos corpos em termos de docilização política, normalização social e construção do modo indivíduo como produção da subjetividade contemporânea. Portanto, mobiliza-se um conjunto de conceitos, em uma composição de linhas de forças, tecendo um diagrama formado por multiplicidades e heterogeneidades de um dispositivo genealógico para desnaturalizar as formas-forças experimentadas como ontologia histórica de nós mesmos.
O artigo busca pensar alguns aspectos da cidade e da circulação na mesma, sobretudo em contextos urbanos, interrogando os estigmas e resistências que modulam e são modulados pelas práticas complexas que fabricam os modos de ser, de viver, de sentir, de agir e se relacionar na cidade como espaço público. A cidade como lugar em que tempo e espaço convergem e se entrecruzam é um importante lugar de disputas e lutas por direitos, simultaneamente de conflitos de interesses, em constante transformação e tentativas do Estado em organizar e gerir subjetividades e vidas. A apropriação das cidades como negócios por corporações e grupos que visam extrair privilégios tem sido regular, sobretudo, no capitalismo neoliberal das últimas décadas. Concluindo, busca-se apresentar resistências em que a transformação democrática do espaço urbano é um ideal permanente diante da produção de estigmas e segregações.
Este artigo visa problematizar práticas de promoção de saúde no Brasil, a partir da história da saúde pública no país, em uma analítica da medicalização e da gestão higienista do hospital, da cidade, dos pobres e do Estado. Busca-se pensar como emerge junto com a saúde na atenção básica um modo de gerir a política pública de saúde como tática medicalizante dos corpos, do espaço, do hospital, da comunidade e das relações sociais. Interroga-se no seguinte ensaio temático um conjunto de práticas que operam um mecanismo biopolítico e de governo da vida e das existências por meio de intensa medicalização na atuação preventivista da saúde. Portanto, questiona-se o estilo de vida saudável na sociedade contemporânea a partir de uma estratégia medicalizadora do direito à saúde com Michel Foucault e Georges Canguilhem.Palavras-chave: Saúde. Medicalização. Práticas. Biopolítica. Prevenção. Health Promotion And Medicalization: Disturbing Notes In Talk Of Foucault With CanguilhemABSTRACTThis article aims to problematize health promotion practices in Brazil, based on the history of public health in the country, in an analysis of medicalization and hygienist management of the hospital, the city, the poor and the State. It seeks to think about how a way to manage public health policy emerges together with health in primary care as a medicalizing tactic of bodies, space, hospital, community and social relations. in the following thematic essay a set of practices that operate a biopolitical and government mechanism of life and existences through intense medicalization in preventative health action. Therefore, the healthy lifestyle in contemporary society is questioned based on a medicalizing strategy of the right to health.Keywords: Health. Medicalization. Practices. Biopolitics. Prevention.
O objetivo deste trabalho foi investigar e analisar a produção científica disponibilizada no Portal de Periódicos CAPES sobre a temática da formação de professores em Ciências Biológicas na perspectiva da educação inclusiva, durante o período de 2008 a 2016, visando apenas artigos científicos. Realizou-se uma busca avançada no Portal de Periódicos CAPES, utilizando os descritores “biologia” e “educação inclusiva” conjuntamente. Quantitativamente, somou-se um total de 29 documentos, onde, 23 entraram para análise qualitativa desta pesquisa. A partir da leitura dos 23 artigos, identificou-se que apenas 4 artigos versavam sobre a temática da pesquisa e quando analisados, segundo a genealogia em Michel Foucault, demonstram que o enfoque atribuído à formação de professores na perspectiva da educação inclusiva está, frequentemente, relacionado à inclusão do público-alvo da educação especial no ensino regular, o que pode estar interligado ao exercício de poder dos discursos e interpretações atribuídos à educação inclusiva, que somada às produções sobre o mesmo tema, oriundas de fóruns e eventos sobre educação especial e publicadas em periódicos nacionais, fortalecem a concepção de que a educação inclusiva está associada ao público da educação especial. Nesse sentido, o presente trabalho problematiza que, mesmo diante dos avanços no campo da inclusão no cenário atual, há necessidade de oportunizar maior visibilidade a novas discussões sobre o objetivo de educação inclusiva, as quais possam abranger não somente aspectos da educação especial, como também a promoção da equidade educacional, contribuindo, assim, para a formação inicial de professores em ciências e ciências biológicas na perspectiva da educação inclusiva.
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