Este artigo aborda uma análise das tramas sociais presentes na contemporaneidade, na qual se observa um número crescente de encomendas concernentes e relacionadas ao exercício da democracia representativa e participativa. Todavia, um primeiro paradoxo é o constituído pela relação entre sujeito de direitos entrecruzado com o sujeito empresarial, em uma sociedade punitiva neoliberal, em que, para circular, é preciso aceitar e compor o jogo de liberdade e segurança, simultaneamente. Vizinho a esse paradoxo, encontramos um segundo, o racismo de Estado e de sociedade aliado às perdas de direitos com a ampliação das desigualdades sociais e econômicas que podem culminar em processos de desfiliação social. Um terceiro paradoxo é a relação entre uma categoria demográfica, como a população, com a de povo, na soberania jurídica da democracia atual, gerando efeitos específicos no governo da vida, em que o risco aparece vinculado à população e o direito ao povo. Novas segregações e a produção de inimigos sociais são forjadas na atualidade, nas cidades, como resultantes da vinculação arbitrária entre medo e anormalidade, racismos e penalidades, discriminações variadas e as maneiras de deixar morrer e matar em nome da vida.
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