RESUMO.Este artigo apresenta uma revisão de literatura sobre práticas educativas e estilos parentais no contexto familiar, com o objetivo de analisá-los como fatores potenciais de proteção ou de risco para o abuso físico, sob o enfoque ecológico do desenvolvimento humano. São discutidos vários indicadores nas esferas familiar, pessoal e social, tais como: características individuais, experiência dos pais em suas famílias de origem, rede de apoio social e eventos estressantes no ciclo vital. A compreensão destes aspectos permite subsidiar a elaboração de programas de intervenção e prevenção de casos de abuso físico na família, além de promover novas pesquisas. Palavras-chave:Práticas educativas, estilos parentais, abuso físico. SOCIALIZATION PRACTICES, PARENTING STYLES AND PHYSICAL ABUSE IN FAMILIAR CONTEXTABSTRACT. This paper presents a literature review about socialization practices and parental styles in familiar context, aiming to analyze them as risk and protective potential factors for physical abuse, based on ecological perspective of human development. Several factors are analyzed at familiar, personal and social perspectives, such as individual characteristics, parents' experience in their families of origin, social support network, and stressful life events. The comprehension of these factors may subsidize both intervention programs and prevention of cases of physical abuse in families, and also to encourage new research. As relações intrafamiliares vêm sofrendo mudanças nas últimas décadas. Alguns anos atrás, comportamentos até então compreendidos como culturalmente aceitáveis e esperados, como a utilização de força física na educação das crianças por parte dos pais ou cuidadores, atualmente são criticados e coibidos pelos direitos constitucionais (ver, por exemplo, Estatuto da Criança e do Adolescente, 1990). No entanto, o processo de mudança que permite a conscientização sobre os danos causados pela punição física é lento. Ainda persiste, por exemplo, a punição no contexto familiar, justificada, muitas vezes, como uma prática educativa. Este artigo apresenta uma revisão da literatura sobre as práticas educativas, os estilos parentais e o abuso físico no contexto familiar, com o objetivo de analisar tais práticas e estilos parentais como fatores potenciais de proteção ou de risco para o abuso físico, através da Teoria dos Sistemas Ecológicos (Bronfenbrenner, 1979(Bronfenbrenner, /1996.
Este artigo analisa indicadores de risco e de proteção identificados em famílias com denúncia de abuso físico parental. Participaram deste estudo vinte famílias de nível socioeconômico baixo. O método de pesquisa constitui-se de entrevista semi-estruturada e inserção ecológica. Foram identificados indicadores de risco relacionados aos: 1) papéis familiares; 2) patologias; 3) práticas educativas e 4) comportamentos agressivos. Os indicadores de proteção apontam para: 1) rede de apoio social e afetiva; 2) valorização das conquistas e 3) desejo de melhoria futura. Conclui-se que os indicadores de risco são severos e diversificados, muitas vezes atuando de forma intensa no contexto familiar. Assim, podem permitir o uso de força física nas relações pais-filhos, ao mesmo tempo em que indicadores de proteção não estão suficientemente articulados para inibir tal ação. A compreensão dessa dinâmica possibilita a realização de ações educacionais e de saúde que visem a inibir e prevenir a violência intrafamiliar.
ResumoEste estudo apresenta a visão de adolescentes sobre família. Doze adolescentes entre doze a dezessete anos, do sexo feminino, abrigadas em uma instituição pública após sofrerem maus tratos intrafamiliares, apresentaram sua visão sobre o conceito de família e suas expectativas em relação à constituição de suas próprias famílias no futuro, em dois grupos focais. O conteúdo dos grupos focais "A" e "B" foram analisados separadamente, como contextos únicos. O grupo "A" apresentou uma visão de família, baseada em uma configuração por laços afetivos, onde a definição dos papéis e responsabilidades parentais são superpostos e indefinidos, e as inter-relações marcadas pela violência. O grupo "B" revela sua visão sobre a família com base no modelo tradicional, onde a configuração está centrada no grau de parentesco, com papéis parentais delimitados e as inter-relações marcadas pela reciprocidade. A idealização da família foi um aspecto predominante nos grupos. As expectativas sobre a formação de sua própria família no futuro estiveram presentes em ambos os grupos, mas com configuração e papéis diferentes dos atuais. Esta atitude pode ser vista como proteção frente às situações de risco às quais estão expostas em função da expectativa de mudança qualitativa nas relações familiares futuras. Palavras-chave:Adolescentes, Proteção, risco, Família, Violência doméstica. C.De Antoni e S.H.KollerA definição do termo família encontrada na literatura tem por base os conceitos advindos da Antropologia, da Sociologia ou da Psicologia. Segundo Berenstein (1988), nas definições antropológicas, o foco de interesse do estudo sobre famílias consiste na estrutura das relações, isto é, o grau e a natureza do parentesco. A estrutura elementar de parentesco inclui três tipos de vínculos: o consangüíneo (entre irmãos), de aliança (marido e esposa) e de filiação (pais e filhos). As definições sociológicas centralizam-se em tipologia familiar, que inclui: família nuclear ou de orientação (composta por pai, mãe, os irmãos e as irmãs), família de procriação (formada pela pessoa, Abstract Family view among adolescents who suffered intrafamilial violence This study presents adolescents' point of view about family. Twelve female adolescents, 12 to 17 year old, institutionalized after being abused by their families, showed their family concepts, and their expectations about having a family in the future, in two focus groups. The focus groups "A" and "B" were analyzed, separately, as unique contexts. Focus group "A" revealed their point of view about family, based on emotional ties, where the parents' responsibilities and roles were overlapped, and the relationships were marked by violence. Focus group "B" revealed their point of view about family, based on a traditional related family, with pre determined parents' roles, and the relationships were marked by reciprocity. Both groups were marked by idealization of family. The expectations about having their own family in the future were presented in each group, but with different configuration and ...
Estudantes da área da saúde são susceptíveis ao estresse e, consequentemente, ao adoecimento, devido à sobrecarga de atividades acadêmicas que desempenham, somadas à prática do cuidado e à elevada demanda emocional. O objetivo desse estudo foi realizar uma revisão sistemática da literatura, afim de conhecer os fatores mais citados, desencadeantes de estresse, Síndrome de Burnout (SB) e Transtornos Mentais Comuns (TMC), em graduandos de diversos cursos da área da Saúde. Após aplicar os critérios de inclusão foram analisados 18 artigos. A partir da análise dos resultados, constatou-se a presença de fatores de risco para o adoecimento de estudantes (pensar em abandonar o curso, desempenho ruim, falta de apoio emocional, não ter filhos), e escassez de fatores de proteção (possuir atividades de lazer, semestre avançado), que amenizam o impacto dos agentes estressores. Conclui-se que é importante que os estudantes utilizem estratégias de enfrentamento precocemente no curso para prevenir situações de adoecimento.
Abuso sexual extrafamiliar é uma forma de violência em que crianças e adolescentes são vitimizados por adultos sem laços parentais. A análise ecológica permite observar esse fenômeno de forma multicausal e compreender interações de risco e proteção em contextos variados. Participaram deste estudo qualitativo três mães de meninas que foram vítimas desse tipo de abuso. O instrumento utilizado foi uma entrevista semidirigida. Os resultados revelaram aspectos semelhantes aos encontrados no abuso intrafamiliar: síndrome do segredo, gratificação secundária e singularidades de interação e organização das famílias. Há elementos semelhantes nas infâncias de mães e filhas: perda dos pais, contínua privação material e sofrimento por abandono e maus tratos. Quanto à percepção da situação abusiva, as mães culpam as filhas, apontando suas características de "fraqueza" ou "impulsividade" e não responsabilizam o agressor, o que fomenta a vulnerabilidade das filhas diante de situações de abuso.
A violência conjugal é uma questão de saúde pública pelos danos físicos, emocionais e sociais causados nas mulheres envolvidas. A rede de apoio social e afetiva pode ser um recurso para o enfrentamento dessa situação, entretanto ainda é pouca investigada. O objetivo desse estudo qualitativo foi investigar a concepção de mulheres que vivenciaram situações de violência conjugal sobre a sua rede de apoio social e afetiva, bem como entender as funções cumpridas por esta rede em seus contextos. Foram entrevistadas 5 mulheres que se encontravam afastadas, há pelo menos seis meses, do agressor. Os instrumentos foram um questionário sociodemográfico e entrevista semiestruturada. A partir da Análise Temática, encontrou-se ambivalência em relação à efetividade da rede no enfrentamento à violência. Ora foi considerada efetiva quando as participantes se sentiram apoiadas e receberam ajuda para que conseguissem romper o ciclo de violência, ora nãoefetiva, em circunstâncias nas quais as outras pessoas demonstraram postura crítica ou indiferente diante do sofrimento da mulher. Além de não prestar assistência, por vezes a rede prejudicou as tentativas da mulher de sair da relação abusiva. Sendo assim, entende-se que as relações estabelecidas entre a mulher e sua rede de apoio social e afetiva são complexas e podem tanto facilitar quanto dificultar o enfrentamento da violência. Palavras-chave: rede de apoio social; apoio social; violência conjugal.
RESUMO -O envelhecimento da população brasileira leva ao questionamento do papel dos serviços de saúde e das políticas públicas, principalmente no que se refere ao cuidado do idoso dependente e sua família. Realizou-se um estudo de caso com uma família investigando fatores de risco e de proteção presentes nos sistemas ecológicos: meso-, exo-e macrossistema de um idoso dependente fisicamente, por meio de entrevista semiestruturada, Entrevista Familiar Estruturada, Inventário de Percepção do Suporte Familiar, observação naturalística, genograma e pesquisa documental. Foram identificados diversos fatores de risco -como a falta de apoio social e o ageísmo -e fatores de proteção -como a oferta de cuidados domiciliares por uma equipe de saúde e a presença de legislação condizente com as mudanças populacionais. Percebe-se a importância desses indicadores no processo de resiliência familiar.Palavras-chave: envelhecimento, resiliência, políticas públicas. Resilience and vulnerability in ecological systems:Aging and public policies ABSTRACT -The aging of the Brazilian population questions the role of health services and public policies, especially the care of dependent elderly and their families. We conducted a family case study investigating risk and protective factors in ecological systems (meso-, exo-and macrosystem) present in a physically dependent elderly, through semi-structured interview, the Structured Family Interview, Perceived Family Support Inventory, naturalistic observation, documentary research and a genogram. We identified various risk factors -as lack of social support and ageism -and protective factors -as home care provided by a health team, as well as legislation consistent with population changes. The importance of these indicators for the process of family resilience is stressed.
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