O abuso sexual infantil é um problema de saúde pública, devido à elevada incidência epidemiológica e aos sérios prejuízos para o desenvolvimento das vítimas. A dinâmica desta forma de violência é complexa, envolvendo aspectos psicológicos, sociais e legais. Este estudo apresenta o mapeamento de fatores de risco para abuso sexual intrafamiliar identificados nos processos jurídicos do Ministério Público do Rio Grande do Sul - Brasil por violência sexual, no período entre 1992 e 1998. A análise de 71 expedientes apresenta o perfil das vítimas e a caracterização da violência sexual, dos agressores e das famílias. Os resultados apontaram que o desemprego, famílias reconstituídas, abuso de álcool e drogas, dificuldades econômicas e presença de outras formas de violência constituíram os principais fatores de risco associados ao abuso sexual. Tais resultados podem subsidiar ações preventivas e terapêuticas para situações de violência sexual contra crianças e adolescentes.
RESUMOEste artigo teve como objetivo realizar uma revisão narrativa de estudos sobre violência obstétrica. Para isso, abordou-se o histórico do parto e suas intervenções, o conceito de violência obstétrica, os marcos legais e o panorama brasileiro da assistência ao parto. Após a revisão das pesquisas realizadas sobre o assunto, constatouse que não há um consenso em relação ao conceito de violência obstétrica no Brasil, embora as evidências indiquem que essa prática ocorra. Os dados apontam para a necessidade de uma conceituação de violência obstétrica, preferencialmente em documentos legais que a definam e criminalizem. Tal conceituação auxiliará na identificação e enfrentamento dessas situações. Consideram-se necessárias mudanças nas práticas assistenciais vigentes, visando a reduzir as intervenções desnecessárias e as violações aos direitos das mulheres.Palavras-chave: violência contra a mulher; parto; assistência médica; humanização da assistência; direitos reprodutivos. RESUMENEste artículo tuvo como objetivo realizar una revisión narrativa de los estudios sobre la violencia obstétrica. Para esto, se abordó la historia del parto y sus intervenciones, el concepto de violencia obstétrica, los marcos legales del parto y el panorama brasilero de la asistencia al parto. Después de la revisión de las investigaciones realizadas sobre el asunto, se verificó que no hay un consenso en relación al concepto de violencia obstétrica en Brasil, así las evidencias indiquen que esa práctica ocurre. Los datos apuntan a la necesidad de una conceptualización de la violencia obstétrica, preferiblemente en documentos legales que la definan y la criminalicen. Tal conceptualización ayudará en la identificación y enfrentamiento de esas situaciones. Se consideran necesarios cambios en las prácticas asistenciales vigentes, apuntando a reducir las intervenciones desnecesarias y las violaciones a los derechos de las mujeres.Palabras clave: violencia contra la mujer; parto; asistencia médica; humanización de la asistenci; derechos reproductivos. ABSTRACTThis paper aims to fulfill a narrative review of researches on obstetric violence. Therefore, to approach the topic, we used concepts such as child-birth history, as well as its interventions, obstetric violence theories, legal marks, and the Brazilian panorama on delivery care. After reviewing published researches on the subject, we noted that there is no consensus about what obstetric violence is in Brazil, although evidences point that it happens. Data point to the need of defining obstetric violence, especially in legal documents which define it and criminalize it. Such concept will help to identify and to face these situations. We consider the changes in the current care practices compulsory, aiming to reduce unnecessary interventions and violations of women's rights.
ResumoA violência sexual contra crianças e adolescentes é um problema de saúde pública, caracterizado por uma dinâmica complexa, que envolve aspectos psicológicos, sociais e legais, exigindo a intervenção coordenada de diferentes instituições. Este estudo apresenta o mapeamento de fatores de risco e de proteção na rede de atendimento a crianças e adolescentes vítimas de violência sexual identificados nos processos jurídicos do Ministério Público do Rio Grande do Sul/Brasil por violência sexual, no período entre 1992 e 1998. A análise de 71 expedientes apresenta as intervenções realizadas pelas instituições que compuseram a rede. Os resultados apontaram a dificuldade dos órgãos de proteção intervirem efetivamente nos casos. Verificou-se a falta de comunicação entre as instituições para articular as medidas de proteção necessárias e acompanhar seu cumprimento. Estes resultados sugerem a necessidade de capacitar a rede de atendimento, visando a compreensão real dos casos, bem como a condução de intervenções adequadas. Palavras-chave: Abuso sexual infantil; rede de proteção; fatores de risco; fatores de proteção.
O objetivo desse ensaio teórico é contribuir para a produção de conhecimento sobre a violência sexual masculina no Brasil, tendo em vista a escassez de estudos nacionais. A carência de conhecimento teórico-prático torna a atuação profissional um desafio. Buscaram-se trabalhos científicos em bases de dados nacionais, porém apenas um estudo foi encontrado. Diante disso, recorreu-se a publicações internacionais. Dados epidemiológicos da violência sexual masculina no Brasil, bem como as características das vítimas, dos autores e das situações de violência sexual, além das possíveis consequências deste tipo de violência, foram conteúdos abordados nesse estudo. A dificuldade dos meninos em relatar suas experiências de violência sexual e as dúvidas quanto à orientação sexual são aspectos frequentes na discussão da literatura encontrada. Conclui-se que, embora em menor prevalência, a violência sexual masculina ocorre e necessita de estratégias preventivas e terapêuticas. Além disso, é necessário o incremento de estudos nacionais sobre a temática.
Lisiane Bizarro Araujo ae RESUMO. A avaliação em psicoterapia constitui um desafio para pesquisadores e clínicos. Esta revisão crítica sobre possibilidades de avaliação de processo e resultado em psicoterapia estimula o debate sobre a incorporação da prática clínica baseada em evidências como meio de obter informação científica quanto à adequação da intervenção terapêutica. Através de estudos sobre a avaliação do processo psicoterápico é possível elucidar conexões entre o tratamento psicológico e seus efeitos. Desta forma, torna-se possível identificar mecanismos de ação terapêutica e estratégias que podem potencializar o processo de mudança. Este debate poderá favorecer a aproximação entre pesquisa e prática clínica. Identificar variáveis das quais pode depender a eficácia/efetividade do tratamento psicoterápico repercute no aprimoramento do treinamento de psicólogos em formação e no delineamento de intervenções custo-efetivas. Palavras-chave: Tratamento psicoterápico, eficácia e efetividade, prática baseada em evidência.
Cognitive behavioral group therapy was effective in reducing psychological symptoms in sexually abused girls.
RESUMO -O presente estudo identificou e analisou as medidas adotadas pela rede de apoio de crianças e adolescentes após a revelação de abuso sexual. Participaram 40 meninas, entre oito e 16 anos, vítimas de abuso sexual. As medidas de proteção adotadas pela rede foram mapeadas através de entrevista semi-estruturada. A revelação foi feita aos pais em 42,5% da amostra e 92,5% das pessoas acreditaram. O abrigamento ocorreu em 35% dos casos e o restante permaneceu com a família que afastou o agressor. A atitude de confiança da família na revelação e a denúncia da violência constituíram-se em um fator de proteção. Contudo, o alto índice de abrigamento e o não acompanhamento efetivo do afastamento do agressor representaram fatores de risco.Palavras-chave: abuso sexual; rede de apoio; crianças; adolescentes.The Disclosure of Sexual Abuse: Adopted Measures by the Support Network ABSTRACT -This study aimed to identify the measures adopted by the social and emotional support network of children and adolescents after disclosure of sexual abuse. Forty victims of sexual abuse, eight to sixteen years old girls, responded to an interview that mapped the measures adopted by the network. Disclosure to the parents took place in 42.5% of the cases, and 92.5% of the parents believed it to be true. 35% of the girls went to a shelter home and the rest remained with the family after exclusion of the aggressor. The trustworthiness of the family in disclosure and reporting of violence was a protective factor. However, the high shelter rate and absence of effective monitoring of the aggressor removal were risk factors. O abuso sexual é um problema de saúde pública, definido como todas as formas de atividades sexuais, nas quais, as crianças e adolescentes não têm condições maturacionais e psicobiológicas de enfrentamento, transgredindo assim, as normas sociais, morais e legais. O abuso pode se estabelecer em relação homossexual ou heterossexual, no qual o agressor está em estágio psicossexual mais avançado que a vítima (Ministério da Saúde, 2002). O abuso pode ocorrer contra a vontade da criança ou adolescente ou pela indução de sua vontade, através das relações de poder e confiança entre a vítima e o agressor, bem como, pelo uso de violência física ou psicológica (ameaças e barganhas). O objetivo dos abusos sexuais é a gratificação sexual do agressor (Gomes, Junqueira, Silva, & Junger, 2002). KeywordsO abuso sexual pode ocorrer em dois diferentes contextos, o intrafamiliar e o extrafamiliar. O abuso intrafamiliar ou incestuoso ocorre dentro do ambiente doméstico, no qual o abusador exerce uma função de confiança, cuidado e poder em relação à criança. O abuso extrafamiliar é perpetrado fora das relações familiares, envolvendo, por exemplo, vizinhos ou desconhecidos e os casos de pornografia infantil e exploração sexual comercial (Habigzang & Caminha, 2004;Koller & De Antoni, 2004).O tempo de duração do abuso sexual está relacionado com o contexto em que ocorre a violência. Abusos sexuais extrafamiliares tendem a ter menor tempo de duração...
Resumo A presente revisão sistemática objetivou analisar a produção científica de estudos empíricos da Psicologia brasileira sobre o fenômeno da violência contra a mulher por parceiro íntimo (VPI) publicada em revistas nacionais. Para tanto, os artigos foram pesquisados nas bases de dados SciELO, PsycINFO, PePSIC e Scopus, utilizando os descritores: “violência contra a mulher” ou “violência por parceiro íntimo” ou “violência conjugal” ou “violência doméstica”. As buscas também foram realizadas com descritores em inglês. Após aplicação de critérios de inclusão e exclusão, a amostra final foi composta por 29 artigos. Por meio da Análise Temática, os objetivos e principais resultados dos estudos foram agrupados de acordo com o tema principal. Os resultados indicaram uma distribuição proporcional de publicações entre os últimos cinco anos, com maior produção no Sul e no Sudeste do país. Houve um equilíbrio entre estudos quantitativos e qualitativos, sendo prevalentes estudos realizados com participantes, principalmente com mulheres, e estudos com entrevistas individuais e uso de instrumentos psicométricos. Conclui-se que há prevalência de estudos que retratam aspectos individuais em relação ao fenômeno, que há um menor número de pesquisas com caráter preventivo, bem como com avaliações de efetividade de intervenções propostas. Ademais, há escassez de estudos que incluam homens autores de violência, estratégia importante para uma mudança efetiva. A Psicologia enquanto ciência e profissão compõe a rede de enfrentamento ao fenômeno da VPI e não só atua em diferentes serviços de atendimento, como também na produção acadêmica e científica, fomentando novas pesquisas sobre a temática e políticas públicas de enfrentamento.
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