A partir da revisão não sistemática de publicações científicas sobre pesquisa qualitativa, os autores descrevem as suas particularidades, bem como apresentam critérios de qualidade utilizados internacionalmente para artigos qualitativos. Inicialmente, a pesquisa qualitativa foi contextualizada em termos de paradigmas filosóficos e delineamentos. Em seguida, diferentes considerações sobre critérios de qualidade para pesquisa qualitativa foram discutidos, nomeadamente aqueles derivados da abordagem quantitativa e outros já desenvolvidos para a abordagem qualitativa. Por fim, foram sistematizados critérios de qualidade propostos em três publicações que vêm sendo utilizados internacionalmente. Tais critérios foram apresentados aos leitores em uma tabela que pode ser utilizada por autores, editores e revisores como um checklist de conferência visando o aprimoramento das publicações nacionais.
O objetivo desse ensaio teórico é contribuir para a produção de conhecimento sobre a violência sexual masculina no Brasil, tendo em vista a escassez de estudos nacionais. A carência de conhecimento teórico-prático torna a atuação profissional um desafio. Buscaram-se trabalhos científicos em bases de dados nacionais, porém apenas um estudo foi encontrado. Diante disso, recorreu-se a publicações internacionais. Dados epidemiológicos da violência sexual masculina no Brasil, bem como as características das vítimas, dos autores e das situações de violência sexual, além das possíveis consequências deste tipo de violência, foram conteúdos abordados nesse estudo. A dificuldade dos meninos em relatar suas experiências de violência sexual e as dúvidas quanto à orientação sexual são aspectos frequentes na discussão da literatura encontrada. Conclui-se que, embora em menor prevalência, a violência sexual masculina ocorre e necessita de estratégias preventivas e terapêuticas. Além disso, é necessário o incremento de estudos nacionais sobre a temática.
Since the outbreak of the COVID-19 pandemic by the World Health Organization in early 2020, different research has been designed to understand how mental health can be impacted by the pandemic. This study has focused on possible coping strategies developed by the university population in response to social distancing. This study aimed to identify if there was a relation between the coping strategies adopted by undergraduates during the social distancing caused by the COVID-19 pandemic and symptoms of depression, anxiety, and stress. The sample consisted of 503 undergraduates between 17 and 62 years old (M = 23.82; SD = 7.56) who answered an online form containing a questionnaire of sociodemographic data, a coping strategies scale, and the DASS-21 scale. Descriptive analyses (means and standard deviations) and Mann-Whitney U test and Kruskal-Wallis test were performed to verify the relationship and differences in the constructs investigated by gender, Higher Education Institution (HEI) (private, public, and community), age groups, social distancing, etc. In parallel, Spearman’s analysis was performed to determine the correlation between symptoms of depression, anxiety, and stress, and coping strategies and a chi-square test to check the association between income and educational status at the time of data collection. The results indicate a correlation between symptoms and some coping strategies, differences in symptoms, and strategies employed according to gender, work status, and religious practice.
O objetivo do estudo foi analisar as taxas de notificações de violência infanto-juvenil no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, de 2015 a 2020 e as alterações em suas tendências por períodos devido à pandemia do novo coronavírus (COVID-19). É um estudo ecológico de séries temporais com dados secundários obtidos pelo Portal Bi Saúde no painel de Violência Interpessoal/Suicídio. Foram coletadas as notificações de violência em indivíduos de 0 a 19 anos, nos meses de março e abril de cada ano, estratificadas por sexo, faixa etária, raça/cor e tipo de violência. Utilizou-se a regressão de Prais-Winsten para a análise de tendência temporal. Das 7.718 notificações analisadas, observou-se uma queda de 54% no ano de 2020 comparado com o mesmo período em 2019. A análise de tendência até 2019 indicou aumento nas taxas de notificações (2,04, IC95%: 1,01; 3,07, p = 0,002), porém, com a inclusão do ano de 2020 à série temporal, o direcionamento na tendência das taxas de notificações inverteu-se para negativo, perdendo a significância estatística (-0,39, IC95%: -1,16; 2,14, p = 0,632). Conclui-se que o distanciamento social devido à pandemia reduziu as taxas de notificações de violência contra crianças e adolescentes devido à subnotificação, exigindo estratégias que melhorem a identificação dos casos suspeitos de violência durante a pandemia. Ressalta-se a necessidade de planejamento e ações intersetoriais (como saúde, proteção social, justiça e segurança pública) rápidas e específicas com o objetivo da garantia dos direitos das crianças e dos adolescentes.
O objetivo deste ensaio é abordar a questão da garantia de acesso ao tratamento psicoterápico de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual pelo sistema público, tendo em vista que o desenvolvimento de psicopatologias em curto e em longo prazo está associado à experiência de violência sexual. As principais leis e diretrizes sobre a organização dos serviços públicos de assistência social e de saúde para vítimas de violência sexual foram revisadas, bem como estudos sobre os encaminhamentos adotados nesses casos. Constatou-se que o serviço público de assistência deve oferecer atendimento psicossocial, enquanto o serviço público de saúde deve oferecer psicoterapia. No entanto, os estudos sobre encaminhamentos de casos de violência sexual contra crianças e adolescentes indicam baixos índices de encaminhamento para serviços que oferecem psicoterapia. Tal panorama é discutido a partir das diretrizes quanto ao público atendido pelo serviço público de saúde no que tange à saúde mental, bem como a partir da quantidade desses serviços em nosso país. Alternativas para a garantia de acesso ao tratamento psicoterápico de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual pelo sistema público de saúde são discutidas.
Abstract:There are few studies regarding sexual violence (SV) against boys in Brazil. Considering this fact, the present study aimed to investigate cases reported in the General Coordination of Health Surveillance of Porto Alegre (POA GVCS) between 2009 and 2011. A total of 239 notification forms were analyzed according to: characteristics of the victim (i.e., age, race, education level, presence of disability, SV consequences); of the SV (i.e., occurrence year, notification year, notifying establishment, context, place of occurrence, type, occurrence of penetration, number of episodes, others forms of violence, number of perpetrators, final classification -whether confirmed or not -and referrals); and of the abusers (i.e., gender, relationship to the victim, use of alcohol/drugs). There was predominance of white boys between seven and 12 years of age, victims of intrafamilial SV of two or more episodes perpetrated by male perpetrators. These results can be used in planning preventive and therapeutic interventions specific to boys who are victims of SV.
The aim of this study was to characterize the situations of violence against women reported by health professionals in Rio Grande do Sul. A total of 20.999 reports were performed between 2010 and 2014. The most frequent reports included women aged 19 to 29 years old. The most frequent type of violence was physical, and the victim’s residence was the most frequent place. Most of perpetrators were male, partner or ex-partner of the victim. Women were referred more frequently to clinics and police station. The results can support strategies for prevention and coping violence against women. The study allowed identifying weaknesses in the report information, as well as in the referrals made, indicating the need for investments in the training of health professionals.
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