A relação entre profissionais de saúde e usuários é tema desafiador para a reorganização dos serviços de saúde pública. Objetivou-se discutir a relação profissional-usuário nas questões do cuidar e da educação em saúde no contexto da Estratégia Saúde da Família (ESF), utilizando a perspectiva da bioética contratualista. Como método, realizou-se uma revisão narrativa e crítica em periódicos da Biblioteca Virtual de Saúde. O modelo contratualista é o mais desejável por envolver compromisso de ambas as partes. Diferentemente, os modelos sacerdotal, engenheiro e colegial devem ser evitados por caracterizar dominação, acomodação, negociação e submissão. O acolhimento foi sugerido como instrumento de enfrentamento aos modelos relacionais indesejáveis. Concluiu-se que o processo de cuidar e a educação em saúde devem se pautar no modelo contratualista entre profissional-usuário. A relação interpessoal verdadeira impacta positivamente para trabalhadores e usuários, pois sugere empoderamento dos envolvidos no processo de trabalho de saúde da família.
RESUMOObjetivo: descrever as expectativas, os sentimentos e significados vivenciados pelos pais durante a participação no nascimento do filho. Métodos: pesquisa qualitativa, com utilização da técnica de entrevista semiestruturada aplicada a 10 pais no mês de abril de 2009, em uma maternidade pública de Montes Claros, Minas Gerais. Os dados foram submetidos à análise de conteúdo. Resultados: a vivência dos pais envolveu sentimentos conflitantes, curiosidades, fantasias e expectativas, durante o nascimento do filho. Mesmo assim, os pais puderam transmitir segurança e afeto às suas esposas e companheiras, e consideraram essa experiência como a descoberta de uma nova possibilidade de paternidade. Conclusão: a presença paterna na sala de parto ainda se mostra incipiente, mas revela um novo papel e uma nova paternidade a ser descoberta e desempenhada pelos genitores, além de se caracterizar como um aspecto positivo para o sucesso do parto. Descritores: Pai; Parto; Parto humanizado; Paternidade; Salas de Parto. ABSTRACT
OBJECTIVE: To identify the factors associated with the worsening of frailty in older adults resident in the community. METHODS: This is a prospective, longitudinal, and analytical study. The data collection in the baseline occurred in the participants’ homes from a random sampling by conglomerates. Demographic and socioeconomic variables, morbidities, and use of health services were analyzed. Frailty was measured by the Edmonton Frail Scale. The second data collection was performed after an average period of 42 months. The adjusted prevalence ratios were obtained by multiple Poisson regression analysis with robust variance. RESULTS: A total of 394 older adults participated in both phases of the study, with 21.8% of them presenting worsening of the frailty condition. The variables that remained statistically associated with the transition to a worse state of frailty were: polypharmacy, negative selfperception of health, weight loss, and hospitalization over the past 12 months. CONCLUSIONS: The factors associated with worsening of frailty along the studied period among older adults in the community were those related to health care. This result must be considered by health professionals when addressing frail and vulnerable older adults.
Cad. Saúde Colet., 2017, Rio de Janeiro, 25 (3): 268-277 268 Prevalência e fatores associados à incontinência urinária em idosos não institucionalizadosPrevalence and factors associated to urinary incontinence in non-institutionalized elderly ResumoIntrodução: A incontinência urinária é uma das mais importantes síndromes geriátricas. Porém, na prática clínica, parece ser negligenciada e não existem estudos no Norte de Minas Gerais. Objetivou-se identificar a prevalência da incontinência urinária e os fatores associados para cada sexo entre idosos não institucionalizados. Métodos: Pesquisa transversal, de base populacional, conduzida em Montes Claros, em Minas Gerais. As informações foram analisadas no programa Statistical Package for the Social Sciences, versão 17.0, sendo, inicialmente, realizada análise descritiva e, posteriormente, análises bivariadas e análise múltipla por meio da regressão logística. Resultados: Verificou-se prevalência de 23,2% entre os homens idosos e de 31,1% entre as mulheres idosas. Estiveram associados à incontinência urinária nos idosos os fatores: andar com auxílio, relato de queda no último ano e fragilidade. Entre as mulheres idosas, os fatores associados foram: autopercepção negativa da saúde, artrite/artrose/reumatismo e fragilidade. Conclusão: Houve alta prevalência de incontinência urinária em idosos de ambos os sexos. Fatores relativos às condições de saúde estiveram associados à ocorrência em cada sexo, evidenciando a necessidade de uma assistência eficaz que reconheça tais especificidades. Palavras-chave: idosos; saúde do idoso; incontinência urinária; prevalência. Abstract Introduction: Urinary incontinence is one of the most important geriatric syndromes. However, in clinical practice it seems to be neglected and there are no studies in the North of Minas Gerais. The aim was to identify the prevalence of urinary incontinence and associated factors for each sex among non-institutionalized elderly. ▄ INTRODUÇÃOA incontinência urinária (IU) é definida como qualquer perda involuntária de urina que pode ocorrer associada ou não a esforços 1 . Entre os fatores ligados ao seu aparecimento, muitos não se relacionam diretamente ao trato geniturinário, mas aos efeitos cumulativos de prejuízos em vários órgãos e sistemas 2,3 . O registro de cirurgias ou deformidades pélvicas, multiparidade e hipoestrogenismo interferem negativamente na função esfincteriana da bexiga e tornam a condição mais frequente em mulheres idosas 3 . A IU é considerada uma das mais importantes síndromes geriátricas, também acomete os homens idosos e se apresenta como uma condição multifatorial [1][2][3] . Na prática clínica, a ocorrência da IU parece ser constantemente negligenciada e, ainda, é bastante estigmatizada 3,4 . Comumente, portadores de IU sentem-se constrangidos pelo medo do odor, de parecer sujos e, nos homens, de ser vistos como impotentes 4 . Nesse contexto, perpetua-se um impacto negativo na qualidade de vida do paciente idoso, para quem a IU representa um importante problema higiênico e soci...
Resumo A autopercepção do estado de saúde constitui relevante construto para a análise das condições de saúde da população idosa e deve ser reconhecida como instrumento norteador de ações de promoção da saúde. Objetivou-se verificar a prevalência e os fatores associados à autopercepção negativa da saúde em idosos assistidos em serviço de referência. Pesquisa transversal analítica, realizada em 2015, com amostra por conveniência. Investigou-se a associação entre autopercepção negativa da saúde e variáveis sociodemográficas e relacionadas à saúde. Para averiguar as variáveis associadas ao desfecho, processaram-se análises bivariadas, seguidas de análise múltipla por Regressão de Poisson. Foram avaliados 360 idosos. A prevalência de autopercepção negativa da saúde foi de 60,5%. No modelo final, identificaram-se os fatores associados: idade na faixa de 65 a 79 anos (RP=1; IC95%=0,648-0,974; p=0,027); fragilidade (RP=1,28; IC95%=1,07-1,54; p=0,007); sintomas depressivos (RP=1,40; IC95%=1,19-1,67; p=0,000); prestar cuidados a alguém (RP=1,49; IC95%=1,18-1,88; p=0,001). A elevada prevalência de autopercepção negativa da saúde e os fatores associados indicam a necessidade de ações efetivas de promoção da saúde e cuidados mais específicos aos idosos assistidos no centro de referência.
RESUMO:Objetivou-se analisar a avaliação das equipes de saúde da família quanto aos itens educação permanente e qualificação profissional para Atenção Básica. Pesquisa quantitativa, transversal e analítica, realizada em município polo ao norte de Minas Gerais. Os dados de 75 equipes foram coletados a partir da autoavaliação para melhoria do acesso e da qualidade da atenção básica, em 2014. Consideraramse dois itens de padrão de qualidade em educação permanente e qualificação. A análise estatística foi realizada no Software IBM SPSS 22.0. Processaram-se análises bivariadas considerando o nível de significância p<0,05. Predominou a autoavaliação positiva, com média de 15,2 pontos, sendo 53,3% das equipes classificadas no padrão muito satisfatório, 26,7% satisfatório e 20,0% regular, com melhor classificação para as equipes da zona urbana comparadas às rurais (p<0,05). A educação permanente ainda não se efetivou no cotidiano dos pro fissionais. Sugere-se incentivar a qualificação profissional para aquisição de competências e habilidades na atenção básica. PALAVRAS-CHAVE:Desenvolvimento de pessoal; Avaliação de serviços de saúde; Qualidade da assistência à saúde; Atenção primária à saúde. PERMANENT EDUCATION AND PROFESSIONAL QUALIFICATION FOR BASIC HEALTH CAREABSTRACT: Family health teams were evaluated with regard to permanent education and professional qualification for basic health care. Current quantitative, transversal and analytic research was undertaken in a municipality in the north of the state of Minas Gerais, Brazil, where data on 75 teams were collected in 2014 through the SelfEvaluation for the Improvement of Access and Quality of Basic Care.Two items for quality standard in permanent education and qualification were taken into account. Statistical analysis was performed by IBM SPSS 22.0, with bi-variate analyses at p<0.05 significance level. Positive selfevaluation predominated, with mean 15.2 marks, or rather, 53.3% for teams classified as very satisfactory; 26.7% as satisfactory; 20.0% as fair, with higher classification for the urban teams rather than the rural ones (p<0.05). Permanent education is still an item on the agenda of professionals. Professional qualification is encouraged for the acquisition of competence and capacity in Basic Health Care.KEY WORDS: Personal development; Assessment of health service; Quality of assistance in health; Basic health care.
Resumo Introdução Os agentes comunitários de saúde desempenham importante papel nos cuidados primários de saúde, constituindo o elo entre a comunidade e a equipe de saúde da família. O seu cotidiano laboral gera estressores que podem repercutir na saúde mental desses profissionais. O estudo teve como objetivo avaliar a prevalência de transtornos mentais comuns e os possíveis fatores associados entre agentes comunitários de saúde. Métodos Estudo transversal, analítico, desenvolvido em Montes Claros/MG. Foram utilizados o Self Reporting Questionnaire e um formulário estruturado. Os dados foram processados no software Statistical Package for the Social Sciences for Windows, versão 18.0, submetidos à análise descritiva, análise bivariada e análise múltipla por meio da regressão de Poisson com variância robusta. Resultados A prevalência de transtornos mentais comuns foi de 41,6%. A maior prevalência esteve associada: à cor autodeclarada não branca; à procura por apoio espiritual; à renda inferior a quatro salários mínimos; à autoavaliação da saúde como ruim; ao relato de que o trabalho impactou na saúde; ao uso de calmante, tranquilizante ou antidepressivo; à não participação de programas de dietas. Conclusão Evidenciou-se elevada prevalência de transtornos mentais comuns, a qual foi influenciada por fatores sociodemográficos e de saúde.
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