A indústria da moda tem elevada importância no cenário mundial por diversos aspectos, por exemplo, em termos de receita, o que repercute diretamente na geração de empregos. No entanto, o impacto ambiental causado pelos processos relacionados à produção e descarte de materiais no setor é bastante preocupante, principalmente quando consideradas as projeções de crescimento para os próximos anos. Para nortear uma evolução sustentável em nível global nesse incremento do setor produtivo, é de suma importância levar em consideração os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que apontam para a tomada de decisões de empresas, ampliando a importância de aspectos relacionados a impactos ambientais, sociais e de governança. No tocante às soluções a serem empregadas na indústria têxtil, destaca-se o desenvolvimento de matérias-primas com apelo sustentável. Uma das alternativas mais promissoras para a síntese de materiais tecnológicos é a biofabricação, que basicamente utiliza fundamentos de biologia, ciência dos materiais, engenharia mecânica, entre outras áreas, para conceber biomateriais que, no contexto têxtil, sejam inovadores em termos da diminuição de impactos ambientais para confecção, com descarte facilitado e aplicabilidade semelhante à dos materiais mais usuais, como algodão e couro. Nesse cenário, estão na vanguarda os biomateriais confeccionados a partir de micélio e celulose bacteriana. Neste artigo, foram explorados alguns aspectos importantes pertinentes ao conceito de biofabricação e sua utilização no panorama nacional e internacional da indústria têxtil, direcionados principalmente para as tecnologias de micélio e celulose bacteriana, que, no momento, têm mais notoriedade em termos de volume de investimentos e divulgação publicitária de grandes marcas globais.
