Neste artigo discute-se a produção acadêmica entre 2002 e 2011 sobre jovem, juventude e políticas públicas, divulgada em periódicos científicos brasileiros que integram a base de dados SCIELO. Os artigos selecionados foram categorizados em relação à instituição de origem, titulação dos pesquisadores, área do conhecimento da publicação e dos pesquisadores, ano de publicação do artigo, tipo de pesquisa, objetivos, recursos metodológicos, concepção de jovem, juventude e políticas públicas. Constatamos uma concentração de estudos nas áreas de educação, saúde e assistência social. Quanto às concepções de jovem e juventude, predominou a concepção de sujeito com base em fases e estágios claramente marcados pela entrada e saída do trabalho, sendo evidente nesses estudos a lógica de que a tutela se faz necessária, seja da família, do Estado e de Instituições outras, inclusive a Acadêmica. Sob essa lógica se apresentam grande parte das justificativas para a reivindicação de políticas públicas para os jovens nos artigos analisados.
Este artigo apresenta um olhar acerca da educação sexual, como ela vem sendo compreendida historicamente no cenário educativo brasileiro, bem como os avanços, retrocessos e desafios que ela tem enfrentado no âmbito das politicas educacionais atuais. Nosso objetivo é problematizar a educação sexual nos espaços de formação de professores/as e a sua relação com a produção de legislações que intentam retirar do plano educativo as reflexões sobre a “promoção da igualdade de gênero e orientação sexual”. Para refletir sobre este cenário, nos ancoramos nas noções de dissenso, gestão e democracia, do filósofo francês Jacques Rancière. No diálogo com este autor, abrimos a possibilidade para que professores e professoras adentrem este campo de sensibilidade desde uma posição dissidente, no sentido de produzir outras reconfigurações em torno da educação sexual nas escolas.
Rolnik, S.; Guareschi, P.; Andery, A. A.; Groff, A.; Lahorgue, J.; Novo, H. A.; Freitas, M. de F. de Falar sobre Sílvia Lane é expressar sentimentos acerca de um momento em nossas vidas onde compreendemos a real importância de se produzir uma ciência psicoló-gica comprometida com a realidade brasileira e latinoamericana, trabalhando para a libertação de um povo sempre marcado pela desigualdade e pela miséria, tanto material quanto conceitual.Nosso contato com a teoria de Sílvia se deu em sala de aula, quando na leitura de seu livro, O que é Psicologia Social, solicitada por um professor, em uma disciplina da graduação. No entanto, ao iniciarmos a militância no Movimento Estudantil tivemos maior aproximação com a Sílvia professora, pesquisadora e militante. A partir desse momento tivemos a compreensão de que sua teoria não é apenas uma teoria em Psicologia, mas sim, uma teoria que reflete um comprometimento com a real transformação da sociedade brasileira e latino-americana e reflete também a dedicação de toda uma vida em busca de elementos capazes de construir relações opostas ao individualismo, pautadas no coletivo e em valores como a solidariedade e a cooperação.Por termos em nossa atuação, enquanto militantes e dirigentes de uma entidade estudantil, uma postura crí-tica em relação à formação acadêmica e atuação profissional, desejávamos contribuir no processo de consciência de muitos de nossos colegas e, para isso, surgiu a idéia de deixarmos registrado, na história do Curso de Psicologia da Fundação Universidade Regional de Blumenau (FURB), a importância que Sílvia tem, pelo vigor de suas idéias, pelo seu carisma, sua criatividade, pela sua radical opção ético-política, pela sua postura crítica e por ser grande incentivadora de gerações de psicólogos envolvidos com a produção de uma psicologia na qual se articulam teoria e prática como elementos indissociáveis.Surgiu, neste momento, a idéia de um diálogo com a professora Sílvia Lane e a realização de uma homenagem para a mesma. Sabendo dos problemas de saúde que Sílvia enfrentava na época, temíamos que sua presença não fosse possível e, por este motivo adiamos a data prevista para o evento, aguardando que Sílvia se recuperasse de uma cirurgia a qual tinha se submetido na época.Enquanto esperávamos a recuperação de Sílvia, debatíamos sua ida para Blumenau e uma evidência se tornava cada vez mais forte; que um diálogo assim qualificado implicava que também precisávamos nos falar e nos ouvir. Então, a idéia inicial de uma palestra se transformava em uma atividade capaz de permitir o necessário exercício de expressão de nossas produções em Psicologia Social, fazendo nascer assim a I Jornada de Psicologia Social da FURB.Sílvia se fez presente em nosso evento, onde foi homenageada, ficando seu nome registrado no Centro Acadêmico que passou a se chamar Centro Acadêmico de Psicologia Sílvia Lane. Muito mais do que o registro do seu nome em uma entidade estudantil, Sílvia nos ensinou a importância do comprometimento que devemos ter com a vida das pessoas.Sílvia dei...
Este artigo deriva de uma pesquisa documental que analisou os Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPCs) de Licenciatura da Universidade Federal de Santa Catarina, com o objetivo de investigar se e como os PPCs caracterizam o sistema social capitalista e apresentam reflexões ou conteúdos sobre a temática pobreza e desigualdade social. Fundamenta-se no campo teórico marxista, compreendendo que a pobreza é a face mais perversa da desigualdade social, sendo esta parte constitutiva do capitalismo. O estudo analisa 21 Projetos Pedagógicos que correspondem a 28 cursos de licenciatura dessa Universidade. Possui uma abordagem qualitativa, ancorada na análise de conteúdo temática dos documentos, considerando o corpo do texto dos Projetos Pedagógicos e os programas das disciplinas obrigatórias (ementa, conteúdo programático, bibliografia básica). Quanto aos resultados, um conjunto considerável de PPCs sequer menciona a temática investigada; nenhum deles apresenta, no corpo do texto, a caracterização do sistema capitalista, bem como não há investimento teórico sobre a relação entre pobreza, desigualdade social e educação; são raras as disciplinas obrigatórias que apresentam na ementa ou em conteúdos programáticos as palavras pobreza e desigualdade social, assim como referência ao próprio sistema capitalista, apesar de aparecerem em bibliografias básicas em alguns cursos. Considera-se, diante deste estudo, a necessidade de que os PPCs expressem coerência entre o compromisso ético e político com a formação de professores/as que atuarão na educação básica, suas referências teóricas, sua proposta curricular e o perfil dos/as egressos/as que deseja formar.
Among the work processes currently recognized by the National Curriculum Guidelines (DCNs) for Undergraduate Psychology Courses, there are the formative and educational processes, which clearly involve an educational dimension of the profession. However, the qualification in graduation - teacher training - is optional for the bachelor and provided for in a complementary pedagogical project to the training of the psychologist. Therefore, we aim to argue in this essay that, in addition to complementing the training of psychologists, enabling them to teach, a degree in psychology is essential to forge the educational dimension of professional practice.
PEREGRINO, Mônica. Trajetórias desiguais: um estudo sobre os processos de escolarização pública de jovens pobres. Rio de Janeiro: Garamond, 2010. 328p.O livro de Mônica Peregrino é resultado de sua pesquisa de doutorado, defendida em 2006, no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal Fluminense. Ganhadora, à época, do Prêmio Capes para teses na área da educação, a obra entrelaça o estudo da expansão e da universalização da escola pública no Brasil e a análise das trajetórias escolares da juventude pobre, percorrendo as décadas de 1970, 1980, 1990 e o ano de 2005. A pesquisa busca desvendar as relações existentes entre a reprodução das relações sociais de produção e as formas de escolarização daí resultantes, utilizando Bourdieu e Passeron como referencial teórico principal e a etnografia como metodologia.O texto está dividido em duas grandes partes. A Parte I trata "Do campo e da teoria", e a Parte II das "Trajetórias desiguais na escola". Mônica Peregrino, ex-professora e moradora do bairro onde se situa a escola objeto do estudo, inicia a Parte I do livro problematizando sua posição como pesquisadora. Em sua pesquisa, uma escola pública localizada na cidade do Rio de Janeiro é tomada como espaço de observação. A autora se dedica a olhar para os aspectos que envolvem o seu entorno, bem como faz um mergulho no interior da instituição, realizando levantamento de dados sobre as trajetórias dos alunos.Inicialmente, duas são as dimensões da escola analisada por ela: a espacial -o entorno mais imediato, o bairro e a praça em frente à escola; e a dimensão temporal -as enchentes de 1988 que acometeram a localidade e fizeram da escola um abrigo temporário para os desabrigados. No que se refere à dimensão espacial, a praça, situada em frente à escola, é um dos principais espaços públicos de lazer Em Aberto, Brasília, v. 30, n. 99, p. 175-179, maio/ago. 2017
RESUMO:Este texto reflete a relação entre educação e pobreza e problematiza o papel da escola frente às desigualdades sociais presentes no seu território. O território aqui em destaque diz respeito ao Bairro Progresso localizado no município de Blumenau/SC. Trata-se de um estudo de caso no qual os principais recursos metodológicos utilizados foram: Data Social 2.0, Mapa Temático de Vulnerabilidade Social (MAVS), dados do Censo do IBGE (2010) e contribuições de autores/as cujos estudos focam o município em questão. Conhecida nacionalmente por possuir uma economia em franco desenvolvimento, comparada à Alemanha (Blumenau como cidade alemã) situada no chamado "Vale Europeu", também é perpassada pelas mazelas da desigualdade social que assujeita milhares de pessoas à pobreza, indivíduos estes que estão vivendo basicamente em ocupações irregulares e áreas de risco. Neste contexto vivem crianças e adolescentes em idade escolar, em realidades que são, por vezes, negligenciadas tanto pela sociedade quanto pelos docentes, no contexto escolar. Considera-se, entretanto, que os profissionais da educação precisam (re)conhecer a realidade do território escolar, rever suas ações político-pedagógicas visando a não reprodução das desigualdades sociais nas relações educativas, bem como compreender que a pobreza se constitui em uma violação dos direitos humanos. Palavras-chave: Educação. Pobreza. Desigualdade Social. Direitos Humanos. Blumenau/SC.The "progress" in Blumenau/SC: education, poverty and social difference in the territory of a school ABSTRACT: This text reflects the relationship between education and poverty and problematizes the role of the school in face of the social inequalities present in its territory. The territory here in focus concerns the Progresso district located in the Blumenau/SC. It is a study of a case study whose main methodological resources were: Social Data 2.0, Thematic Map of Social Vulnerability (MAVS), data from the IBGE Census (2010) and contributions from authors whose studies focus on the municipality in question. It has known nationally for having a rapidly developing economy, compared to Germany (Blumenau as a German city) in the so-called "European Valley", it is also beset by the ills of social inequality that afflicts thousands of people to poverty, individuals who are basically living in Irregular occupations and areas at risk. In this context live children and adolescents of school age, in realities, are sometimes neglected by both society and teachers in the school context. It is considered, however, that education professionals need to (re) know the reality of the school territory, review their political-pedagogical actions aiming at the non-reproduction of social inequalities in educational relations, and understand that poverty constitutes a violation of human rights.
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