Apresenta-se o desenvolvimento de uma disciplina em Humanidades Médicas. Objetivou-se examinar contribuições conceituais e práticas do conhecimento humanístico tendo por base o cuidado em saúde. A disciplina foi estruturada em quatro módulos inter-relacionados, correspondentes a áreas particulares do conhecimento humanístico: Filosofia, História, Socioantropologia e Psicodinâmica do Encontro Clínico. São apresentadas as diferentes estratégias didático-pedagógicas utilizadas, os conteúdos programáticos particulares a cada módulo e suas inter-relações, e os impactos produzidos nos alunos, nos próprios docentes e no desenho disciplinar. O exame dessa experiência mostrou que a disciplina conseguiu desenvolver tanto as particularidades quanto a integração entre os módulos, segundo a percepção dos docentes e alunos. Depois da primeira turma, houve reformulação de temas de aulas e metodologias, mas se reafirmou a estratégia modular e a escolha de pesquisadores especializados nos conteúdos particulares como equipe docente, permitindo ganhos de conhecimentos relativos à conceituação do cuidado do ponto de vista da integralidade em saúde. Conclui-se que o desenho da disciplina se mostrou adequado aos objetivos educacionais propostos, reforçando a relevância das Humanidades para o currículo da escola médica.
A necessidade de se pautarem estudos do campo da saúde numa perspectiva histórica originou novos horizontes analíticos para as condições de emergência de saberes voltados à explicação do social na determinação de processos patológicos e das práticas de saúde. O propósito deste texto é considerar como a ciência histórica, em seus aspectos metodológicos de análise, tem concorrido para a prática do médico, levantando particularmente aspectos críticos mais amplos das questões atinentes ao campo do Cuidado em Saúde, a partir de diálogos entre cultura e a sociedade, plasmados por uma ordem discursiva em ato, não apenas no fazer-se enquanto linguagem, mas na sua efetivação prática dentro de uma racionalidade médica, com a atenção às rupturas e permanências de um discurso científico.
ResumoEste artigo traz como objetivo central a recuperação histórica, por meio de vestígios e pistas, de dimensões que trataram da organização das práti-cas de saúde no Brasil, tendo a "Atenção Primária em Saúde" um lugar especial nessa contenda. Para isso, atentou-se para um momento bastante rico e complexo, quando alternativas nesse campo eram propostas, sobretudo, por profissionais da saú-de que trabalhavam entre experiências também marcadas em sua "dimensão regional paulista", a partir de seus lugares e vivências institucionais. Nesse sentido, olhar para o passado como ponto de apoio para essa compreensão será de extremo valor, já que essas experiências vividas não se rompem completamente, mas estarão permanentemente sendo recuperadas, quer para que se ultrapassem certos liames conjunturais, quer para utilizá-las como ponto de referência para se pensar desdobramentos futuros do pensamento e das práticas de saúde. Cobriu-se, em especial, o período entre 1970 a 1990, com destaque à proposta da Programação em Saúde como política oficial do Estado de São Paulo para a implantação da atenção primária como projeto de extensão de acesso, primeiro nível do sistema de saúde e produção de cuidados específicos. Examinaram-se complementarmente as propostas paulistas da Ação Programática e da Defesa da Vida como formulações críticas à Programação e base de debate acerca das inovações na assistência à saúde e nas práticas profissionais. Palavras-chave: Atenção Primária à Saúde; Sistema de saúde; História da saúde pública; Paulistanidade.
This study aimed to understand the concept of health within Collective Health. Our analysis starts from Marxism as a theoretical reference, both to define what is a “concept” and to understand the critical thinking of Collective Health. As empirical research the bibliographic production of the main journals that bring together Collective Health publications as a knowledge area was used, which resulted in 34 papers that somehow treated the concept of health, even if it was not the main object of the study. From this analysis we identified at least three different modalities of definitions, which varied both in the referential basis used to apprehend and analyze empirical realities concerning health, and in the conceptualization of social that could be in this analysis. We have also identified that the papers ranged between a production that was strictly descriptive of these empirical realities and strictly theoretical essays, rather than to produce a concrete (empirical) thought based on the elected definition of social. It was concluded that within Health Collective the concept of health has been taken, in general, either as a notion (a partial approximation of the object) or as a motto, from an ethical-political engagement that ends up relegating the theoretical-conceptual contribution to the background.
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