The HIV/AIDS epidemic is a dynamic unstable global phenomenon, constituting a veritable mosaic of regional sub-epidemics. As a consequence of the deep inequalities that exist in Brazilian society, the spread of HIV infection has revealed an epidemic of multiple dimensions undergoing extensive epidemiological transformations. Initially restricted to large urban centers and markedly masculine, the HIV/AIDS epidemic is currently characterized by heterosexualization, feminization, interiorization and pauperization. The evolution of the profile of AIDS in Brazil is above all due to the geographical diffusion of the disease from large urban centers towards medium and small municipalities in the interior, to the increase in heterosexual transmission and the persistent growth of cases among injecting drug users. The increase in transmission through heterosexual contact has resulted in substantial growth of cases among women, which has been pointed out as the most important characteristic of the epidemic's current dynamic in Brazil.
The AIDS epidemic in Brazil is disproportionately concentrated among MSM, as has been found in other countries. Renewed efforts to encourage testing, prevention and treatment are required.
OBJETIVO: A terapia anti-retroviral disponível no Brasil a partir de 1996, modificou o curso da epidemia de Aids, alterando sua evolução e tendências. Nesse sentido, o estudo teve por objetivo avaliar a epidemia da Aids no Brasil, nos seus aspectos epidemiológicos. MÉTODOS: Estudo realizado a partir de bases de dados do Ministério da Saúde que caracterizavam a evolução temporal da Aids nas macrorregiões brasileiras, de 1990 a 2003. Foram utilizados modelos de regressão exponencial, ajustados à série temporal de 1990 a 1996 e estimados valores esperados para toda a série. RESULTADOS: O percentual de internações não se modificou no tempo, mas ocorreu diminuição de hospitalizações entre os usuários de terapia anti-retrovial. Houve um incremento de 2,7 vezes no número de indivíduos em uso da terapia, de 1997 a 2003. Incidência e mortalidade apresentaram crescimentos uniformes até 1995, em todas as regiões. A partir de 1996, verificou-se uma redução progressiva da mortalidade, embora a incidência continue crescendo. Em todas as regiões, exceto a Norte, as incidências esperadas foram maiores do que as observadas nos últimos anos, embora as diferenças somente tenham atingido níveis de significância estatística nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. CONCLUSÕES: As mudanças observadas no perfil de morbi-mortalidade da epidemia de Aids no Brasil poderiam ser explicadas pelo amplo acesso a terapia anti-retroviral. Tal fato representou um impacto importante sobre a mortalidade por HIV/Aids, porém, outros fatores devem ser considerados, como idade da epidemia, medidas de prevenção, conhecimento sobre HIV/Aids e anos de escolaridade.
O controle da replicação viral é essencial na terapia antirretroviral altamente potente (TARV) e a adesão ao tratamento é o fundamento para esse controle. Fatores individuais e externos influenciam a adesão aos antirretrovirais (ARV). Estudo transversal para investigar fatores associados à não adesão à TARV, em indivíduos com AIDS em Salvador, Bahia, Brasil, com idade ≥ 13 anos e primeira prescrição em 2009. Dados coletados em prontuários e registros da farmácia. Dos 216 pacientes, 65,3% eram homens; idade média 37,8 ± 9,5 anos, solteiros 67,9%; heterossexuais 64%; > 8 anos de estudo 65,3%, etilistas 61,5% e não relatou tabagismo 75,1% ou uso de drogas 93,7%. Iniciaram a TARV com TCD4+ < 350 células/mm3 94%, 61,8% sintomáticos e 68,4% apresentaram reação adversa ao medicamento. Prevalência de não adesão 25%. Variáveis associadas: maior tempo entre o diagnóstico de infecção pelo HIV e a AIDS (aOR = 3,9), reação adversa ao medicamento (aOR = 2,4), idade menor que 34 anos (aOR = 2,2), menos que 8 anos de estudo (aOR = 2,2) e uso de drogas (aOR = 2,6). A alta taxa de não adesão é um problema importante nos seis primeiros meses da TARV.
Não há consenso na literatura sobre o comportamento clínico-epidemiológico de pessoas com aids de diferentes faixas etárias. Alguns autores defendem que as pessoas com mais de 50 anos de idade são afetadas pela epidemia da aids de forma semelhante às pessoas jovens. O presente estudo propõe-se a comparar características sociodemográficas e clínico-epidemiológicas dos casos de aids com idade igual ou maior que 50 anos, com aqueles de 20 a 39 anos, residentes em Pernambuco e diagnosticados entre 1º de janeiro de 1990 e 31 de dezembro de 2000. Desenvolveu-se um estudo observacional, do tipo seccional, de base populacional, com dados secundários dos casos notificados à Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco, seguindo-se de revisão de prontuários médicos. Foram incluídos 3.565 casos de aids, sendo 10,8% com 50 anos ou mais e 89,2% com 20 a 39 anos. As taxas de incidências ano a ano comportaram-se de maneira semelhante para os dois grupos etários, ao longo do período estudado, exceto para os dois últimos anos, com um incremento do grupo com mais de 50 anos. Estimou-se as razões de prevalência (RP) para as variáveis incluídas, não tendo sido encontradas diferenças em relação ao sexo, contagem de linfócitos T CD4+ e doenças associadas. Por outro lado, observou-se diferenças estatisticamente significantes entre os grupos para o local de residência (RP=1,23, c² = 4,45, p= 0,03), escolaridade (RP=1,48, c² = 4,49, p= 0,03), categoria de exposição ao HIV (RP=1,81, c² = 27,77, p< 0,001) e status vital (RP=1,32, c² = 7,69, p< 0,001). Os resultados apontam para um aumento gradativo, embora lento, da epidemia de aids na faixa etária de 50 a 70 anos, com predomínio de mais baixa escolaridade e de prática heterossexual. As questões relacionadas a aids e envelhecimento devem ser aprofundadas, principalmente pelo aumento da expectativa de vida da população brasileira, de modo a reorientar ações de prevenção e controle da infecção pelo HIV.
Introduction:Periodic monitoring of sociobehavior characteristics at a national level is an essential component of understanding the dynamics the human immunodeficiency virus (HIV) epidemic worldwide, including Brazil.Methods:This paper compares descriptive sociobehavior characteristics in 2 national cross-sectional HIV biological behavioral surveillance surveys (BBSS) conducted in 2009 and 2016 among men who have sex with men (MSM) in Brazil. Respondent driven sampling (RDS) was used for recruitment in both years. Overall proportions were weighted according to Gile's estimator using RDS Analyst Software and 95% confidence intervals were calculated for comparisons between the 2 periods. Further comparisons were stratified by age groups (<25 and 25+ years old).Results:Overall, 3749 and 4176 MSM were recruited in 2009 and 2016, respectively. In 2016, participants were younger than 25 years old (58.3%), with 12 or more years of education (70.4%), with higher socioeconomic status (40.7%), and had a higher proportion of whites (31.8%), as compared to 2009. Also, participants in 2016 reported less alcohol use and binge drinking, but used illicit drugs more frequently. There was an increase among MSM who self-reported their HIV risk as low and had low HIV knowledge while the proportion of those who were never tested for HIV dropped from 49.8% in 2009 to 33.8% in 2016. Although more than three-quarters received free condoms in both years, STD counseling remained low (32% and 38% for 2009 and 2016, respectively). Sexual risk behavior remained at high levels, especially unprotected anal receptive sex and sex with multiple partners. Younger MSM (<25 years old) showed riskier sexual practices than those 25+ years old, when comparing 2016 to 2009.Conclusions:Our results indicate a worrisome risk behavior trend among Brazilian MSM, especially among younger ones. These results can contribute for a better understanding of the HIV epidemics in Brazil, with timely shift in strategies so improved effectiveness in public health prevention efforts can be achieved.
These results point towards significant associations between interruption of antiretroviral treatment and the beginning of antiretroviral therapy during the in-hospital stay, the use of legal or illegal drugs, a history of psychiatric treatment, low level of education, and age ranging from 25 to 34 years.
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