Não há consenso na literatura sobre o comportamento clínico-epidemiológico de pessoas com aids de diferentes faixas etárias. Alguns autores defendem que as pessoas com mais de 50 anos de idade são afetadas pela epidemia da aids de forma semelhante às pessoas jovens. O presente estudo propõe-se a comparar características sociodemográficas e clínico-epidemiológicas dos casos de aids com idade igual ou maior que 50 anos, com aqueles de 20 a 39 anos, residentes em Pernambuco e diagnosticados entre 1º de janeiro de 1990 e 31 de dezembro de 2000. Desenvolveu-se um estudo observacional, do tipo seccional, de base populacional, com dados secundários dos casos notificados à Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco, seguindo-se de revisão de prontuários médicos. Foram incluídos 3.565 casos de aids, sendo 10,8% com 50 anos ou mais e 89,2% com 20 a 39 anos. As taxas de incidências ano a ano comportaram-se de maneira semelhante para os dois grupos etários, ao longo do período estudado, exceto para os dois últimos anos, com um incremento do grupo com mais de 50 anos. Estimou-se as razões de prevalência (RP) para as variáveis incluídas, não tendo sido encontradas diferenças em relação ao sexo, contagem de linfócitos T CD4+ e doenças associadas. Por outro lado, observou-se diferenças estatisticamente significantes entre os grupos para o local de residência (RP=1,23, c² = 4,45, p= 0,03), escolaridade (RP=1,48, c² = 4,49, p= 0,03), categoria de exposição ao HIV (RP=1,81, c² = 27,77, p< 0,001) e status vital (RP=1,32, c² = 7,69, p< 0,001). Os resultados apontam para um aumento gradativo, embora lento, da epidemia de aids na faixa etária de 50 a 70 anos, com predomínio de mais baixa escolaridade e de prática heterossexual. As questões relacionadas a aids e envelhecimento devem ser aprofundadas, principalmente pelo aumento da expectativa de vida da população brasileira, de modo a reorientar ações de prevenção e controle da infecção pelo HIV.
Desenvolver modelos de avaliação de satisfação que permitam comparar sistemas de saúde de diversos países é um esforço recente no Brasil. Esse tipo de avaliação representa importante ferramenta para desenvolver estratégias de gestão para o setor. Objetivo: identificar fatores e avaliar diferenças regionais do grau de satisfação dos usuários do sistema de saúde brasileiro, analisando os resultados da Pesquisa Mundial de Saúde (PMS) e Pesquisa Mundial de Saúde com foco na Atenção Básica (PMS-AB). Foi realizado estudo avaliativo de corte transversal, onde as amostras foram selecionadas de forma aleatória. Foram incluídas pessoas maiores de 18 anos que utilizaram o sistema de saúde em períodos anteriores às coletas de dados. Enquadraram-se nos critérios de inclusão 3.932 usuários da PMS e 591 da PMS-AB. Aplicou-se modelo logístico multivariado, tendo como variável dependente a satisfação e, como variáveis independentes, sexo, idade, escolaridade, forma de pagamento de serviço, situação conjugal, autopercepção de saúde, doença de longa duração, diagnóstico de depressão, tristeza, número de moradores por domicílio, tipo de construção, estratos geográficos e indicador de bens. Os resultados revelaram que ser jovem, usuário exclusivo do SUS, ter baixa escolaridade e autopercepção de saúde ruim gerou mais chances de insatisfação dos usuários com o sistema de saúde brasileiro. Os moradores da Região Sul do país estão mais satisfeitos com o atendimento em saúde, enquanto para pernambucanos as chances de satisfação são menores quando se avalia a qualidade dos serviços de saúde. Os moradores desse estado apresentaram maior insatisfação na resolução de seus problemas de saúde quando precisaram de internação.
OBJETIVO: como parte do projeto da Organização Mundial da Saúde de avaliação de desempenho dos sistemas de saúde das nações, a Pesquisa Mundial de Saúde (PMS) foi realizada no Brasil, em 2003. O presente trabalho tem o objetivo de apresentar algumas evidências de desigualdades socioeconômicas em saúde por meio das informações coletadas na PMS brasileira. MÉTODOS: o inquérito populacional foi realizado em 5000 domicílios, selecionados por amostragem probabilística. Para examinar as desigualdades socioeconômicas, três variáveis foram consideradas: grau de escolaridade; número de bens do domicílio; e situação de trabalho. Mediante modelos de regressão logística, foram identificados os determinantes da auto-avaliação de saúde boa e das coberturas de exame ginecológico e mamografia. Quanto ao desempenho do sistema de saúde, o atendimento foi avaliado de acordo com as expectativas do usuário. RESULTADOS: constatou-se acentuado gradiente social no estado de saúde bem como na cobertura dos exames preventivos de saúde entre as mulheres. Comparando-se a avaliação do atendimento por forma de pagamento, o percentual de avaliação "boa" foi sempre menor para os usuários do SUS, para qualquer um dos aspectos avaliados. CONCLUSÕES: as desigualdades em saúde aqui evidenciadas devem ser consideradas para subsidiar as políticas públicas e ações do sistema de saúde que atendam as reais necessidades da população, voltadas à superação da exclusão social.
Pesquisar a satisfação dos usuários é tarefa fundamental para a gestão. Com o Projeto de Fortalecimento da Capacidade Avaliativa do Estado, a Secretaria de Saúde de Pernambuco identificou como demanda avaliar o desempenho do sistema de saúde no estado. O objetivo deste artigo é conhecer fatores associados à satisfação dos usuários do sistema de saúde pernambucano. Realizou-se estudo avaliativo a partir dos resultados obtidos num inquérito populacional com dados coletados em 2005 no estado de Pernambuco. A análise foi executada com emprego de métodos multivariados tendo a satisfação como variável dependente. Os principais aspectos analisados foram: qualidade dos profissionais, qualidade dos serviços de saúde e a resolutividade do sistema. As análises revelaram que o tempo de espera até o atendimento e a disponibilidade de medicamentos foram os fatores que geraram menores percentuais de satisfação dos usuários, o que leva a refletir se o acesso está de fato relacionado à oferta de serviços adequados às necessidades da população ou não e à política de assistência farmacêutica no estado. Concluindo, obteve-se um panorama mais completo sobre a forma como o sistema de saúde pernambucano tem respondido às expectativas de sua população na ótica dos usuários.
Resumo O tracoma é a principal causa de cegueira prevenível nos países em desenvolvimento. O objetivo foi descrever o panorama do tracoma entre escolares no Estado de Pernambuco, identificando as estratégias norteadoras do programa de controle e analisando a existência de associação entre variáveis socioeconômicas, demográficas e de saúde, em âmbito ecológico, com as taxas de prevalência da doença obtidas nos inquéritos realizados em 2006 e 2012. Realizou-se um estudo ecológico descritivo, com dados secundários de inquéritos realizados em escolas públicas de 79 municípios de Pernambuco, em 2006, e de 22 municípios, em 2012. O pequeno número de examinados em 2006 resultou em estimativas imprecisas de prevalência, fragilizando metodologicamente a escolha dos 22 municípios considerados prioritários pelo Programa SANAR em 2012. Só foi possível comprovar a diminuição da prevalência do tracoma apenas em 5 dos 22 prioritários investigados. Investigações de base populacional deverão ser executadas no Estado e as ações de controle deverão ser repensadas, pois o formato das investigações ainda é baseado em campanhas com ações pontuais, sem o desenvolvimento de outras contínuas e efetivas que reduzam as formas ativas da doença, alcançando, assim, a meta de eliminação do tracoma com causa de cegueira no Brasil.
This paper aimed to identify factors associated with adherence to the Academia da Cidade Program (ACP) in Recife. It is a cross-sectional study developed in 20 ACP centers, involving 289 users (93.7% female, 67.1% aged 30-59 years) and 244 former users (91.4% female, 63.5% aged 30-59 years) of the program. We used a self-administered questionnaire for data collection. The dependent variable was adherence to the ACP (starting and staying in it for at least three months), and the independent variables were sociodemographic aspects, participation in the ACP, and variables related to the reasons that led participants to start attending the ACP. For data analysis, we used descriptive statistics and binary logistic regression, in which Odds Ratio (OR) was the measure of association. The results of the multivariable analysis revealed that participants aged 30 or older (OR = 7.18; 95%CI: 2.57-20.03), unemployed (OR = 1.62; 95%CI: 1.01-2.59), who had been attending the ACP for 25 months or longer (OR = 7.41; 95%CI: 3.80-14.46), whose weekly participation frequency was higher than three days (OR = 7.09; 95%CI: 1.81-27.80), and who had started attending the ACP to improve their physical performance (OR = 1.87; 95%CI: 1.17-3.00) and due to the team's and teacher's confidence and commitment (OR = 2.78; 95%CI: 1.37-5.64) were more likely to adhere to the ACP. Therefore, the factors associated with adherence to the ACP were related to sociodemographic characteristics, users' participation in the ACP and reasons that led users to start attending the program.
ResumoObjetivo: descrever o perfil de morbidade de romeiros e investigar a variação sazonal das internações durante período de romaria em Juazeiro do Norte, Ceará, Brasil. April (SI=1.40, May (SI=1.21; and June (IS=1.30;, and for circulatory diseases in June (SI=1.23; July (SI=1.15;24) and August (SI=1.09;. Conclusion: the morbidity pattern with prevalence of circulatory diseases was compatible with the age of pilgrims; there was no increase in hospitalizations in the period of pilgrimage.
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