O termo gordofobia tem sido comumente empregado para definir formas de discriminação a corpos acima do peso. Objetivou-se conhecer as representações sociais da gordofobia elaboradas por usuários de internet. Realizou-se uma pesquisa documental com base na seleção de comentários de internautas frente a uma matéria sobre gordofobia veiculada pela revista Superinteressante. As opiniões selecionadas constituíram um corpus textual que foi submetido à análise lexical pelo IRAMUTEQ, desdobrando cinco classes temáticas: (i) "A saúde como discurso justificador da discriminação", (ii) "Gordo versus Magro: instituindo diferenças", (iii) "Emagrecimento: reforço versus desconstrução do padrão", (iv) "Gordofobia: invenção ou realidade?" e (v) "Gordofobia e a (in)adequabilidade de ações afirmativas". Em linhas gerais, ancoradas no argumento técnico-científico da obesidade como doença epidêmica, as representações dos internautas legitimaram processos de preconceito e discriminação em relação às pessoas obesas. Ademais, a proposição irônica dos internautas quanto à política de cotas para pessoas gordas demonstrou a insatisfação quanto à existência de ações afirmativas promotoras da igualdade entre grupos sociais, ratificando a ideia de que privilégios não podem ser conferidos a "grupos inferiores" ou desvalorizados e que estes, para serem merecidamente respeitados pela sociedade, devem buscar a adequação dos seus corpos ao padrão de refinamento. Neste contexto, com a função de tornar irrelevante o tema da gordofobia, desqualificando a abordagem do assunto pela revista, observaram-se estratégias representacionais direcionadas à negação da sua existência, comparando sofrimentos entre grupos ou instituindo diferenças (gordos x magros). Considerando a escassez de pesquisas sobre discriminação baseada no peso no Brasil, novos estudos são sugeridos.
Este estudo objetivou verificar a relação da Qualidade de Vida (QV) e do Bem-Estar Subjetivo (BES) com o indicativo de depressão em adolescentes. Tratou-se de um estudo de campo, transversal, de abordagem quantitativa. A pesquisa foi composta por uma amostra do tipo não-probabilística, com 300 adolescentes, entre 12 e 18 anos (M=14,84; DP=1,84), a maioria do sexo feminino (56%), estudantes de uma escola pública de João Pessoa, Paraíba. Estes responderam ao questionário sociodemográfico, ao Inventário de Depressão Infantil (CDI-20), ao questionário de QV Kidscreen-52 e às Escalas de Satisfação com a Vida e Afetos Positivos e Negativos. Através do SPSS (versão 21), realizou-se o Teste de Mann-Whitney e correlação de Spearman. Os resultados indicaram que as meninas (Mediana= 139,87) apresentaram mais indicativos de depressão do que os meninos (Mediana= 116,19), U= 6689, p<0,01, r= -0,15. A sintomatologia depressiva ainda se correlacionou de maneira negativa e estatisticamente significativa com a QV (rs= -0,69; p<0,001), afetos positivos (rs =-0,50; p<0,01) e satisfação com a vida (rs = -0,62; p<0,001). Dessa forma, os achados apontam para a necessidade de se prevenir à incidência da depressão por meio da promoção da QV e BES dos adolescentes.
A presente pesquisa objetivou conhecer a relação entre vitimização, percepção acerca do bullying, e sintomatologia depressiva no contexto de adolescentes escolares. Para isso, contou-se com uma amostra de 243 adolescentes com uma média de idade de 14,81 (DP=1,41). Esses responderam à Escala de Percepção sobre o Bullying Escolar, à Escala Califórnia de Vitimização do Bullying, e ao Inventário de Depressão Infantil (CDI-20). Os principais resultados apontaram para efeitos da vitimização na percepção do enfrentamento frente ao bullying e na sintomatologia depressiva. Também foram verificados que os alunos do sexo feminino, do ensino médio, que se sentem seguros na escola, apresentaram uma maior percepção de enfrentamento frente ao bullying. Já os alunos do sexo masculino, do ensino fundamental, que se sentem inseguros na escola, apresentam-se como sendo os mais vitimizados. Quanto à sintomatologia depressiva, os alunos do ensino fundamental e que se sentem inseguros na escola, apontaram para maiores índices. Ademais, confia-se que esses achados podem contribuir para um aprofundamento teórico e conceitual acerca do bullying e seu correlato com a depressão em escolares adolescentes. Espera-se que os resultados desse estudo possam contribuir para implementação de políticas públicas voltadas para promoção de saúde desse grupo identitário.
O presente estudo objetivou apreender as Representações Sociais (RS) de adolescentes escolares sobre o bullying. Para tanto, participaram da pesquisa 31 estudantes com idades entre 12 a 18 anos, que foram submetidos a entrevistas em profundidade. O material coletado constituiu um corpus textual, que foi submetido às análises de Classificação Hierárquica Descendente (CHD) e de Similitude, por meio do software Interface de R pour analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires - IRAMUTEQ. De forma ampla, indica-se que os resultados evidenciaram as RS do bullying ancoradas no preconceito e intolerância às diferenças, sendo, por vezes, objetivado enquanto brincadeiras típicas do cotidiano estudantil; realidade que pode naturalizar o problema, mascarando e inviabilizando o seu enfrentamento. Além disso, os adolescentes demonstraram uma apropriação estruturada da definição do bullying, suas modalidades e consequências, as quais, por seu tempo, demandam suporte aos escolares, apoiando-os no embate deste fenômeno multifacetado através de denúncias. Portanto, evidencia-se que o bullying provoca implicações psicossociais, demandando atenção de novos estudos e intervenções interdisciplinares eficazes.
The present study aimed to know the validity and reliability of the Cyber Dating Abuse Questionnaire - CDAQ in the Brazilian context. For this purpose, two empirical studies were designed. Study 1 (N = 215) tested the psychometric parameters of CDAQ, using exploratory factorial analysis. Study 2 (N = 248) sought to gather additional evidences of validity and accuracy of CDAQ using confirmatory factor analysis. The results pointed to the two-factorial structure as the most relevant, with good internal consistency indexes observed. In addition, CDAQ demonstrated convergent validity through meaningful associations with face-to-face abuse in love relationships (CTS2) and overall satisfaction in relationships. Furthermore, it is concluded that CDAQ presents itself as a valid and reliable measure, useful for investigating digital abuse in love relationships in the Brazilian population.
This study aimed to analyze the Social Representations of adolescents on dating and dating violence from their social anchors. This is a quantitative-qualitative, descriptive-exploratory study, involving 215 adolescents from public schools located in the city of João Pessoa - Paraíba, aged between 14 and 18 (M=16.16; SD=1.26), predominantly female (60.5%). Participants answered the Free Word Association Technique (FWAT); the Conflict in Adolescent Dating Relationship Inventory (CADRI); and, a sociodemographic questionnaire. Data from the CADRI and sociodemographic characterization were submitted to descriptive analysis, while those from the FWAT to the Correspondence Factor Analysis. Results anchored social objects in the affective, behavioral, psycho-affective, psycho-organic and valorative spheres. Dating was objectified as complicity, fidelity, respect, love, commitment, deception, betrayal, kiss, and fight. While dating violence was objectified as jealousy, disrespect, sadness, quarrel, cowardice, rape, wrong, hate, death and verbal.
Este estudo teve como objetivo relacionar a inteligência emocional com a liderança transformacional. Participaram 132 profissionais, distribuídos entre professores (69,7%); técnicos administrativos (9,1%); chefes de setores (18,2%) e professor e técnico (3,0%), que responderam a três instrumentos: a escala de inteligência Emocional de Schutte (EIES), e Questionário de Liderança transformacional e um questionário sociodemográfico. A maioria do sexo feminino (72,7%), com idades variando de 18 a 65 anos, 97% responderam ter pós-graduação. Os resultados apontaram um escore médio de 101,5 (DP ± 18,37) para inteligência emocional, apontando um nível leve, para os estilos de liderança, o fator transacional e transformacional uma pontuação média de 39,2 (DP ± 18,37) e 149,6 (DP ± 8,23), respectivamente, também indicando nível leve. Também foi observado uma correlação entre os construtos liderança transformacional e inteligência emocional. Conclui-se que as pessoas com a capacidade de lidar com as próprias emoções têm maior probabilidade de demonstrar empatia, sensibilidade às necessidades do outro, além de, saber lidar com o estresse e a pressão associados ao ensino superior.
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