Depressão e adolescência: Relação com qualidade de vida e bem-estar subjetivo

Abstract

Este estudo objetivou verificar a relação da Qualidade de Vida (QV) e do Bem-Estar Subjetivo (BES) com o indicativo de depressão em adolescentes. Tratou-se de um estudo de campo, transversal, de abordagem quantitativa. A pesquisa foi composta por uma amostra do tipo não-probabilística, com 300 adolescentes, entre 12 e 18 anos (M=14,84; DP=1,84), a maioria do sexo feminino (56%), estudantes de uma escola pública de João Pessoa, Paraíba. Estes responderam ao questionário sociodemográfico, ao Inventário de Depressão Infantil (CDI-20), ao questionário de QV Kidscreen-52 e às Escalas de Satisfação com a Vida e Afetos Positivos e Negativos. Através do SPSS (versão 21), realizou-se o Teste de Mann-Whitney e correlação de Spearman. Os resultados indicaram que as meninas (Mediana= 139,87) apresentaram mais indicativos de depressão do que os meninos (Mediana= 116,19), U= 6689, p<0,01, r= -0,15. A sintomatologia depressiva ainda se correlacionou de maneira negativa e estatisticamente significativa com a QV (rs= -0,69; p<0,001), afetos positivos (rs =-0,50; p<0,01) e satisfação com a vida (rs = -0,62; p<0,001). Dessa forma, os achados apontam para a necessidade de se prevenir à incidência da depressão por meio da promoção da QV e BES dos adolescentes.

Promoção da saúde mental: o atendimento de adolescentes com sintomas depressivos em uma clínica-escola

“…Em relação à área de atendimento social e de saúde, tendo como exemplo nessa pesquisa a clínica-escola, a Organização Mundial de Saúde destaca a importância desses serviços no tratamento e prevenção dos sintomas depressivos na população (Pinto et al, 2018;WHO, 2013). A clínica-escola é porta de entrada que permite aos usuários serem acolhidos e entendidos em suas necessidades (Rocha et al, 2016;Santeiro et al, 2013).…”

“…Embora os sintomas depressivos estejam presentes em grande parte da população, eles não são identificados e tratados como problemas psicológicos, ou seja, em muitos casos, os sintomas como cansaço, distúrbios de sono e de apetite, dentre outros sintomas físicos, são investigados como um problema de ordem orgânica apenas (Brito et al, 2015;Pinto et al, 2018).…”

“…Além disso, estudos trazem que cerca de 70% dos adolescentes com sintomas depressivos não recebem qualquer tratamento, refletindo na qualidade de vida desse público (Bonin & Moreland, 2012;Pinto et al, 2018).…”

Relação entre qualidade de vida e felicidade subjetiva de adolescentes escolares

“…A felicidade subjetiva demonstrou-se uma variável importante a ser considerada no atual estudo, pois a melhor percepção de felicidade aumentou em 7,10 vezes a chance de ter maior QV. Esse resultado observado pode ser explicado pelo fato de a maioria dos adolescentes elencar a felicidade como algo almejado para lidar com as demandas da vida de forma mais positiva e adaptativa, destacando a escola, a família e a comunidade como principais ambientes relacionados a essa felicidade (38,39) .…”

Análise De Fatores Protetores E De Risco Para O Desenvolvimento De Transtorno Mental Comum Em Escolares Do Ensino Médio

“…A fase da adolescência é demarcada por transformações biopsicossociais as quais levam o indivíduo ao aumento das responsabilidades sociais, a consecução de diferentes padrões comportamentais, além do progresso da sua autoestima, desenvolvimento de autonomia e aquisição de competência 3 . Na tentativa de conquistar sua identidade, o adolescente se depara com situações de maior vulnerabilidade que são comuns nesta fase da vida por ser a etapa caracterizada pela aceitação de alguns padrões sociais, onde os mesmos são instigados a testarem suas capacidades diante de impasses, sendo frequentes as situações que levam ao adoecimento mental 4 .…”