O artigo apresenta um estatuto dialógico para a prática pedagógica de Análise Linguística – AL, sob os aportes da teoria dialógica do Círculo de Bakhtin e da perspectiva da Análise Dialógica de Discurso. É uma caracterização teórico-pedagógica responsiva às tendências retrospectivas da AL em três décadas de seu desenvolvimento na Linguística Aplicada do Brasil. Envolve planos teóricos, conceituais, metodológicos e prospecta expansões interpretativas para (re)orientar proposições à tomada do objeto na direção de suas abordagens científica e prática. Os resultados apontam: sob perspectiva dialógica, a AL apresenta: a) objetivos pragmáticos, ao revestir os fenômenos linguísticos manifestados em textos mobilizados em gêneros de uma interpretação axiológica, a partir da relação estilo-gramática; b) objetivos sociais, ao servir à expansão dos níveis de consciência socioidelógica de sujeitos em situação de ensino e aprendizagem. Nessas bases, corrobora a compreensão e a produção valorada do discurso e a transformação de relações sociais.
O trabalho prospecta a caracterização teórico-metodológica do que propomos como práticas epilinguísticas axiológicas, o que se apresenta como expansão das propostas de práticas epilinguísticas feitas por Franchi e Geraldi. Conclama-se, por esta razão, a mobilização dos conceitos axiológicos da entoação, do juízo de valor e do extraverbal da enunciação nos processos de revisão e reeescrita. No plano metodológico, analisa-se o processo que envolve o diálogo entre um dos pesquisadores e uma aluna do 4º ano do Ensino Fundamental I, depois de seu texto ter passado por revisão e reescrita voltada a critérios de ordem cognitiva e não dialógica. Os resultados preliminares demonstram que: a) as práticas epilinguísticas axiológicas, em forma de blocos de questionamentos dialógicos, modificam o caráter da revisão e da reescrita, por convocar a manifestação da consciência sociodeológica do sujeito autor de textos a respeito das condutas socioideológicas representadas no texto; b) permite emergir a vida social e o discurso próprio no enunciado, o que a se concretiza no estilo verbal de linguagem empregado, que se torna mais livre, fluído e expressivo, com escolhas vocabulares e sintáticas valoradas e direcionadas ao todo do acabamento valorativo do enunciado como atuação discursiva, no que se espera com o trabalho balizado pelo dialogismo.
O trabalho prospecta a caracterização teórico-metodológica do que propomos como práticas epilinguísticas axiológicas, o que se apresenta como expansão das propostas de práticas epilinguísticas feitas por Franchi e Geraldi. Conclama-se, por esta razão, a mobilização dos conceitos axiológicos da entoação, do juízo de valor e do extraverbal da enunciação nos processos de revisão e reeescrita. No plano metodológico, analisa-se o processo que envolve o diálogo entre um dos pesquisadores e uma aluna do 4º ano do Ensino Fundamental I, depois de seu texto ter passado por revisão e reescrita voltada a critérios de ordem cognitiva e não dialógica. Os resultados preliminares demonstram que: a) as práticas epilinguísticas axiológicas, em forma de blocos de questionamentos dialógicos, modificam o caráter da revisão e da reescrita, por convocar a manifestação da consciência sociodeológica do sujeito autor de textos a respeito das condutas socioideológicas representadas no texto; b) permite emergir a vida social e o discurso próprio no enunciado, o que a se concretiza no estilo verbal de linguagem empregado, que se torna mais livre, fluído e expressivo, com escolhas vocabulares e sintáticas valoradas e direcionadas ao todo do acabamento valorativo do enunciado como atuação discursiva, no que se espera com o trabalho balizado pelo dialogismo.
Neste artigo, defende-se que as consciências socioideológica e linguística dos sujeitos em situação de ensino e aprendizagem da língua são expandidas a partir de prática de análise linguística de perspectiva dialógica, com o trabalho de atividades epilinguísticas valorativas. Ancora-se na perspectiva sociológica e dialógica de linguagem do Círculo de Bakhtin para discutir conceitos sustentadores e balizadores da discussão, como consciência socioideológica, signo ideológico, discurso interior, tema, entonação e outros, em enunciado produzido por deputado brasileiro em 2022. As discussões demonstram como as atividades epilinguísticas, em diferentes categorias, enfocam o plano axiológico-ideológico da língua/discurso e medeiam a interação autor-interlocutor-tema no enunciado, a inter-relacionar e promover a expansão das consciências socioideológica e linguístico-enunciativo-discursiva.
O artigo discute a epistemologia teórica da prática pedagógica de Análise Linguística (AL) na Linguística Aplicada do Brasil. Trata-se de abordagem documental e dialógica à compreensão da arquitetônica individual e conjunta de três textos fundantes dos pressupostos norteadores da proposição, refratada e refletida em conceitos que compõem a AL, dispostos em: O texto na sala de aula (GERALDI, 2006 [1984]), Criatividade e gramática (FRANCHI, 1987) e Portos de passagem (GERALDI, 2013 [1991]). Os resultados demonstram que a AL nasce oscilando entre as perspectivas cognitivista e dialógica (GERALDI, 2006 [1984]) e pende a uma perspectiva mais dialógica (GERALDI, 2013 [1991]), por meio da reenunciação pictórica de vozes teóricas consoantes (FRANCHI,1987) e de vozes dos teóricos do Círculo de Bakhtin. Decorre uma configuração teórica epistemológica dialógica, assentada em um tripé sobreposto de apreensões de ordem cognitiva, ética e estética, cujos fundamentos pragmático-pedagógicos e sociais direcionam-se à compreensão/produção valorada do discurso e à transformação de relações sociais.
Neste artigo, propomos problematizar a alusão direta e vertical à ideia de discurso como gênero, pormeio de abordagens mais estruturais do que valorativas no processo de ensino e aprendizagem de línguas, comoresultado da compreensão e da apropriação recortada da teoria dialógica do Círculo de Bakhtin (ROJO, 2005;BRAIT; PISTORI, 2012). Temos como objetivo principal esboçar, por meio de um percurso teórico de diálogoentre duas epistemologias - o dialogismo do Círculo de Bakhtin e Estudos dos Letramentos -, um traçado queelege o estilo verbal dos gêneros como o lugar heterogêneo do dialogismo pleno, por unir o social e o individual(BAKHTIN, 2003, 2013). Embora socialmente reconhecido, o estilo serve à manifestação da individualidade dofalante. É lugar idiossincrático do homem, que ali se mostra pertencente a um grupo social pelas axiologias quecompartilha em plano enunciativo. Como contribuições, ressaltamos o estilo como lugar da heteroglossia e datransculturalidade, portanto, lugar social de todo homem, e não como o lugar artificial de alguns homens, ao quala escola deve atentar em suas posturas metodológicas para não contribuir com a construção e manutenção dadesigualdade social. O sujeito está na língua assim como a língua está no sujeito.
A partir de uma abordagem interdisciplinar, que coaduna interpretações da sociologia, da antropologia, da filosofia e do dialogismo do círculo russo de Bakhtin, nosso objetivo consiste em analisar um artigo intitulado “Os jovens nem nem” publicado na revista “Istoé” online, que mobiliza um discurso sobre os jovens que não estudam e também não trabalham. Na análise do enunciado, buscamos compreender como ele reflete e refrata valorações próprias de partidas ideológicas que buscam analisar o papel social do jovem a partir de uma interpretação de base socioeconômica. Os conceitos de signo ideológico, palavra, ideologia, e consciência socioideológica são mobilizados na análise, na medida em que entendemos que o enunciado é constituído por valorações que sustentam relações sociais, interpretações de mundo e das vivências, sempre a partir de posicionamentos ideológicos. Como resultado, apresentamos a importância do dialogismo na análise dos discursos que ecoam perspectivas sócio-históricas, culturais e ideológicas sobre a temática das juventudes, a destacar como fundamental a presença de vozes sociais e valores que servem a representações refratárias, ou à multiplicidade de identidades e trajetórias dos jovens, de modo a clarificar como os discursos constituem e ao mesmo tempo são constituídos pelas relações sociais, sendo sua interpretação subsidiária de prospecções e rupturas de ordens instaladas.
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