Abstract:A participação das mulheres na direção dos sindicatos, incluindo o Sindicato de Trabalhadores Rurais, tem aumentado nos últimos anos. O movimento sindical rural, historicamente masculino, não aceitava mulheres associadas até início dos anos 1980. Hoje, as mulheres vêm ocupando cargos nas direções executivas, o que não significa que os sindicatos tenham mudado suas práticas discriminatórias. Neste texto analiso as relações de gênero e poder que envolvem homens e mulheres dirigentes no oeste do estado de Santa C… Show more
“…A regulamentação do FUNRURAL, em 1972, estimulou a criação de sindicatos rurais por todo país, já que era através deles que os camponeses acessavam estes benefícios. Boni (2004) e Paim (2006) destacam que o surgimento do Partido dos Trabalhadores (PT) na região, em 1981, foi determinante para a articulação de uma chapa de oposição nas eleições do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Chapecó. Em decorrência da mínima participação das mulheres nesse processo de mobilização, afinal as únicas que podiam associar--se ao sindicato eram as viúvas, surgiu a proposta de sindicalização das mulheres.…”
Section: De Domésticasunclassified
“…Em decorrência da mínima participação das mulheres nesse processo de mobilização, afinal as únicas que podiam associar--se ao sindicato eram as viúvas, surgiu a proposta de sindicalização das mulheres. Com a vitória da chapa de oposição, em 1982, iniciou-se a campanha pela sindicalização da mulher (Boni, 2004). A possibilidade de elas participarem no sindicato rural a partir de então foi uma conquista importante.…”
O artigo descreve a trajetória das mulheres que fundaram o Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), o contexto e os fatores que favoreceram o surgimento de um movimento de mulheres agricultoras nos anos 1980. A pesquisa se baseou na análise de documentos, revisão bibliográfica, método de observação participante e entrevistas semiestruturadas com suas fundadoras. O trabalho descreve o percurso pelo qual passaram para obterem reconhecimento enquanto trabalhadoras rurais e acesso a direitos, aponta como surgiu o MMC e seu atual projeto de agricultura camponesa e feminista em que o “cuidado” tornou-se um valor fundamental.
“…A regulamentação do FUNRURAL, em 1972, estimulou a criação de sindicatos rurais por todo país, já que era através deles que os camponeses acessavam estes benefícios. Boni (2004) e Paim (2006) destacam que o surgimento do Partido dos Trabalhadores (PT) na região, em 1981, foi determinante para a articulação de uma chapa de oposição nas eleições do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Chapecó. Em decorrência da mínima participação das mulheres nesse processo de mobilização, afinal as únicas que podiam associar--se ao sindicato eram as viúvas, surgiu a proposta de sindicalização das mulheres.…”
Section: De Domésticasunclassified
“…Em decorrência da mínima participação das mulheres nesse processo de mobilização, afinal as únicas que podiam associar--se ao sindicato eram as viúvas, surgiu a proposta de sindicalização das mulheres. Com a vitória da chapa de oposição, em 1982, iniciou-se a campanha pela sindicalização da mulher (Boni, 2004). A possibilidade de elas participarem no sindicato rural a partir de então foi uma conquista importante.…”
O artigo descreve a trajetória das mulheres que fundaram o Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), o contexto e os fatores que favoreceram o surgimento de um movimento de mulheres agricultoras nos anos 1980. A pesquisa se baseou na análise de documentos, revisão bibliográfica, método de observação participante e entrevistas semiestruturadas com suas fundadoras. O trabalho descreve o percurso pelo qual passaram para obterem reconhecimento enquanto trabalhadoras rurais e acesso a direitos, aponta como surgiu o MMC e seu atual projeto de agricultura camponesa e feminista em que o “cuidado” tornou-se um valor fundamental.
“…Nesse período, a assessoria aos trabalhos do STR era feita pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), também ligada à Igreja Católica, que promovia desde a formação sociopolítica de lideranças até a assessoria jurídica referente às causas trabalhistas. Esse trabalho da CPT ocorria a nível nacional em torno dos conflitos no campo, tendo uma orientação crítica para as práticas sindicais que se estabeleciam até então no Brasil, qual seja, de desmobilização estrutural provocada pelo Funrural 10 e a ação estrita na execução de políticas de previdência pelos STR (BONI, 2004). Os conflitos e o desconforto causado em outros segmentos sociais do município resultaram em dificuldades para o início do funcionamento do STR, o que exigia de seus participantes um caráter de doação e voluntariedade, como afirmou um dos sócios-fundadores sobre os seminários para a sua constituição: "[...] não recebíamos nada, não havia liberação, não recebíamos dia de serviço, levávamos as coisas para cozinhar lá [nos Seminários]".…”
Section: A Constituição Do Str De Espera Felizunclassified
Este texto apresenta a análise das relações estabelecidas entre organizações de agricultura familiar e políticas públicas de desenvolvimento rural a partir de uma pesquisa realizada no município de Espera Feliz (MG). Constatou-se que inserção da "agricultura familiar" na agenda governamental provocou mudanças na atuação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Espera Feliz, com a adoção de dispositivos coletivos utilizados pelos agricultores como estratégia de ação coletiva. Esses dispositivos sofreram adaptações em suas regras de reciprocidade, passando a constituir estruturas institucionais formalizadas. A partir do acesso a determinadas políticas públicas, criaram-se aproximações com mediadores sociais com vistas a potencializar as estratégias desenvolvidas pelas organizações locais. Essa relação torna-se conflituosa na medida em que há divergência das orientações coletivas para o desenvolvimento. As relações estabelecidas e analisadas puderam ser caracterizadas como relações de complementaridade, de dominação normativa e de dificuldades e tensões. Nesse conjunto de relações, forjaram-se aproximações entre as organizações e mediadores sociais que atuam no município.
“…O terceiro conjunto de textos mais contemporâneos (Van Der Schaaf, 2003;Alves, 2003;Deere, 2004;Salvaro, 2004;Boni, 2004;Stropalosas, 2004;Portella e Ferreira, 2004;Cordeiro e Scott, 2006;Brumer, 2007;Sales, 2007;Paula Andrade, 2007 (Cordeiro e Scott, 2006) e da participação feminina na luta pela Reforma Agrária e sua inserção nos programas sociais (microcrédito, economia solidária, etc.). Há uma ênfase, de um lado, no trabalho feminino e na sua importância dentro do universo familiar e, de outro, na força política dos movimentos de mulheres rurais, que conquistaram um protagonismo na sociedade civil e na elaboração de políticas públicas para trabalhadoras rurais.…”
Section: A Dominação Conceitual Da "Família Patriarcal"unclassified
Este artigo apresenta uma reflexão etnográfica a respeito da relação entre gênero e sociabilidade no sudoeste de Goiás, em pequenos municípios rurais. A proposta é ampliar o olhar sobre as relações de gênero no meio rural e descrever e compreender um processo social - um universo de festividades - que privilegia sociabilidades entre pessoas do mesmo sexo. O texto pretende mostrar que, para além da divisão sexual do trabalho e da complementaridade entre os sexos, as relações do tipo "mesmo sexo" põem em xeque a ideia de antagonismo entre homens e mulheres dentro da matriz da heterossexualidade e, além disso, problematizam a reprodução mecânica da família patriarcal nas relações de gênero no campo.
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