Resumo N este ensaio, repensamos e problematizamos os loci da gestão social no contexto das inter-relações e tensões entre o mundo-da-vida e o sistema, à luz de Jürgen Habermas e sua recepção crítica. A partir de uma reconstrução, os conceitos de mundo-da-vida e sistema representam uma chave de leitura sociológica e epistemológica do locus das ações e práticas de gestão social. Essa visão permite problematizar diversas tensões da gestão social que se materializam entre Estado, mercado e sociedade civil; agir comunicativo e agir estratégico; público e privado; coerção e espaço livre de fala; conflito e consenso; dominação e emancipação; interesses técnico, prático e emancipatório. Propomos que o locus da gestão social seja compreendido a partir dos processos intersubjetivos entre o mundo-da-vida e o sistema -somente possível por meio de uma visão construída de tensões (e possibilidades de complementariedade, justaposições, momentos dialéticos, fronteiras fluidas, intercâmbio e conflitos de lógicas). Assim, almejamos superar a compreensão dicotômica que situa a gestão epistemologicamente e socialmente em polos excludentes e, a partir disso, ser capaz de diagnósticos (mediante reconstruções epistêmicas) mais coerentes, crítico-reflexivos e falíveis das forças instrumentais e emancipatórias presentes na vida cotidiana e compartilhadas intersubjetivamente.
Palavras-chave:Gestão Social. Mundo-da-vida. Sistema. Locus. Tensão.the lOcus Of sOcial management in the cOntext Of interrelatiOns and tensiOns between the lifewOrld (lebenswelt) and system Abstract I n this essay we question and rethink the loci of social management in the context of interrelations and tensions between the lifeworld and the system in light of Jürgen Habermas and his critical reception. From a reconstruction, the concepts of lifeworld-and system represent a sociological and epistemological key reading of the locus of the actions and practices of social management. This view allows discuss various strains of social management that materialize between State, market and civil society; communicative action and strategic action; public and private; coercion and public speech space; conflict and consensus; domination and emancipation; technical, practical and emancipatory interests. We suggest that the locus of social management is understood from the intersubjective processes between the lifeworld and the system -only possible via a constructed view of tensions (and possibilities of complementarity, juxtapositions, dialectical moments, fluid borders, exchange and logical conflicts). Thus, we aim to overcome the dichotomous compression that situates management epistemologically and socially in exclusive poles, and, as appropriate,