Resumo E ste artigo é resultado de uma pesquisa empírica sobre a pedagogia da alternância (PA). A PA é uma tecnologia social (TS) muito conhecida no Brasil e que tem contribuído para ampliar a oferta de educação do campo em regiões distantes dos grandes centros urbanos do país. O principal objetivo do trabalho foi analisar como o transladar da PA no estado de Rondônia está associado às dinâmicas específicas de envolvimento e participação dos diversos atores envolvidos com essa TS. Teórico-metodologicamente, adotaram-se a teoria do ator-rede (TAR) e os conceitos de adequação sociotécnica (AST). Foi acompanhado, entre os meses de novembro de 2012 a junho de 2013, o transladar da PA entre organizações e regiões no campo estudado, procurando identificar os atores envolvidos, suas atuações e como têm participado da expansão da PA. Foram realizadas entrevistas e observação participante. Nos resultados, verificou-se que o Governo do estado, ator que se propõe, inicialmente, como protagonista na expansão e ordenamento da PA, não obtém êxito em definir os caminhos desse processo, contribuindo, não obstante, para as redefinições das redes de atores envolvidos e nos novos reordenamentos ocorridos. De modo geral, o transladar da PA constituiu um processo muito específico em cada região participante, contrariando pretensões governamentais de padronização dessa TS. Essa configuração decorreu da dinâmica sociotécnica que se estabeleceu entre os atores envolvidos, pela qual cada um procurou influenciar a definição dos objetivos da PA, tanto em termos locais como para todo o estado. Palavras
Resumo Este artigo analisa a criação institucional no processo de políticas públicas com base no conceito de sinergia definido por Evans (1996). Para tanto, é examinado um estudo de caso relativo ao Programa Um Milhão de Cisternas Rurais (P1MC), desenvolvido no campo das políticas hídricas no Semiárido brasileiro. Trata-se de uma pesquisa qualitativa cujo foco foi o Vale do São Francisco e que envolveu um conjunto de organizações da sociedade civil e públicas localizadas na microrregião de Juazeiro-BA. Além de dados documentais, a investigação contemplou a coleta e análise de dados oriundos de entrevistas. Observou-se um histórico de relações sociais pouco propensas à criação imaginativa de arranjos institucionais que facilitassem as interações sinérgicas Estado-sociedade naquele contexto, apesar do empoderamento e acúmulo de capital social ao longo de anos terem possibilitado algumas transformações e empreendimentos coletivos das comunidades estudadas.
O objetivo deste artigo é discutir um entendimento alternativo da gestão do desenvolvimento a partir do desdobramento de práticas vinculadas às denominadas tecnologias sociais, indicando possíveis inovações para o desenvolvimento neste século. Neste sentido, são abordadas concepções de desenvolvimento e suas implicações no que diz respeito à tecnologia, criticando-se uma compreensão sobre sua neutralidade, mesmo quando se trata de tecnologias apropriadas em experiências "alternativas de desenvolvimento", sendo salientada a teoria do ator-rede como saída conceitual da tensão paralisante entre determinismo econômico e social. Para tanto, é apresentado um estudo de caso que, ao adotar os pressupostos metodológicos da TAR - agnosticismo, simetria generalizada e livre associação- -, para analisar o desenrolar dos momentos de translação do programa Um Milhão de Cisternas Rurais, implantado na região do semiárido brasileiro, identificando-se uma trajetória tecnológica em que a criatividade cultural e morfogênese social do verdadeiro desenvolvimento, nos termos de Furtado (1974; 1982), se destacam e cujas repercussões são diferenciadas daquelas tradicionais aos projetos da gestão do desenvolvimento. Finalmente, as considerações finais destacam essas trajetórias como constituintes de gestões em desenvolvimento, fundamentadas em um caráter múltiplo que é revelado pela translação naquilo que construções sociotécnicas podem praticamente concretizar.
Neste trabalho, as dificuldades de articulação interorganizacionais nas questões ligadas ao mundo rural foram tomadas como campo de estudo, na região polarizada pelos municípios de Juazeiro-BA e Petrolina-PE. Fundamentando-se nos princípios da Gestão Social e apoiando-se na estratégia da pesquisa-ação, realizaram-se diversas atividades de investigação e intervenção, o que permitiu o reconhecimento de loci de articulação interorganizacionais existentes, no campo empírico, nos quais a equipe do projeto buscou inserir-se. Ademais, tais ambientes foram compreendidos enquanto redes interorganizacionais incipientes, potencializadoras de ações coletivas. Isto tem possibilitado redirecionar as atividades do projeto, conjuntamente com as organizações locais participantes, para o fortalecimento desses espaços preexistentes, em vez do propósito inicial de criação de espaços organizativos adicionais. Com este aprendizado, a experiência alinhou-se mais efetivamente aos pressupostos alicerçados na concepção socioprática da aprendizagem e na primazia da colaboração em processos de transformação social, presentes tanto na concepção de gestão social como na pesquisa-ação. ArticulaçãoInterorganizacional. Gestão Social. Pesquisa-Ação. Desenvolvimento Rural.In this work, the difficulties of inter-organizational coordination on issues related to rural areas were taken as a field of study, in polarized region by the municipalities of Juazeiro-BA and Petrolina-PE. Basing on the principles of social management and relying on the action research strategy, there were various research and intervention activities, which allowed the recognition of existing inter-linkage loci, in which the team project sought to enter. In addition, such environments have been understood as incipient jan./abr. 2016 v.5n.
Resumo: Renovar a relação Estado-Sociedade no Brasil tem sido assunto em pauta nas últimas décadas.Nesse debate, inserem-se perspectivas teóricas como a Governança Pública e a Gestão Social, com suas devidas particularidades e algumas convergências. Junto à teorização, experiências consideráveis têm sido empreendidas no país por meio de formas colaborativas de gestão entre governos e outros atores sociais. Para refletir sobre esse fenômeno, este trabalho utilizou um design de pesquisa qualitativa, abordando uma experiência dessa natureza no âmbito da política de segurança hídrica no Semiárido brasileiro. A partir desse caso, procura-se evidenciar e discutir formas renovadas de gestão, forjadas na experiência acessada, destacando o provimento de soluções coletivas mediante papel ativo de famílias e organizações locais. Assinala-se, porém, a permanência de restrições desafiantes, como a tendência de, frente às múltiplas lógicas de ação envolvidas, contornar problemas decorrentes por mecanismos que inibem maior engajamento cívico nas ações compartilhadas.Palavras-chave: Governança Pública; Gestão Social; cisternas; Semiárido brasileiro Abstract:Renewing the State-Society relationship in Brazil has been the subject on the agenda in recent decades. In this debate, there are theoretical perspectives such as the Public Governance and Social Management, with their own characteristics and some convergences. Beside the theoretical reflection, considerable experience has been undertaken in the country through collaborative forms of management between government and other social actors. To reflect on this phenomenon, this article made use of a qualitative research model, addressing such experience within the water security policy in the Brazilian semiarid region. From this case, we seek to highlight and discuss renewed ways of management forged in the experience by providing collective solutions through the active role of families and local organizations. It is noted, however, the persistence of challenging constraints such as the tendency to circumvent problems in view of the multiple logics involved, through mechanisms that inhibit the realization of greater civic engagement.
O presente trabalho trata da produção científica brasileira da área de Administração e que utiliza abordagens qualitativas de investigação, no campo aqui denominado por gestão territorial. Apresenta-se uma pesquisa documental, simultaneamente bibliométrica e de revisão crítica, que analisou a mencionada produção, a partir dos seguintes critérios: orientação paradigmática; lugar ocupado pela teoria no design de investigação; tradição de pesquisa utilizada; tipos de dados presentes; formas de análises desenvolvidas; e critérios de qualidade adotados. A análise foi delimitada ao último decênio de publicações (2006-2015), sob a forma de artigos em periódicos nacionais, nos estratos de maior avaliação do Sistema Qualis/Capes, na área de Administração. Os achados indicam a predominância de perspectivas metodológicas construtivistas e que empregam recursos teóricos na condição de lente de auxílio à análise, sem enquadrar esta última em modelos teoricamente pré-concebidos. Há elevada concentração das estratégias de pesquisa nos estudos de caso e prevalência da análise de conteúdo no tratamento dos dados, os quais, predominantemente, originam-se de documentos e entrevistas. É reduzida, nesse campo, a incorporação de critérios de qualidade em pesquisa qualitativa, sendo que em muitos trabalhos não se identifica o uso explícito de quaisquer deles e que em quase 40% não se esclarece sobre caminho analítico tomado quanto ao material analisado. Ao final, este artigo discute possíveis implicações desses aspectos sobre o processo de produção de conhecimento em gestão territorial – considerando, especialmente, a configuração do campo em termos da natureza dos fenômenos investigados - e lança algumas considerações referentes ao aprimoramento e ampliação da pesquisa desenvolvida.
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