O impacto do trabalho em saúde mental: transtornos psiquiátricos menores, qualidade de vida e satisfação profissional

Abstract

Palavras-chavesSatisfação profissional, impacto do trabalho, qualidade de vida, saúde ocupacional. resumo objetivo: Avaliar o impacto da carga de trabalho sobre a satisfação profissional, a qualidade de vida e a prevalência de transtornos psiquiátricos menores em profissionais de saúde mental. mé-todo: Estudo transversal com amostra de 203 profissionais de saúde mental. Foram aplicados os instrumentos: IMPACTO-BR, SATIS-BR, SRQ-20 e um questionário sociodemográfico ocupacional. resultados: 75,4% dos participantes eram do sexo feminino, com idade média de 33,7 anos (DP = 9); 15,8% dos participantes apresentaram transtornos psiquiátricos menores. Em relação ao trabalho, obteve-se nível de satisfação global mediano (escore 3,59; DP = 0,485). O impacto global foi avaliado como pequeno (escore 1,85; DP = 0,536). Sobre a qualidade de vida, houve prejuízo nos subitens dor, estado geral de saúde e vitalidade. conclusão: Os dados obtidos com esta pesquisa demonstram que os profissionais que atuam na área da saúde mental sentem-se mais satisfeitos em relação à qualidade dos serviços oferecidos e ao trabalho realizado em equipe. O fator que gerou menor satisfação está relacionado às condições de trabalho oferecidas. Foram observados escores mais elevados na subescala referente ao impacto emocional, assim como maior presença de transtornos psiquiátricos menores nos profissionais de terapia ocupacional e serviço social. Profissionais que trabalham mais de 20 horas semanais apresentam prejuízos na qualidade de vida.. ABstrAct

Assessment of Patient, Family and Staff Satisfaction in a Mental Health Service

“…These results corroborate Brazilian studies (De Marco et al, 2008;Ishara et al, 2014;Rebouças et al, 2007) and contradict those of international studies reporting high levels of dissatisfaction (Evans et al, 2006;Hannigan et al, 2000). The highest mean score concerned the relationship established with coworkers, while the mean scores concerning the service's infrastructure and working conditions were the lowest.…”

“…This consensus reveals poor working conditions, such as deficient infrastructure, lack of security, and low salaries, which compromise the delivery of quality care. None of the subscales addressed in this study obtained scores that indicate the staff was satisfied or very satisfied (scores 4 and 5, respectively), while the subscale concerning working conditions obtained the lowest score in comparison to other Brazilian studies (Camilo et al, 2012;De Marco et al, 2008;Ishara et al, 2014;Rebouças et al, 2007). Being satisfied at work is essential for those working in large services, otherwise their actions cannot be efficient; these professionals provide care to patients experiencing psychiatric episodes on a daily basis, which requires a high level of energy and willingness on the part of the staff.…”

“…The highest mean score concerned the relationship established with coworkers, while the mean scores concerning the service's infrastructure and working conditions were the lowest. Other Brazilian studies (De Marco et al, 2008;Ishara et al, 2014;Rebouças et al, 2007) report similar results. This consensus reveals poor working conditions, such as deficient infrastructure, lack of security, and low salaries, which compromise the delivery of quality care.…”

“…The service's appearance and comfort level caused dissatisfaction among patients and workers. Other Brazilian studies also found moderate or low levels of satisfaction among patients (Camilo et al, 2012;Heckert et al, 2006;Kantorski et al, 2009) and workers concerning this aspect (De Marco et al, 2008;Ishara et al, 2014;Rebouças et al, 2007). These findings may be explained by a lack of public investment in the proper maintenance of these services (Andreoli, Almeida-Filho, Martin, Mateus, & Mari, 2007).…”

“…Various studies have assessed mental health services using satisfaction measures and most focused on patient satisfaction (Blenkiron & Hammill, 2003;Gani et al, 2011;Heckert, Teixeira, & Trindade, 2006;Holikatti et al, 2012;Kantorski et al, 2009;Silva, Bandeira, Scalon, & Quáglia, 2012), followed by that of healthcare providers (De Marco, Cítero, Moraes, & Nogueira-Martins, 2008;Evans et al, 2006;Hannigan, Edwards, Coyle, Fothergill, & Burnard, 2000;Ishara et al, 2014;Pelisoli, Moreira, & Kristensen, 2007;Rebouças et al, 2007). The satisfaction of families was the least studied (Bandeira et al, 2011;Perreault et al, 2011;Santos & Cardoso, 2014;Stengard, Honkonen, Koivisto, & Salokangas, 2000).…”