Objetivo: Descrever características demográficas e clínicas de fumantes que procuraram atendimentoem centro especializado na cessação de tabagismo. Métodos: Foram analisadas, retrospectivamente,as informações disponíveis em ficha clínica padronizada preenchida no momento do primeiro atendimento, de fumantes que procuraram o Ambulatório de Apoio ao Tabagista do Centro de Saúde Escola daFaculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, no período de 18 meses.Resultados: O serviço foi procurado no período por 186 fumantes (135 mulheres), com idade de 50±12anos. A maioria (59%) veio encaminhada de outros ambulatórios médicos, e o consumo apenas decigarros industrializados foi relatado por 96%. A idade de início do consumo regular de cigarros foi de18±7 anos. Experiências prévias frustradas de abandono foram relatadas por 83% dos fumantes, e onúmero médio de tentativas efetuadas foi de 3±2. A maioria dos atendidos (66%) exibia dependência ànicotina de grau alto ou muito alto, com escore médio do teste de Fargeström de 6±2. Co-morbidadesfísicas foram relatadas em 62% e psiquiátricas em 24% dos casos, particularmente depressão (17%).Conclusões: Os dados obtidos servem como embasamento de algumas necessidades a serem supridas por novos serviços de cessação do tabagismo a serem instalados em municípios de porte médiodo Brasil e exterior.
Resumo: Profissionais de saúde mental vêm observando aumento do uso problemático de drogas entre pessoas em tratamento psiquiátrico. Este artigo teve como objetivo analisar o cuidado oferecido a estas pessoas, usuárias de uma rede de atenção psicossocial de uma cidade do estado de São Paulo. Pesquisa qualitativa realizada em três serviços comunitários, sendo produzidas notas de campo a partir da observação participante e de entrevistas semiestruturadas com usuários dos serviços identificados com uso de drogas associado ao diagnóstico de transtornos mentais. Buscou-se identificar percursos de tratamento, compreensões acerca destes na ótica dos envolvidos, delineando o acolhimento dessa demanda na rede e verificando posicionamentos atribuídos aos usuários. O cuidado dirigido aos usuários dos serviços foi feito de acordo com as possibilidades da rede existente, sendo influenciado por construções de sentido sobre drogas e por ideologias clínicas presentes nas práticas dos serviços. Verificou-se que os serviços de saúde mental tinham alguma tolerância para drogas lícitas, mas encaminhavam todos os usuários de drogas ilícitas. Isso promoveu descrições dos usuários dos serviços como "paciente de saúde mental" ou "usuário de drogas", exclusivamente, posicionando-os diferentemente no tratamento oferecido, o que, reciprocamente, influenciou a escuta de outras versões das experiências de consumo e sofrimento. Palavras-chave: comorbidade; diagnóstico duplo; substâncias psicoativas; transtornos mentais; serviços comunitários; pesquisa qualitativa.
Objetiva-se discutir o processo de intervenção desenvolvido junto a travestis que enfrentam condições de extrema vulnerabilidade social. O trabalho foi desenvolvido em uma casa-pensão onde moravam e trabalhavam como profissionais do sexo, pautando-se nos pressupostos das Metodologias Participativas. Foram realizados 20 encontros, trabalhando-se os seguintes temas: condições de vida e moradia, relação com familiares e companheiros, relação com as drogas, acesso aos serviços públicos de saúde, autoimagem e relações com o corpo. Através da intervenção, favoreceu-se o fortalecimento dos laços grupais, bem como o desejo de cuidarem de si, refletindo acerca da condição de vulnerabilidade que vivenciavam e de formas para sua superação.
Este estudo teve por objetivo identificar o consumo problemático de substâncias em uma amostra de 45 pessoas diagnosticadas com esquizofrenia, tratadas em Centro de Atenção Psicossocial II, e verificar a associação desse consumo a características sociodemográficas e clínicas dos participantes. Estudo transversal. Foram aplicados questionários sobre as substâncias mais consumidas ao longo da vida: tabaco (67%), álcool (73%) e maconha (22%). Dos participantes, 62% faziam uso problemático de pelo menos uma droga. Encontrou-se associação entre uso problemático de substâncias e satisfação financeira, impulsividade e experiências de discriminação. Conhecer as características relacionadas ao uso de drogas entre pessoas em tratamento para esquizofrenia auxilia a propor estratégias de cuidado para essa população.
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