Investigou-se aspectos do funcionamento psicológico como a maturidade emocional, locus de controle e ansiedade em pré-adolescentes obesos, através dos instrumentos: Teste do Desenho da Figura Humana (DFH), Escala de Locus de Controle para crianças e Escala de Ansiedade "RCMS". Os resultados não apontaram uma tendência específica quanto ao locus de controle ser mais interno ou externo. Em relação à ansiedade, enquanto traço de personalidade, a maioria dos sujeitos situou-se dentro do esperado para seu grupo etário. No DFH os índices relativos à Escala Evolutiva e à Escala Emocional encontraram-se também dentro do esperado, em sua maior parte. Tais resultados sugerem que não existe diferença entre pré-adolescentes obesos e pré-adolescentes em geral, quanto às variáveis estudadas. Entretanto, ser obeso pode estar associado a dificuldades de elaboração de aspectos evolutivos e emocionais para alguns indivíduos.
RESUMO: Considerando a contemporaneidade da Base Nacional Comum Curricular, a presente investigação objetivou caracterizar possíveis concepções sobre diversidade sexual e de gênero mobilizados pelo referido documento oficial. Amparada por referenciais acerca da sexualidade no ambiente escolar e seguindo o paradigma qualitativo, esta pesquisa se configura como uma análise documental cujos dados foram coligidos segundo pressupostos da Análise Textual Discursiva. Os achados nos indicam que o documento oficial apresenta a sexualidade tão somente por meio de sua dimensão biológica em espaços restritos da área das Ciências da Natureza, figurando ao lado de conceitos vinculados às infecções sexualmente transmissíveis e à gravidez. A diversidade de gênero por sua vez, é silenciada ao longo do documento analisado, fato agravado pela superficialidade no tratamento dos direitos humanos.
Objetiva-se discutir o processo de intervenção desenvolvido junto a travestis que enfrentam condições de extrema vulnerabilidade social. O trabalho foi desenvolvido em uma casa-pensão onde moravam e trabalhavam como profissionais do sexo, pautando-se nos pressupostos das Metodologias Participativas. Foram realizados 20 encontros, trabalhando-se os seguintes temas: condições de vida e moradia, relação com familiares e companheiros, relação com as drogas, acesso aos serviços públicos de saúde, autoimagem e relações com o corpo. Através da intervenção, favoreceu-se o fortalecimento dos laços grupais, bem como o desejo de cuidarem de si, refletindo acerca da condição de vulnerabilidade que vivenciavam e de formas para sua superação.
A escola é um espaço permeado pela sexualidade. Contudo, vários estudos constatam dificuldades para lidar com o tema no cotidiano escolar. A educação sexual também é tema de debates e polêmicas envolvendo a equipe escolar, pais e pesquisadores. Este artigo propõe discutir as concepções de sexualidade e gênero de educadores de uma escola pública do interior de São Paulo. Nesta pesquisa utilizou-se uma abordagem qualitativa. Os instrumentos de coleta de dados foram: observação participante e grupos temáticos com educadores. Os dados foram sistematicamente registrados em diário de campo e foram analisados pelo método de análise de conteúdos. Constatou-se que os educadores não se sentem preparados e nem desejam trabalhar com o tema. Atribuem à família a responsabilidade da educação sexual. Compreendem que a adolescência é a faixa etária correta para que a sexualidade desperte. Entendem que as crianças são inocentes porque não se interessam por sexo. Salienta-se a redução da sexualidade ao sexo e da reprodução dos padrões heteronormativos. Portanto, todos os alunos que não se enquadram nos padrões esperados são vistos como anormais. A principal causa atribuída à “anormalidade” desses estudantes é a configuração familiar em que os mesmos estão inseridos.
RESUMO:Pessoas de identidade trans vivenciam intensa discriminação e exclusão social. Destaca-se a importância da construção de espaços em que elas possam ser ouvidas em suas demandas, vivências e compreensões acerca de seus direitos. O objetivo deste artigo é analisar percepções acerca dos Direitos Humanos de dois grupos de travestis, de uma cidade do Estado de São Paulo, com especial ênfase aos direitos sexuais. Foi desenhado um estudo qualitativo, a partir dos pressupostos da abordagem da pesquisaação. A coleta de dados ocorreu durante dois anos de intervenções realizadas com esses grupos, registradas em diário de campo, além de entrevistas semiestruturadas com participantes. Constatou-se que as integrantes dos grupos em questão são excluídas de saberes que são fundamentais para terem acesso a seus direitos, tanto pelo desconhecimento daquilo que já lhes é assegurado por lei, quanto dos meios, através dos quais, podem exigir sua garantia. A partir de suas vivências, indicam questões que deveriam ser garantidas como direitos, entre elas: "direito de ser gente", à saúde e à feminilização dos corpos, à mobilidade e acesso à cidade e à segurança. Ressalta-se, ainda, que as pessoas estudadas compreendem a condição em que vivem como algo imutável através de suas ações. É importante favorecer a apropriação de conhecimentos, bem como incluir ativamente as pessoas trans nas formulações de políticas e ações para elas destinadas, com vistas à efetivação dos preceitos formulados pela Declaração Universal dos Direitos Humanos. PALAVRAS-CHAVES: identidade trans; travestis; processos de exclusão; direitos humanos.Abstract: Trans identity persons experience intense discrimination and social exclusion. Thus, it is notorious the importance of the construction of spaces in where it can be heard their demands, experiences and understandings concerning their rights. The aim of this article is to analyze perceptions concerning Human Rights of a group of transpersons, which lived in a city of São Paulo state, especially focusing on Sexual Rights. A qualitative study was designed, according to action research approach. Data were collected during two years long interventions with these groups, through field notes and transcriptions of interviews with the participants. The participants perceived themselves as excluded from fundamental knowledge in order to have access to their rights. So much not knowing what was assured by law, so their means of assuring rights. From their experience, they point to questions that should be granted as rights, such as: "right of being a person", health and body "feminilization", mobility and access to city and safety. It is highlighted that the participants understand the condition in where they live as something unchangeable by their own actions. It is important to promote empowerment of
e4306078Faced with a socio-cultural context marked by inequality and oppression in relation to sexual and gender diversity in Brazil, generated by prejudice and intolerance resulting from homophobia, the space occupied by the school in this scenario is questioned, an institution that dialogues with the processes occurring in society in which it is inserted. Thus, this article aims to present the results of research on the theme of sexuality and gender in teacher education in Ribeirão Preto-SP and Jaboticabal-SP, as well as its consequences in teaching, in which the multifactorial issues that involve the approach of this teacher are analyzed. theme in teaching. This theme consists of theoretical and practical elements that touch on formative, institutional, behavioral, curricular, epistemological, sociocultural and didactic-pedagogical aspects of the schooling process. With a qualitative approach and adopting by theoretical basis, mainly authors of queer analytical perspectives in the educational environment, semi-structured interviews with teachers from public schools, working in the two mentioned municipalities, used information by through discursive textual analysis. Teachers reported formative, sociocultural and institutional problems and difficulties in working with the theme of sexuality and gender in teaching, such as the absence of this theme in initial training and the reflexes of this process in teaching, as well as in several aspects that make up the school environment. It was also verified the existence of openings and possibilities to trace paths that articulate changes and transformations in relation to sexuality and gender in the educational scenario.ResumoDiante de um contexto sociocultural marcado pela opressão sobre a diversidade sexual e de gênero no Brasil, gerados pelo preconceito e intolerância decorrentes da homofobia, questiona-se o espaço ocupado pela escola neste cenário, instituição que dialoga com os processos ocorridos na sociedade em que está inserida. Assim, apresentamos os resultados da investigação sobre a temática sexualidade e gênero na formação de professores em Ribeirão Preto-SP e Jaboticabal-SP, bem como seus desdobramentos na atuação docente, na qual se analisa as questões multifatoriais que envolvem a abordagem deste tema no ensino. Tal tema é constituído por elementos teóricos e práticos que tocam aspectos formativos, institucionais, comportamentais, curriculares, epistemológicos, socioculturais e didático-pedagógicos do processo de escolarização. Com abordagem qualitativa e adotando-se por fundamentação teórica, principalmente, autores de perspectivas analíticas queer no meio educacional, utilizou-se como instrumento de coleta de dados entrevistas semiestruturadas com professores da rede pública de ensino, atuantes nos dois municípios mencionados, informações trabalhadas por meio da análise textual discursiva. Os professores relataram problemas e dificuldades formativas, socioculturais e institucionais no trabalho com a temática sexualidade e gênero no ensino, como a ausência deste tema na formação inicial e os reflexos deste processo na atuação docente, assim como em diversos aspectos que compõem o âmbito escolar. Constatou-se, também, a existência de aberturas e possibilidades para traçar caminhos que articulem mudanças e transformações com relação a temática sexualidade e gênero no cenário educacional.ResumenAnte un contexto sociocultural marcado por la opresión de la diversidad sexual y de género en Brasil, generado por el prejuicio y la intolerancia derivados de la homofobia, se cuestiona el espacio que ocupa la escuela en este escenario, institución que dialoga con los procesos que ocurren en la sociedad en que se encuentra insertado. Así, presentamos los resultados de la investigación sobre el tema sexualidad y género en la formación del profesorado en Ribeirão Preto-SP y Jaboticabal-SP, así como sus consecuencias en el desempeño docente, en el que las cuestiones multifactoriales que involucran el abordaje de este tema en la docencia se analizan. Esta temática está constituida por elementos teóricos y prácticos que tocan aspectos formativos, institucionales, conductuales, curriculares, epistemológicos, socioculturales y didáctico-pedagógicos del proceso escolar. Con un enfoque cualitativo y adoptando como fundamento teórico, principalmente autores de perspectivas analíticas queer en el ámbito educativo, se utilizaron entrevistas semiestructuradas como instrumento de recolección de datos con docentes de escuelas públicas, trabajando en las dos ciudades mencionadas, información trabajada a través de textos discursivos textuales. análisis. Los docentes informaron problemas y dificultades educativas, socioculturales e institucionales para trabajar la temática de la sexualidad y género en la docencia, como la ausencia de esta temática en la formación inicial y las consecuencias de este proceso en la docencia, así como en diversos aspectos que la integran. el entorno escolar. También se verificó la existencia de aperturas y posibilidades para trazar caminos que articulen cambios y transformaciones relacionadas con la sexualidad y el género en el escenario educativo.Palavras-chave: Ensino, Formação de Professores, Gênero, Sexualidade.Keywords: Teaching, Teacher’s Education, Gender, Sexuality.Palabras-clave: Docencia, Formación del profesorado, Género, Sexualidad.ReferencesALTMANN, Helena. Diversidade sexual e educação: desafios para a formação docente. Sexualidad, Salud y Sociedad – Revista Latinoamericana, Rio de Janeiro, n. 13, p. 69-82, 2013.ALTMANN, Helena; MARIANO, Hugo Romano. Crianças e adolescentes ministram aulas sobre gênero na universidade: experiência pedagógica e constituição do sujeito. Revista Diversidade e Educação, v. 7, n. 1, p. 244-259, Jan/Jun, 2019.ALVES, Alda Judith. O planejamento de pesquisas qualitativas em educação. Cadernos de Pesquisa, São Paulo (77), maio 1991, p. 53-61.BANDEIRA, Andreia; VELOZO, Emerson Luís. 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