Abstract:Esse artigo pretende contribuir para aprofundar o entendimento da discriminação racial no Brasil por meio da análise de aspectos semânticos dessa prática social, aos quais não foi dada devida importância na literatura contemporânea das ciências sociais. Darei destaque à tese, corrente nessa literatura, de que a discriminação dos negros foi significativamente redefinida após a abolição da escravidão como negação dos atributos ideais do indivíduo moderno. Segundo essa tese, com o advento da modernidade no Brasil… Show more
“…Nevertheless, such representations occlude the violence suffered by women as resulting from the hypersexualization of their bodies . The figure of the "mulata" is usually presented as a sexual object to which the possibility of mutual recognition in relationships of love and tenderness is denied (FERES JÚNIOR, 2006). It is a form of racial prejudice that ascribes to the body marks of inferiority, in this case, the non-aptitude for deeper relationships.…”
Resumo: O objetivo deste artigo é contribuir à crítica feminista do cinema a partir da análise da representação das mulheres negras nos longas-metragens brasileiros de maior público dos últimos anos. Este esforço se divide em três partes: em primeiro lugar, revisamos os estudos sobre o tema, mostrando que a articulação entre raça e gênero tem sido tratada de maneira marginal e com falhas metodológicas; em seguida, apresentamos dados quantitativos sobre o perfil dos elencos principais dos filmes nacionais; e, por fim, desenvolvemos uma tipologia dos estereótipos atribuídos às protagonistas de cor preta ou parda. Os resultados permitem concluir que perdura a sub-representação da mulher negra e a criação predominante de imaginários negativos, que as reduzem a ícones do espaço doméstico e a objetos de sexualização e de dissimulação.
“…Nevertheless, such representations occlude the violence suffered by women as resulting from the hypersexualization of their bodies . The figure of the "mulata" is usually presented as a sexual object to which the possibility of mutual recognition in relationships of love and tenderness is denied (FERES JÚNIOR, 2006). It is a form of racial prejudice that ascribes to the body marks of inferiority, in this case, the non-aptitude for deeper relationships.…”
Resumo: O objetivo deste artigo é contribuir à crítica feminista do cinema a partir da análise da representação das mulheres negras nos longas-metragens brasileiros de maior público dos últimos anos. Este esforço se divide em três partes: em primeiro lugar, revisamos os estudos sobre o tema, mostrando que a articulação entre raça e gênero tem sido tratada de maneira marginal e com falhas metodológicas; em seguida, apresentamos dados quantitativos sobre o perfil dos elencos principais dos filmes nacionais; e, por fim, desenvolvemos uma tipologia dos estereótipos atribuídos às protagonistas de cor preta ou parda. Os resultados permitem concluir que perdura a sub-representação da mulher negra e a criação predominante de imaginários negativos, que as reduzem a ícones do espaço doméstico e a objetos de sexualização e de dissimulação.
“…A defesa de uma identidade cosmopolita é um modo de denunciar o Estado-nação que não garantiu a esses grupos, por séculos, uma cidadania efetiva. O segundo aspecto marcante é que, por outro lado, esses grupos veem a necessidade de negociação com esse Estado-nação no sentido de ampliação dos direitos a serem garantidos a eles; o movimento das mulheres negras ganha visibilidade no combate às diversas manifestações de racismo, sexismo e exclusão social (Carneiro, 2002:182); ocorre a rearticulação da ideia de corpo da mulher negra nos anos 90 (Gomes, 2002); há a denún-cia das consequências que o racismo deixa para o corpo e a psique dos negros (Souza, 1983;Feres Júnior, 2006); as comunidades negras de quilombos, organizadas até então em movimentos locais, reivindicam o reconhecimento jurídico estatal de suas formas tradicionais de ocupação e uso dos recursos naturais (Gomes, 2009). Essas são apenas algumas das reivindicações negras que ganham o espaço público nacional e que são parte de um amplo leque de demandas reprimidas que se expressam em marcos legais na Constituição Federal de 1988 como, por exemplo, a proposta de criminalização do racismo (art.…”
Section: Movimento Negro Luta Por Reconhecimento Negritude E Esferaunclassified
“…De um lado, situam-se aqueles que defendem os elementos privados de um processo de reconhecimento do self. Axel Honneth propõe uma teoria do reconhecimento enquanto uma estrutura de aceitação do self por outros indivíduos, localizando na esfera privada, por meio do amor e da amizade, o elemento fundamental do processo de reconhecimento da diferença (Honneth,1996(Honneth, , 2003Feres Júnior, 2002. De outro lado, situam-se aqueles que percebem o reconhecimento como um status legal que pode ser modificado.…”
O debate sobre reconhecimento no interior da teoria política despertou uma produtiva polêmica sobre os elementos privados e públicos desta categoria (Fraser e Honneth, 2003). De um lado, situam-se aqueles que defendem os elementos privados de um processo de reconhecimento do self. Axel Honneth propõe uma teoria do reconhecimento enquanto uma estrutura de aceitação do self por outros indivíduos, localizando na esfera privada, por meio do amor e da amizade, o elemento fundamental do processo de reconhecimento da diferença (Honneth,1996(Honneth, , 2003Feres Júnior, 2002. De outro lado, situam-se aqueles que percebem o reconhecimento como um status legal que pode ser modificado. Nancy Fraser aborda a dimensão política do processo de reconhecimento como a aceitação do self por meio de uma concepção de justiça que exerce o papel de reparação em relação às injustiças passadas (Fraser, 1997(Fraser, , 2003Avritzer, 2007). A polêmica Honneth versus Fraser se desenvolve há alguns anos e representa mais do que uma mera desavença teórica. Ela abre diferentes possibilidades de se pensar a des/igualdade de status 1 em países como o Brasil.Embora as teorizações de ambos os autores tenham sido formuladas para a realidade do Norte Global, nos parece que elas podem auxiliar na compreensão de algumas especificidades do caso brasileiro no que se refere às relações raciais. Com o revigoramento da sociedade civil no
“…Ou seja, para Honneth, a luta por reconhecimento está no âmago dos conflitos sociais, e uma gramática moral rege os conflitos sociais (FUHRMANN, 2013;MENDONÇA, 2009;ALBORNOZ, 2011;FERES JÚNIOR, 2006 A história dela e de tantos outros moradores dessa região é rica em evidências de que o que estamos presenciando nessa região mineira é um fenômeno migratório que, diferentemente de outros momentos históricos, não se define apenas por pessoas cruzando fronteiras, mas, ao contrário, por pessoas que, às vezes, parecem até desconhecer fronteiras, tal como acontece em outros contextos, conforme evidenciam Basch, Schiller e Blanc (1994). O fenômeno recente, definido por essas autoras como transnacionalismo, é caracterizado pela "fluidez de ideias, objetos, capital e pessoas que se movem através das fronteiras" (BASCH; SCHILLER; BLANC, 1994, p. 27).…”
Este texto trata de uma parcela da juventude brasileira contemporânea que tem vivenciado singularidades no processo de transição para a vida adulta ocasionadas pelas migrações internacionais. São jovens moradores de um município rural marcado pelo transnacionalismo. Nosso objetivo é problematizar a condição juvenil nesse contexto, buscando evidenciar os elementos empíricos do transnacionalismo e sua influência na vida dos jovens, na transição para a vida adulta e na busca de reconhecimento. Os dados utilizados na análise são resultados de um estudo com jovens de famílias transnacionais, aqui identificados como filhos da migração. O estudo foi desenvolvido entre 2009 e 2013 por meio de uma etnografia, utilizando como principais formas de coleta de dados a observação direta e participante. A pesquisa de campo foi desenvolvida durante oito meses, em um município rural da região mineira de Governador Valadares, quando também foram aplicados questionários e entrevistas individuais e coletivas. Os resultados apresentados neste artigo evidenciam: as principais características do transnacionalismo nesse local de origem das migrações internacionais; aspectos da condição juvenil, das famílias transnacionais, da transição para a vida adulta e a busca dos jovens por ser alguém na vida, compreendida como expressão da busca por reconhecimento.
Palavras-chaveJuventude rural -Transnacionalismo -Reconhecimento.http://dx
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