“…Concordamos, por fim, com os estudos de Taffarel (2020), que existem oito forças atuando sobre os cursos de formação de professores/as de educação física, as quais contribuem para se acentuar a tendência de cursos privados, com formação fragmentada, com esvaziamento teórico, com ênfase na modalidade bacharelado, a distância e com base em políticas curriculares em sintonia com os preceitos da economia ultraneoliberal, vigente no Brasil em 2020. São elas 1. pensamento médico, ainda higienista e eugenista, racista, agora com uma linguagem científica sofisticada (Araújo; Araújo, 2013; Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte -CBCE, 2019); 2. influência militarista da disciplina de corpos e mentes e de militarização das escolas (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação -ANPED, 2015); 3. ênfase esportiva, competitiva, de rendimento, meritocrática (Sacomani, 2016;Cegalini;Fleury;Cardoso, 2016); 4. empresariamento e a educação física como negócio lucrativo, pela via da 'uberização' do trabalho do professor por meio de plataformas de serviços controladas por monopólios internacionais (CBCE, 2019); 5. divisionismo imposto pela regulamentação da profissão, que divide campos de trabalho (Taffarel et al, 2021); 6. política curricular com base teórica no construtivismo, no 'aprender a aprender', nas competências e habilidades via BNCC e reforma do ensino médio (Beltrão, 2019); 7. relativismo pós-moderno (Duarte, 2001). 8. forças da extrema direita, fascistas, alicerçando o processo de acumulação capitalista cuja medula é o capital financeiro, a indústria militar bélica e o narcotráfico (Mejía, 2020).…”