2011
DOI: 10.1590/s0104-83332011000200016
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Gênero, infância e relações de poder: interrogações epistemológicas

Abstract: Este artigo relaciona as posições periféricas da mulher e da criança no campo científico e as atuais dificuldades epistemológicas colocadas à emancipação da infância como categoria sociológica conceitualmente autônoma. Essas dificuldades são similares às resistências com que se depararam, tempos atrás, os "estudos feministas" para estabelecer o gênero como uma nova categoria de análise. A infância é uma construção social atravessada pelas relações assimétricas de poder e ação entre as gerações na sociedade e, … Show more

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“…Nesse sentido, a noção de sujeito racional, ou autônomo, serve de referencial para a organização do campo da psicologia do desenvolvimento, colocando a criança em um não lugar em relação ao adulto, e entendendo a idade adulta como ponto de chegada do pensamento e do conhecimento (Marchi, 2011;Qvortrup, 2010). Dentre os autores da psicologia do desenvolvimento, Jean Piaget é o exemplo mais representativo desta concepção.…”
Section: Da Criança Da Psicologia Do Desenvolvimento Ao Cidadão Da Pounclassified
“…Nesse sentido, a noção de sujeito racional, ou autônomo, serve de referencial para a organização do campo da psicologia do desenvolvimento, colocando a criança em um não lugar em relação ao adulto, e entendendo a idade adulta como ponto de chegada do pensamento e do conhecimento (Marchi, 2011;Qvortrup, 2010). Dentre os autores da psicologia do desenvolvimento, Jean Piaget é o exemplo mais representativo desta concepção.…”
Section: Da Criança Da Psicologia Do Desenvolvimento Ao Cidadão Da Pounclassified
“…Como sugerido pela abordagem dos estudos sociais da infância, encarei o processo de socialização "como um processo contínuo, múltiplo em sua direcção e fins, tanto os mais imediatamente visíveis quanto os menos perceptíveis, porque comummente não reconhecidos pela visão tradicional de socialização que, além da forma, também limita os agentes do processo de socialização e os territórios em que este tem lugar" (Marchi, 2011). Compreender o lugar que as crianças ocupam na educação, significa também entender a ordem geracional (Mayall, 2005) em que elas se inserem e, desta forma, compreender a sociedade no seu conjunto.…”
Section: John Deweyunclassified
“…Nas relações entre crianças cuidadoras e crian- Neste contexto, refutamos definições de educação apriorísticas e redutoras que a consideram um processo linear e unidireccional de transmissão de conhecimentos dos mais velhos aos mais novos e defendemos que uma morfologia completa e multifacetada dos fenómenos educativos só pode ser construída a partir da análise de contextos sociais concretos, tendo em conta a multiplicidade de actores, sentidos e formas que neles se entrecruzam (Marchi, 2011). É através da complexidade destes processos que a sociedade se reproduz e, ao mesmo tempo, se renova (Corsaro, 2002(Corsaro, , 2010 Christensen (2004) utiliza a expressão "adulto inusual" para definir o posicionamento referido.…”
Section: Considerações Finaisunclassified
“…A partir dos pressupostos da Sociologia da Infância, que reconhece as crianças como actores sociais (James, Jenks, & Prout, 2002;Corsaro, 2010), procurei compreender os processos educativos intrageracionais em que as crianças participam, tanto como educandas assim como educadoras. Como sugerido pela abordagem dos estudos sociais da infância, encarei o processo de socialização "como um processo contínuo, múltiplo em sua direcção e fins, tanto os mais imediatamente visíveis quanto os menos perceptíveis, porque comummente não reconhecidos pela visão tradicional de socialização que, além da forma, também limita os agentes do processo de socialização e os territórios em que este tem lugar" (Marchi, 2011). Compreender o lugar que as crianças ocupam na educação, significa também entender a ordem geracional (Mayall, 2005) O material empírico aqui apresentado foi construído a partir de uma "etnografia visual e participativa" (Colonna, 2012) num bairro periférico entre os municípios de Maputo e Matola, uma zona onde convivem traços urbanos e rurais, fábricas e machambas 1 , habitações em materiais precários, em material durável e até mesmo "casas de luxo".…”
Section: John Deweyunclassified