A enfermagem em saúde mental no Brasil: a necessidade de produção de novos conhecimentos

Abstract

RESUMO:A assistência psiquiátrica no Brasil após um século da sua institucionalização, em 1852, pouco se modificou, mantendo-se essencialmente restrita ao interior dos asilos e com uma função exclusivamente segregadora. Como resultado das exigências do dinamismo social, dos movimentos de transformação da assistência psiquiátrica na Europa e nos Estados Unidos e da mobilização dos profissionais da área de saúde mental, o Estado tem redefinido suas diretrizes políticas nas últimas décadas. Dessa forma, preconiza que a assistência seja feita de modo predominante extra-hospitalar, regionalizada e que o evento psiquiátrico seja atendido na própria comunidade. Os avanços do saber e da prática, em saúde mental, não foram acompanhados par e passo pela enfermagem que, desde o seu início até hoje, permaneceu essencialmente hospitalocêntrica, em que pesem as pressões e experiências no sentido de transformar sua prática e ensino, ao longo da história. As transformações necessárias só avançarão se os conhecimentos produzidos nesta área tomarem novos rumos uma vez que houve mudanças paradigmáticas na compreensão da saúde mental. Este estudo busca rastrear as grandes lacunas de conhecimento, que deverão ser preenchidas, para o realinhamento dinâmico da assistência de enfermagem em saúde mental. Algumas questões centrais que orientam a produção deste saber na realidade brasileira são discutidas.

O Ensino De Enfermagem Pisiquiátrica E Saúde Mental No Brasil: Análise Curricular Da Graduação

“…This result is in line with the nursing graduation courses/programs of other Latin American countries, which for the most part also use both terms and often in concomitance, 25 as well as referring to the history of the discipline/ course which has received this nomenclature since its inception. 28 It should be noted that the name 'psychiatric nursing' (enfermagem psiquiátrica) may point out that there are still remnants of the asylum and exclusionary approach in their contents, and some authors 14 claim that this denotation is associated with this status of exclusion, suggesting that it should be replaced.…”

“…25 In view of this context, these situations contribute to maintain the deficit and out-of-date knowledge of nursing students and nurses in the face of specific mental health issues such as the conception of disease and mentally ill patients based on segregation, stigma and prejudice, perpetuating the lack of interest of future nurses in this specific area and making it difficult to accept and act in multiprofessional teams, which disregard the importance of nurses' roles in mental health as well as their performance skills. 11,28 Although some curricula of nursing undergraduate programs which were included in the study were not available online, the necessary data were accessed through content available on institutions' websites, which may not be representative of the teaching reality. On the other hand, the characteristics of this type of study are limited to the interpretation of secondary data, and should therefore also be considered.…”

A internação psiquiátrica compulsória e involuntária: aspectos técnicos e éticos

“…Manteve-se por quase cem anos essencialmente restrita à prática de asilamento e com função exclusivamente segregadora. Depois disso, como resultado das exigências do dinamismo social, dos movimentos de transformação da assistência psiquiátrica na Europa e nos Estados Unidos e da mobilização dos profissionais da área de saúde mental, o Estado começou a definir novas diretrizes políticas para a área (Barros, Egry, 1994).…”

Residências terapêuticas: pesquisa e prática nos processos de desinstitucionalização

“…Sendo visível a importância da possibilidade de fazer as atividades por si só, é relevante a conquista do 'ir e vir', no plano material, como se verifica a seguir: A história da loucura é marcada pelo controle e pela vigilância como método de "tratamento". Das classes profissionais, à enfermagem foi dado o poder de controlar, disciplinar e educar o doente mental como forma de disciplina, segundo o estabelecimento do vigiar e confinar como instrumentos fundamentais de assistência (BARROS, EGRY, 1994).…”