Violência e gênero: vítimas demarcadas

Abstract

Este artigo pretende levantar questões sobre o atendimento à violência na área da saúde, particularmente à "violência sexual", com base em dados de uma pesquisa etnográfica em andamento num hospital municipal de emergências na cidade de São Paulo. Busca-se discutir esse atendimento como uma construção que responde a formulações sociais sobre o que são violência e sexualidade, que transcendem o campo da saúde e que têm impacto decisivo sobre suas ações. Atentaremos para as formas como se identificam as figuras de vítima e de agressor, que dão ao fenômeno uma configuração própria, delimitando a violência e a forma específica de atenção que a ela corresponde.

Violências percebidas por homens adolescentes na interação afetivo-sexual em dez cidades brasileiras

“…This would be a concept that fails to take into account relational and performance dimensions that represent the matrices forming what we call "gender" 34 .…”

Conceptions held by health professionals on violence against children and adolescents within the family

“…To some professionals, the mother "seems to dislike" the daughter since she was born, this opinion is based on the fact that the child does not receive the necessary care for her proper growth and development, which is made evident, according to professionals, by "lack of affection", poor body care (diet and hygiene), and not attending medical, nursing and dental appointments. Because the girls cried in the evening and In this perspective, men are identified as aggressors, because they received this attribute beforehand (11) .…”

“…As of this involvement, violence and its care are defined. In this relationship, previous construction of subjects as victims or aggressors may predispose the idea of violence, anticipating happenings themselves (11)(12) , and conditioning their assessment.…”

Fatores associados a condutas de enfrentamento violento entre adolescentes escolares

“…Com relação ao contexto, em sua especificidade, Arnett (1992) aponta que a assunção de risco estaria ligada aos contextos de socialização, como as normas apropriadas para o desempenho de papéis relacionados também ao gênero, bem como outras restrições culturais. Em termos de gênero, no entanto, além da socialização (Sarti, Barbosa, & Suarez, 2006), faz-se importante considerar também os aspectos psicobiológicos (Gil-Verona et al, 2002). Nesse sentido, os atos violentos costumam ser mais freqüentemente impetrados por homens (OPAS, 2003).…”