2006
DOI: 10.1590/s0102-69092006000200009
|View full text |Cite
|
Sign up to set email alerts
|

Aspectos semânticos da discriminação racial no Brasil: para além da teoria da modernidade

Abstract: Esse artigo pretende contribuir para aprofundar o entendimento da discriminação racial no Brasil por meio da análise de aspectos semânticos dessa prática social, aos quais não foi dada devida importância na literatura contemporânea das ciências sociais. Darei destaque à tese, corrente nessa literatura, de que a discriminação dos negros foi significativamente redefinida após a abolição da escravidão como negação dos atributos ideais do indivíduo moderno. Segundo essa tese, com o advento da modernidade no Brasil… Show more

Help me understand this report

Search citation statements

Order By: Relevance

Paper Sections

Select...
1
1
1

Citation Types

0
1
0
3

Year Published

2009
2009
2019
2019

Publication Types

Select...
5

Relationship

1
4

Authors

Journals

citations
Cited by 5 publications
(4 citation statements)
references
References 3 publications
0
1
0
3
Order By: Relevance
“…Nevertheless, such representations occlude the violence suffered by women as resulting from the hypersexualization of their bodies . The figure of the "mulata" is usually presented as a sexual object to which the possibility of mutual recognition in relationships of love and tenderness is denied (FERES JÚNIOR, 2006). It is a form of racial prejudice that ascribes to the body marks of inferiority, in this case, the non-aptitude for deeper relationships.…”
Section: Articles Articles Articles Articles Articlesmentioning
confidence: 99%
“…Nevertheless, such representations occlude the violence suffered by women as resulting from the hypersexualization of their bodies . The figure of the "mulata" is usually presented as a sexual object to which the possibility of mutual recognition in relationships of love and tenderness is denied (FERES JÚNIOR, 2006). It is a form of racial prejudice that ascribes to the body marks of inferiority, in this case, the non-aptitude for deeper relationships.…”
Section: Articles Articles Articles Articles Articlesmentioning
confidence: 99%
“…A defesa de uma identidade cosmopolita é um modo de denunciar o Estado-nação que não garantiu a esses grupos, por séculos, uma cidadania efetiva. O segundo aspecto marcante é que, por outro lado, esses grupos veem a necessidade de negociação com esse Estado-nação no sentido de ampliação dos direitos a serem garantidos a eles; o movimento das mulheres negras ganha visibilidade no combate às diversas manifestações de racismo, sexismo e exclusão social (Carneiro, 2002:182); ocorre a rearticulação da ideia de corpo da mulher negra nos anos 90 (Gomes, 2002); há a denún-cia das consequências que o racismo deixa para o corpo e a psique dos negros (Souza, 1983;Feres Júnior, 2006); as comunidades negras de quilombos, organizadas até então em movimentos locais, reivindicam o reconhecimento jurídico estatal de suas formas tradicionais de ocupação e uso dos recursos naturais (Gomes, 2009). Essas são apenas algumas das reivindicações negras que ganham o espaço público nacional e que são parte de um amplo leque de demandas reprimidas que se expressam em marcos legais na Constituição Federal de 1988 como, por exemplo, a proposta de criminalização do racismo (art.…”
Section: Movimento Negro Luta Por Reconhecimento Negritude E Esferaunclassified
“…De um lado, situam-se aqueles que defendem os elementos privados de um processo de reconhecimento do self. Axel Honneth propõe uma teoria do reconhecimento enquanto uma estrutura de aceitação do self por outros indivíduos, localizando na esfera privada, por meio do amor e da amizade, o elemento fundamental do processo de reconhecimento da diferença (Honneth,1996(Honneth, , 2003Feres Júnior, 2002. De outro lado, situam-se aqueles que percebem o reconhecimento como um status legal que pode ser modificado.…”
unclassified
“…Ou seja, para Honneth, a luta por reconhecimento está no âmago dos conflitos sociais, e uma gramática moral rege os conflitos sociais (FUHRMANN, 2013;MENDONÇA, 2009;ALBORNOZ, 2011;FERES JÚNIOR, 2006 A história dela e de tantos outros moradores dessa região é rica em evidências de que o que estamos presenciando nessa região mineira é um fenômeno migratório que, diferentemente de outros momentos históricos, não se define apenas por pessoas cruzando fronteiras, mas, ao contrário, por pessoas que, às vezes, parecem até desconhecer fronteiras, tal como acontece em outros contextos, conforme evidenciam Basch, Schiller e Blanc (1994). O fenômeno recente, definido por essas autoras como transnacionalismo, é caracterizado pela "fluidez de ideias, objetos, capital e pessoas que se movem através das fronteiras" (BASCH; SCHILLER; BLANC, 1994, p. 27).…”
Section: Introductionunclassified