Retomo aqui argumentos desenvolvidos ao longo dos últi-mos anos a respeito da condição de se estudar o Brasil nos Estados Unidos, ou a partir dos Estados Unidos. Há um tom autobiográfico mais ou menos inescapável nesta reflexão, que, no entanto, não pretende expor um caso "exemplar". A menos que, por "exemplar", se compreenda aquilo que pode servir como abertura de uma perspectiva de investigação sobre um problema amplo, que em si ultrapassa em muito a experiência individual (Monteiro, 2008a).Entretanto, no balanço entre o anedotário pessoal que todos carregamos e o sentido de uma experiência coletiva, deve-se assinalar que nos últimos anos parece haver um reaquecimento da reflexão sobre o Brasil nos Estados Unidos, especialmente no âmbito dos estudos literários -do qual não se exclui, é claro, o que aqui se nomeia "pensamento social".Constrói-se o pensamento sobre o Brasil a partir de uma produção longeva, muitas vezes insuspeitadamente rica para aqueles que estão no país. Mas, sobretudo, constrói-se o pensamento a partir de um diálogo continuado com os centros produtores de reflexão acadêmica no Brasil.