Concepções de Adolescência e Educação na Atuação de Profissionais do CAPSi

Abstract

Resumo O objetivo do estudo aqui apresentado foi apreender as concepções sobre adolescência e educação dos profissionais do Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil (CAPSi) que embasam sua atuação, em especial aquela que se desenvolve junto ao processo de escolarização dos adolescentes que frequentam esse serviço. Foram entrevistados 11 profissionais que atuam em um CAPSi: uma assistente social, um psiquiatra, duas psicólogas, duas enfermeiras, quatro terapeutas ocupacionais e a coordenadora. Para a tessitura dos dados, adotou-se a análise de conteúdo, considerando alguns pressupostos da abordagem epistêmica-metodológica do materialismo histórico e dialético. As discussões e resultados apontam que, mesmo compreendendo a importância de seu trabalho junto ao adolescente com histórico de doença mental, os profissionais entrevistados demonstram dificuldade em romper com uma visão naturalizada de adolescência, que a entendem como uma fase de conflito e que dificultam a compreensão de ser essa uma parte do desenvolvimento constituída e significada pela própria sociedade. Evidenciou-se que trabalhar com esses adolescentes propicia aos profissionais da saúde refletir sobre o processo de escolarização, percebendo a valorização da escola no projeto terapêutico do adolescente, bem como a importância do envolvimento dos profissionais da área da saúde, da escola e da família, de forma a auxiliar para que o adolescente possa construir, com base em uma educação emancipatória, sua identidade e autonomia.

Autolesão não suicida entre adolescentes: significados para profissionais da educação e da Atenção Básica à Saúde

“…Such data corroborate research that apprehended the conceptions about adolescence carried out with professionals from a Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil -CAPSi (Child and Adolescent Psychosocial Care Center in free translation) in Santa Catarina. 22 These professionals demonstrated difficulty in breaking a naturalized view of the adolescent, understood as a phase of conflicts, without locating it as a development process and signified by the society in which it is built. 22 Adolescence is a phase with greater intrapersonal and social vulnerability, so individuals have exercised self-injury to relieve negative feelings.…”

“…22 These professionals demonstrated difficulty in breaking a naturalized view of the adolescent, understood as a phase of conflicts, without locating it as a development process and signified by the society in which it is built. 22 Adolescence is a phase with greater intrapersonal and social vulnerability, so individuals have exercised self-injury to relieve negative feelings. 12 In a cross-sectional research that identified motivations for self-injury among 856 adolescents, 9 it was found that 103 reported episodes of NSSI, and the most reported reason is to get relief from a bad feeling.…”

Dez anos de um CAPSi: comparação da caracterização de usuários atendidos

“…Ainda sobre o tema das portas de entrada, estudos têm demonstrado que parcela significativa de encaminhamentos aos CAPSi está relacionada às dificuldades nos contextos escolares (Beltrame & Boarini, 2013;Delfini et al, 2009;Luckow & Cordeiro, 2017). De acordo com Delfini et al (2009), a escola tem sido crescentemente um espaço onde são evidenciadas e reconhecidas dificuldades de crianças e adolescentes em corresponderem a certo padrão de ideal, que vão desde às capacidades cognitivas e de produtividade escolar, às inadequações comportamentais no espaço escolar-institucional (comportamentos de rebeldia, agressividade, apatia etc.).…”

40 anos: o que a Psicologia tem produzido enquanto ciência e profissão?

“…Ademais, também estão presentes trabalhos sobre acompanhamento terapêutico (Engel, Ghazzi, & Silva, 2013) e problematizações sobre os processos de medicalização da vida (Decotelli, Bohrer, & Bicalho, 2013). Destacam-se, ainda, artigos que apresentam intersecções entre saberes/disciplinas científicas, tais como Direito e Psicologia (Carvalho & Perucchi, 2016), e discussões sobre infância e família no campo da saúde mental (Luckow & Cordeiro, 2017).…”