Letramento Acadêmico Indígena E Quilombola: Uma Política Linguística Afirmativa Voltada À Interculturalidade Crítica

Abstract

RESUMO Este artigo busca refletir sobre um acompanhamento pedagógico intercultural crítico para o acolhimento, a integração e a permanência dos estudantes indígenas e quilombolas no ensino superior brasileiro. Mais especificamente, pretende-se construir o argumento de que as experiências universitárias desses povos tradicionais nos cursos de graduação e pós-graduação só se podem concluir satisfatoriamente se baseadas em políticas institucionais que incluam uma política linguística para falantes de línguas não-hegemônicas, no que se refere ao domínio da textualidade acadêmica em língua portuguesa. Recorre-se aos conceitos de “letramentos de re-existência”, “interculturalidade crítica” e “pedagogia decolonial” em busca de propor uma política linguística que contemple os letramentos decorrentes do contato entre línguas e culturas presentes na comunidade acadêmica - especialmente as indígenas - a partir das demandas e agenciamentos de seus próprios falantes.

Interculturalidade Na Educação Escolar Indígena: Um Estudo De Revisão Bibliográfica Sistemática Qualitativa

“…PEREIRA (2019) Os conceitos da "transdisciplinaridade" e da "Interculturalidade crítica" que permeiam as dinâmicas das aulas sobre o Tema Contextual Educação Bilíngue Intercultural e, sobretudo, evidenciar a contribuição dos estudantes indígenas como representantes de suas epistemologias. PONSO (2018) Refletir sobre algumas práticas de letramento acadêmico de alunos indígenas e quilombolas no marco de uma política linguística afirmativa no ensino superior brasileiro.…”

“…Quanto aos aspectos mais relevantes das vivências na educação superior indígena, os estudos elencados partem das experiências dos sujeitos envolvidos na educação superior indígena, como também de experiências institucionais sobre as práticas pedagógicas no contexto da formação de professores indígenas à luz da interculturalidade crítica e da decolonialidade, trazendo, portanto, diversos problemas fundamentais para as comunidades indígenas em relação às lutas territoriais e à visão da sociedade não indígena sobre os povos originais (SANTOS et al, 2018). Práticas de letramento acadêmico de alunos indígenas no marco de uma política linguística afirmativa no ensino superior brasileiro, também é foco dos estudos sobre interculturalidade (PONSO, 2018).…”

Oralidade, Autobiografias, Subjetividade e Revelação do Racismo por Mestrandas Quilombolas

“…Com a oralidade, tivemos fluência, espontaneidade, coloquialidade, emoção e inteireza nas narrativas autobiográficas, que depois foram traduzidas para a linguagem escrita, e todo esse processo foi realizado à luz de uma discussão sobre a fala como forma de produzir conhecimento. Com a experiência do curso, pretendemos alcançar um letramento acadêmico (MARCUSCHI, 2010;PONSO, 2018;Sito, 2018) como prática social e política, e uma compreensão da memória (ABRAHÃO, 2003;POLLAK, 1989) como construção intersubjetiva, em que se reelaborou o eu social na perspectiva dos interesses do presente.…”

“Essa Mesma Arma Contra Eles”: Capitalismo, Poder, Linguagem E Educação Indígena

“…Alinhamo-nos, finalmente, com trabalhos que têm analisado tensões e encontrado exigências e embates institucionais como as que aqui analisamos. Esses trabalhos, desenvolvidos em contextos quilombolas (SITO, 2011); no ensino superior junto a comunidades de recente acesso a universidade (SITO; KLEIMAN, 2017;PONSO, 2018;OLIVEIRA;NASCIMENTO, 2017); no contexto da juventude negra e indígena periférica no movimento do hiphop (NASCIMENTO, 2018; SOUZA, 2011) e na escola pública (PERSCH; PACHECO; MONTEIRO, 2006) mostram, de modo semelhante, como essas comunidades reagem às exigências institucionais, fazem cultura e se constroem na insubmissão dos textos.…”