Esse artigo tem por objetivo refletir sobre as relações entre currículo e as culturas subalternizadas, perpassando pelas discussões que contribuem com essa relação, como aquelas relacionadas com o debate em torno dos conceitos de interculturalidade, territorialidade e multiculturalidade a partir de autores que pensam a
O artigo alinhava contribuições ao conceito de currículo do devir, veiculado em um artigo anterior. A metodologia pautou-se no levantamento da literatura pertinente à temática e a produção de currículos diferenciados, esboçados nas duas últimas décadas, veiculados em dissertações e teses originárias de Programas de Pós-Graduação do norte do Brasil. Resgata-se discussões acerca dos desenhos curriculares e articula-se a duas metáforas da linguagem Huni Kuin, oferecendo outras possibilidades que superem o cerceamento das propostas nacionais. A compreensão do conceito de currículo em devir está articulada à perspectiva dos estudos de Deleuze (1988; 2003), no qual os sujeitos do processo educativo assumem eticamente o protagonismo das ações, embasados em estudos, diálogos e reflexões, sem a submissão a outros que não vivenciam a escola. Para Deleuze a arte seria o apogeu do processo de articulação da linguagem. O artista incumbe-se do processo de ressignificação dos signos, libertando-os das âncoras sociais que os aprisionam. O currículo do devir teria esse desenho, livre, polissêmico, aberto à criação de possibilidades. Duas metáforas da linguagem Huni Kuin são articuladas por conter um potencial explicativo capaz de esclarecer o conceito de currículo do devir: Yube (jibóia) e Kene ku (desenhos verdadeiros), revertendo a ordem predominante do desenho arbóreo que orienta os currículos.
O artigo é fruto das discussões realizadas no Laboratório de interculturalidade – Labinter/UFAC, a partir da narrativa de José Domingos Kaxinawá, originário dos povos Huni Kuin do Rio Envira - Acre. O objetivo foi analisar fatores emergidos na narrativa sobre a trajetória de formação. Problematizar os fatores de formação que proporcionaram a visibilidade ao indígena norteou a análise. A coleta da narrativa aconteceu por meio de atividades avaliativas de disciplinas universitárias, denominadas história de vida/vida escolar. Foi estabelecido diálogo com Bauman (2005), Santos (2010), Goody (2012), Veiga-Neto (2003) e Candau (2012), e com outros autores que tematizam questões indígenas; a supremacia da Língua Portuguesa e a territorialidade indígena. O indígena é o “outro” na escola da cidade, tendo que silenciar a sua cultura para se manter estudando e prosseguir nos segmentos da Educação Básica e superior.
RESUMO Este trabalho apresenta resultados de uma pesquisa realizada com docentes de escolas do município de Rio Branco-Ac, objetivando identificar e analisar os contornos e pressupostos da formação continuada de professores, implementada pela Secretaria de Estado de Educação/Secretaria Municipal de Rio Branco, a partir de 2008, com a elaboração dos Cadernos de Orientação Curricular e a formação dos professores, a partir desse material. Adotou-se, nesta pesquisa, uma abordagem qualitativa, para a qual foram utilizados análise documental, vídeos de reportagens e três grupos focal. Constituem-se, como base teórica, autores como Almeida (2011), Ball (2002), Aplle (2006) e Popkewitz (1997). Observou-se que a concepção que orienta a formação continuada de professores tem características gerencialistas e performáticas. Esse modelo de formação é centrado na figura do professor de forma isolada do contexto em que trabalha, pressupondo que pouco ou nada têm a dizer sobre o que é necessário para robustecer a sua formação e que isso compete a outros, ressignificando, assim, o que é ser professor. Evidencia-se o entendimento de que o ensino é uma ciência aplicada e que os conhecimentos necessários para o sucesso profissional do professor já foram produzidos cientificamente por pesquisadores da educação, restando absorvê-los e aplicá-los de forma adequada. PALAVRAS-CHAVE Currículo. Formação Continuada. Professores. INTRODUÇÃO Este texto 2 traz parte dos resultados de uma pesquisa, concluída no ano de 2013, com professores de escolas do município de Rio Branco-Ac, com o objetivo de identificar e analisar os contornos e pressupostos da formação continuada de professores, implementada pela Secretaria de Estado de Educação e Esportes/Secretaria Municipal de Rio Branco. Para isso, foi feito um recorte da formação continuada desencadeada a partir de 2008, quando o Ministério da Educação-MEC, pactuou com os entes federados o compromisso Todos pela Educação, que culminou, no município de Rio Branco, com a elaboração dos Cadernos de Orientação Curricular e a consequente formação continuada dos professores, a partir daquele material, sob a responsabilidade de um instituto não governamental, domiciliado fora do Estado do Acre, contratado para essa finalidade. Assim, a presente investigação buscou trilhar as marcas deixadas pela política nacional de educação implementada pelo Estado Avaliador e as consequências desse modelo para a formação continuada de professores. É uma abordagem qualitativa, para a qual foram
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