A pesquisa qualitativa em tela tenta analisar o circo social cujo objetivo refere-se à inclusão social de jovens das periferias através das artes do circo. Algumas práticas desenvolvidas por organizações educacionais não governamentais no contexto das políticas públicas neoliberais serviram-nos de recorte. Para tal selecionamos como referências teóricas a genealogia de Michel Foucault, o conceito nietzscheano de arte trágica, de cultura cômica popular em Bakhtin e de circo através de seus pesquisadores no Brasil. Indagamos: como vem se dando a aliança, não mais da filantropia com a ciência, mas atualmente com as artes, particularmente o circo? Estaria a arte sob o domínio de uma nova tecnologia?
O presente texto é fruto do projeto de extensão universitária “Fórum sobre a Medicalização da Educação e da Sociedade/Jataí/GO” e tem como objetivo principal, apresentar e problematizar os processos de medicalização e medicamentalização da sociedade e, para tanto, realizamos alguns recortes históricos sobre tais processos e seus efeitos. Posteriormente apresentamos o processo de implementação do Fórum Sobre a Medicalização da Educação e da Sociedade no município de Jataí/GO e finalizamos com a análise da banalização de algumas práticas de diagnóstico na educação hoje. Temos como resultado o mapeamento de algumas alianças que constituem o poder médico-psiquiátrico, dentre elas, a aliança com a psicanálise, a biologia e a neurociência. Concluímos que a medicalização na educação decorre de práticas e procedimentos disciplinares presentes na sociedade que almejam homogeneizar as diferenças entres as pessoas e, consequentemente, medicar aqueles que fogem aos padrões estabelecidos pela norma médica e psiquiátrica. Essa normalização das condutas ocorre por meio de psicofármacos, cujo uso busca gerir os riscos sociais das consideradas más condutas, assumindo, muitas vezes, uma nova forma de punição.
Inicialmente destinada como saber auxiliar à prática da justiça, a psicologia jurídica estruturou-se no Brasil a partir do jogo de dupla qualificação médica e judiciária no qual a figura do criminoso passou a prevalecer sobre a apreciação do delito, movimento que uniu práticas disciplinares e jurídicas aos discursos médicos, psiquiátricos e psicológicos. O presente trabalho busca demarcar no percurso histórico de desenvolvimento da psicologia jurídica brasileira suas articulações junto a saberes como a psiquiatria e a criminologia ao longo de um projeto societário disciplinar e normalizador que refletiu no aumento das atividades diagnósticas e avaliativas, ainda hoje as principais atividades endereçadas aos psicólogos jurídicos. Na tentativa de promover reflexões e possibilitar novas análises sobre o tema, são problematizadas neste trabalho as relações entre saber-poder no processo de emergência e estruturação da Psicologia Jurídica no Brasil a partir de certas análises produzidas por Michel Foucault. Trata-se, principalmente, de uma tentativa de se valer de alguns dos elementos conceituais construídos pelo autor como dispositivos para uma análise crítica das relações entre práticas de conhecimento e práticas de poder assumidas pela psicologia jurídica brasileira, problematizando suas regulamentações sociais e urgências políticas enquanto saber e nova tecnologia de poder produzida na modernidade.
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