O artigo tem como objetivo apresentar o quadro de violência doméstica, sexual e outras violências perpetradas contra crianças (0-9 anos) no Brasil no ano de 2010, baseando-se nas notificações de violência doméstica, sexual e outras violências registradas no SINAN - Sistema de Informação de Agravos de Notificação (VIVA Contínuo). São apresentados os números absolutos e relativos derivados das notificações sobre violências, discriminando-se entre crianças menores de 1 ano e aquelas entre 1-9 anos, devido às especificidades existentes nessas faixas etárias. Em todo o país, o número de notificações entre menores de 10 anos é baixo (16,9%). Foram constatadas diferenças quanto à distribuição das notificações por unidade da federação. Observou-se que poucos municípios notificaram violências ao SINAN-Net no ano de 2010 no país. Algumas diferenças foram encontradas entre notificações em menores de 1 ano de idade e notificações de crianças entre 1-9 anos de idade, como por exemplo em relação ao perfil da violência, da vítima e do agressor, e o encaminhamento do caso. A qualidade da informação das notificações é discutida mostrando nível elevado de ausência de registros em alguns campos da ficha. Falhas na informação podem prejudicar o conhecimento mais detalhado do fenômeno, interferindo nas ações de planejamento, organização e operacionalização dos serviços de saúde no país.
Nesse artigo, foram investigados fatores associados ao sofrimento psíquico dos policiais militares da cidade do Rio de Janeiro, Brasil, a partir de estudo transversal com 1.120 policiais, sendo caracterizados o perfil socioeconômico e demográfico, a qualidade de vida, as suas condições de saúde e de trabalho. Para mensurar o sofrimento psíquico, utilizou-se o Self-Reported Questionnaire. Na análise de associações, usou-se o modelo de regressão logística, considerando-se variáveis relacionadas ao sofrimento psíquico. Os resultados indicaram associação entre sofrimento psíquico e fatores como: capacidade de reagir a situações difíceis e grau de satisfação com a vida; problemas de saúde, sobretudo, digestivos, nervosos, musculares e ósseos; e condições adversas de trabalho, como carga excessiva, constante exposição ao estresse e à vitimização. Conclui-se apontando a necessidade de intervenções que visem à promoção da saúde desses profissionais, sobretudo da sua saúde mental.
Namoro na adolescência no Brasil: circularidade da violência psicológica nos diferentes contextos relacionais
Resumo Este artigo objetiva verificar a evolução temporal da mortalidade por suicídio em pessoas com 60 anos ou mais segundo a unidade da federação no período de 1980 a 2009. Na construção das séries históricas empregaram-se dados da mortalidade por suicídio (CID-9 códigos E950 a E959 e CID-10 códigos X60 a X84 e Y87.0) obtidos do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM/ MS). Dados referentes à contagem populacional foram obtidos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Na avaliação da tendência temporal empregou-se o modelo de regressão de Poisson, no qual a variável resposta foi o número de óbitos e a variável explanatória o ano calendário centralizado. Foram consideradas tendências estatisticamente significativas aquelas cujo p-valor < 0,05. Os resultados mostram a presença de tendência estatisticamente significativa de aumento para quatro estados e de queda para dois (população geral; 60 anos ou mais). Na população masculina houve aumento em cinco e redução em dois. As taxas femininas exibiram aumento em um estado e queda em três. Verificou-se tendência de aumento no Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte e de redução no Amazonas, São Paulo e Roraima para aqueles com idades entre 60 e 69 anos. Observaram-se taxas crescentes na população de 70 a 79 anos do Piauí e decrescentes em Roraima. Palavras-chave Suicídio, Idosos, Tendência temporal, Regressão de Poisson Abstract The scope of this paper is to determine the temporal evolution of mortality by suicide in people aged 60 or more per State in Brazil between 1980 and 2009. Historical mortality by suicide data (ICD-9 codes E950 to E959 and ICD-10 codes X60 to X84 and Y87.0) were obtained from the Mortality Information System (SIM / MS). Data regarding population counts were obtained from the Brazilian Institute of Geography and Statistics. In the assessment of temporal trends the Poisson regression model was used, in which the dependent variable was the number of deaths and the centralized calendar year was the explanatory variable. Statistically significant trends were considered those whose p-value was d" 0.05. The results revealed the presence of a statistically significant increasing trend in four states and a decrease in two (general population; 60 years or more). In the male population there was an increase in five states and a reduction in two. The female rate showed an increase in one state and a decrease in three. There was an increasing trend in Piauí, Ceará and Rio Grande do Norte and a reduction in Amazonas, Roraima, and São Paulo for people aged between 60 and 69. Increasing rates were observed in the population aged 70-79 in Piauí and decreasing trends in Roraima.
Quando a convivência com a violência aproxima a criança do comportamento depressivoWhen living with violence brings a child close to depressive behavior
RESUMO A violência entre namorados adolescentes vem ganhando visibilidade no âmbito científico, configurando-se como problema de saúde pública. Este estudo quanti-qualitativo investiga como questões de gênero permeiam a violência física perpetrada no namoro entre adolescentes. Realizou-se inquérito epidemiológico com 3.205 adolescentes (idades de 15 a 19 anos), estudantes do 2º ano do Ensino Médio de escolas públicas e privadas de 10 capitais brasileiras. Entrevistas grupais e individuais foram também realizadas com 519 participantes. Humilhações e agressões entre namorados foram consideradas graves, entretanto, infidelidade e ciúme destacaram-se como disruptores de conflitos e brigas, refletindo normas de gênero tradicionais legitimadoras da violência. Destaca-se a necessidade de ações voltadas à desconstrução de estereótipos de gênero e à problematização da banalização da violência entre adolescentes.
BackgroundChildhood depression affects the morbidity, mortality and life functions of children. Individual, family and environmental factors have been documented as psychosocial risk factors for childhood depression, especially family violence, which results in inadequate support, low family cohesion and poor communication. This study investigates the association between psychosocial depression factors in low-income schoolchildren and reveals the potential trouble spots, highlighting several forms of violence that take place within the family context.MethodsThe study was based on a cross-sectional analysis of 464 schoolchildren aged between 6 and 10, selected by random sampling from a city in the state of Rio de Janeiro, Brazil. Socio-economic, family and individual variables were investigated on the strength of the caregivers’ information and organized in blocks for analysis. A binary logistic regression model was applied, according to hierarchical blocks.ResultsThe final hierarchical regression analysis showed that the following variables are potential psychosocial factors associated with depression in childhood: average/poor relationship with the father (OR 3.24, 95% CI 1.32-7.94), high frequency of victimization by psychological violence (humiliation) (OR 6.13, 95% CI 2.06-18.31), parental divorce (OR 2.89, 95% CI 1.14-7.32) and externalizing behavior problems (OR 3.53 IC 1.51-8.23).ConclusionsThe results point to multiple determinants of depressive behavior in children, as well as the potential contribution of psychological family violence. The study also reveals potential key targets for early intervention, especially for children from highly vulnerable families.
Buscou-se investigar a associação da violência psicológica (VP) na adolescência com fatores sociodemográficos, estrutura/relacionamento familiar e com outras formas de maus-tratos. Aplicou-se em 229 adolescentes (11-18 anos) um questionário, em serviços ambulatoriais de um hospital pediátrico público terciário. Encontrou-se que 26,4% dos entrevistados sofrem VP severa no contexto familiar, sendo que apenas cinco relataram não sofrer qualquer tipo de VP familiar, sugerindo que essa violência é considerada como uma forma corriqueira de relacionamento familiar. Comportamentos de VP familiares mais relatados: ser criticado pelo que faz ou diz, não ser encorajado quando tenta atuar de forma autônoma, ser chamado por nomes desagradáveis e ter adulto dizendo que está errado ao tentar agir. Insatisfação dos responsáveis com o adolescente, a estrutura familiar nuclear, a posição da criança entre os irmãos e o compartilhamento dos mesmos pais pelos irmãos mostraram-se associados à VP que ocorre no contexto familiar. O setor saúde, capacitando-se para detectar os sinais de VP, pode promover o direito à saúde integral de adolescentes, confirmando ser um dos principais setores sociais capazes de atuar preventivamente sobre as formas de violência sofridas e praticadas pelo grupo familiar.
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