ResumoEste trabalho teve como objetivo construir e validar um instrumento de estresse ocupacional geral, de fácil aplicação e que pudesse ser utilizado em diversos ambientes de trabalho e para ocupações variadas. A Escala de Estresse no Trabalho (EET), inicialmente composta por 31 itens, foi aplicada a 437 trabalhadores de diferentes organizações, públicas e privadas, sendo 249 homens e 188 mulheres. A análise fatorial revelou a existência de um único fator que, após eliminação de itens com carga fatorial abaixo de 0,45, ficou composto por 23 itens e obteve um coeficiente alfa de Cronbach equivalente a 0,91. Uma versão reduzida da escala, com 13 itens e alfa de 0,85 foi proposta. Com base nos parâmetros psicométricos satisfatórios da EET, concluise que esta é uma alternativa para investigações empíricas e trabalhos aplicados em organizações, podendo orientar medidas que visem à qualidade de vida dos trabalhadores.Palavras-chave: estresse ocupacional; estressores organizacionais; psicometria AbstractValidation of the work stress scale. The objective of this study was to develop and to validate a general instrument to evaluate occupational stress, easily administered, used in different work environments and for a variety of occupations. The Work Stress Scale (WSS) initially composed of 31 items was applied to 437 workers, 249 men and 188 women, of public and private organizations. The factor analysis detected only one factor. After the elimination of the items with a factor loading below .45, the final version of the scale was composed of 23 items and had a Cronbach´s coefficient of .91. A reduced version of the scale with 13 items and a Cronbach´s coefficient of .85 has been proposed. Based on the satisfactory psychometric parameters of the scale, it is concluded that the WSS is useful as an alternative in empirical investigations and organizational diagnostics. The results obtained can be useful indicators for organizational decisions in relation to the life quality of the workers.
O presente estudo teve como objetivo testar o impacto do suporte organizacional e do suporte social sobre o bem-estar no trabalho. Este construto contemplou tanto o afeto quanto a experiência de realização e expressão pessoal no trabalho. Um total de 403 funcionários de uma organização pública do Distrito Federal respondeu à Escala de Bem-Estar no Trabalho e à Escala de Suporte Organizacional Percebido. O primeiro instrumento contempla o afeto do trabalhador, operacionalizado como emoções e humores positivos e negativos no trabalho, e a realização pessoal no trabalho. O segundo instrumento contempla um fator de suporte social e quatro fatores de suporte organizacional: gestão do desempenho, carga no trabalho, suporte material e ascensão, promoção e salários. Os dados foram analisados por meio de regressão múltipla padrão. Os resultados indicaram que o suporte organizacional e o suporte social têm impacto direto no bem-estar. Gestão do desempenho foi o principal preditor de afeto positivo e realização no trabalho. Carga no trabalho foi o principal preditor de afeto negativo no trabalho. Implicações dos resultados e limitações do estudo são discutidas no texto.
Given the lack of instruments to measure both affective and cognitive elements of well-being at work, the objective of this study is to look for evidence of validity in the US regarding the well-being at work scale, which was first validated in Brazil to measure employee well-being perceptions. Two studies using two different American samples of 809 participants in total were conducted for the exploratory and confirmatory validation of the scale. Construct validity was determined using convergent, discriminant, and nomological validity, which was assessed using a structural equation model to determine a correlation between well-being at work and human resources management practices. This research provides a comprehensive and operationally valid measure of well-being in work settings. The three-factor model can be used as a diagnostic tool for managers who wish to identify and improve the well-being of their work teams.Keywords: emotions, factor analysis, measurement, occupational health, organizational psychology Escala de Bem-Estar no Trabalho: Validações Exploratória e Confirmatória nos EUAResumo: Considerando a carência de instrumentos para mensurar os elementos afetivos e cognitivos do bem-estar no trabalho, o objetivo deste estudo foi buscar evidências de validade nos EUA da escala de bem-estar no trabalho, validada primeiramente no Brasil para avaliar as percepções dos empregados relativas ao seu bem-estar. Dois estudos foram conduzidos para as validações exploratória e confirmatória da escala, com duas amostras americanas diferentes, totalizando 809 participantes. A validade de construto foi verificada por meio das validades convergente, divergente e nomológica, esta última obtida pela análise da correlação entre o bem-estar no trabalho e práticas de gestão de pessoas em um modelo de equações estruturais. Esta pesquisa oferece uma medida abrangente e operacionalmente válida para avaliar o bem-estar no ambiente de trabalho. Como contribuição prática, o modelo de três fatores produzido pode ser usado como ferramenta diagnóstica para os gestores organizacionais que desejem identificar e aprimorar o bemestar de suas equipes de trabalho.Palavras-chave: emoções, análise fatorial, medidas, saúde ocupacional, psicologia organizacional Escala de Bienestar en el Trabajo: Validación Exploratorio y Confirmatorio en los EEUUResumen: Considerando la carencia de instrumentos para mensurar los elementos afectivos y cognitivos del bien-estar en el trabajo, el objetivo de este estudio fue buscar en los EEUU evidencia de validez de la escala de bienestar en el trabajo validada previamente en Brasil para evaluar las percepciones de los empleados relativas a su bien-estar. Dos estudios fueran conducidos para las evaluaciones exploratoria y confirmatoria de la escala, con dos amuestras americanas diferentes, totalizando 809 participantes. La validad de constructo fue verificada por medio de las validades convergente, divergente y nomológica, esta última obtenida por el análisis de la correlación entre el bien-estar e...
O objetivo central deste artigo é propor um modelo para aprimorar programas de motivação no trabalho a partir do perfil motivacional do trabalhador. O pressuposto básico é que as estratégias de motivação laboral são mais eficientes quando correspondem diretamente a metas e valores do trabalhador. Para tanto, são discutidas brevemente as principais teorias que explicam a motivaçãono trabalho, bem como suas aplicações em programas motivacionais concretos. É apresentada uma moderna teoria dos valores, verificada empiricamente em mais de 60 países, que identifica a estrutura motivacional das pessoas. Com base nos resultados destes estudos, é introduzido o conceito deperfil motivacional do trabalhador e discutida a sua forma de avaliação nas organizações. É igualmente apontada a correspondência entre diversos aspectos do perfil motivacional e diversos motivadores utilizados na prática organizacional. Conclui-se que o conhecimento do perfil motivacional do trabalhador possibilita o desenvolvimento de programas diferenciados de motivação dentro da organização, visando à atender a metas de trabalhadores diversos.
O bem-estar tem sido apontado como fenômeno essencial para o funcionamento adequado e competitivo da organização. Este estudo testou a relação do suporte organizacional para ascensão, promoção e salários, e os estilos gerenciais com o bem-estar no trabalho. Essa variável contemplou o afeto positivo, o afeto negativo e a realização pessoal do trabalhador. O estudo foi conduzido em duas organizações privadas. Um total de 157 trabalhadores respondeu a um questionário composto pela Escala de Avaliação do Estilo Gerencial (Melo, 2004), pela Escala de Suporte Organizacional Percebido (Tamayo, Pinheiro, Tróccoli, & Paz, 2000) e pela Escala de Bem-Estar no Trabalho (Paschoal & Tamayo, 2008), todas validadas no Brasil. Os dados foram analisados por meio de correlações bivariadas e pela regressão múltipla padrão. Os resultados indicaram que tanto os estilos gerenciais quanto o suporte para ascensão, promoção e salários apresentam associações significativas com o bem-estar no trabalho. O suporte, por sua vez, apresentou as associações mais fortes com os fatores de bemestar, e foi seu principal preditor. Assim, quanto mais positiva é a percepção de suporte, maiores são o afeto positivo e a realização do trabalhador, e menor é o afeto negativo. Ações e práticas da organização parecem ser mais importantes para o bem-estar laboral do que comportamentos específicos de gestores.
RESUMO − Esta pesquisa teve como objetivo investigar a influência da interferência família-trabalho e dos valores do trabalho sobre o estresse ocupacional. Para tanto, utilizaram-se três instrumentos: Escala de Estresse no Trabalho, Escala de Interação Trabalho-Família e Escala de Valores Relativos ao Trabalho. Participaram da pesquisa 237 funcionários de uma instituição bancária. Os resultados indicaram que a interferência família-trabalho influencia o estresse ocupacional, sendo que quanto maior o escore de interferência, maior o estresse. Sugere-se que a interferência família-trabalho possa favorecer diretamente o aparecimento de estressores organizacionais e orientar cognições e afetos que influenciem a percepção de demandas do trabalho como estressores. Os valores do trabalho não apresentaram relação com o estresse ocupacional, o que pode ser decorrente do instrumento utilizado para avaliar o estresse ou da maior importância desses valores na escolha da profissão. Limitações e orientações para pesquisas futuras são apresentadas no texto.Palavras-chave: estresse ocupacional; valores do trabalho; interferência família-trabalho. Impact of Work Values and Family -Work Interference on Occupational StressABSTRACT − The objective of this research was to investigate the influence of family-work interference and work values on occupational stress. Three instruments were used to collect data: Work Stress Scale, the Work-Family Interaction Scale and the Work Values Scale. The instruments were administered to 237 workers of a banking institution. The results showed that the family-work interference did influence on occupational stress in the sense that higher scores on interference were correlated with higher stress. The authors suggest that family-work interference can directly contribute to the emergence of organizational stressors and influence cognition and affects that can have an impact on the person's perception of job demands as stressors. Work values had no relation with occupational stress. This could be explained by the instrument used to evaluate occupational stress or the importance given to work values in the process of professional choice. Limitations and orientations to future research are pointed.Key words: occupational stress; work values; family-work interference. o estresse ocupacional como um processo concebido por estressores e respostas e como um conceito relacional, o qual enfoca a relação entre o ambiente de trabalho e o sujeito. Isto pode ser observado, por exemplo, na teoria de Lazarus (1995), na teoria cibernética do estresse (Edwards, 1992) e na teoria de ajustamento pessoa-ambiente de Edwards e Cooper (1990). Lazarus (1995) propõe que o estresse ocupacional ocorre quando o indivíduo avalia as demandas do trabalho como excessivas para os recursos de enfrentamento que possui. O estresse não seria uma propriedade da pessoa ou do ambiente, mas poderia se desenvolver a partir da conjunção de um tipo particular de ambiente com um tipo determinado de pessoa. Pressão de tempo, sobrecarga de trabal...
Este estudo testou a influência do suporte organizacional percebido na intenção de rotatividade de servidores públicos efetivos de um órgão da administração pública federal. O referencial teórico aponta mudanças e tendências na administração pública brasileira e aborda a intenção de rotatividade como a probabilidade de o trabalhador deixar a organização em um futuro próximo. Um total de 112 servidores preencheu um questionário composto por medidas validadas no Brasil. Foram conduzidas análises estatísticas descritivas, correlações bivariadas e regressão hierárquica. Os resultados descritivos revelaram que os servidores têm um alto desejo de deixar a organização e avaliam negativamente o suporte organizacional voltado à ascensão, promoção e salários e o suporte organizacional voltado à gestão do desempenho. Os resultados da regressão múltipla hierárquica indicaram que quanto menor é a percepção de suporte organizacional, maior é a intenção de rotatividade. Além disso, idade e tempo na organização também influenciaram a intenção de rotatividade. Os resultados estimulam a discussão sobre práticas e políticas de recursos humanos e valorização no serviço público.Palavras-chave: rotatividade, serviço público, comportamento organizacional, saúde organizacional, gestão de pessoas, administração federal [Artigo recebido em 20 de novembro de 2014. Aprovado em 21 de outubro de 2015.]
Em 1990, conforme revisão de literatura empreendida na área de gestão de recursos humanos, prevaleciam os estudos de caso como método de pesquisa. Desde então, a exemplo da gestão por competências, novos modelos, sistemas e tecnologias passaram a integrar o rol de prescrições da área. Considerando que o estudo de caso tem reduzido potencial de validade externa, questiona-se até que ponto, mantida a tradição metodológica das pesquisas notada na referida década, há suporte empírico para toda a sorte de normativos que imperam nas vias profissionais, e mesmo acadêmicas, da área de gestão de pessoas. É nesse sentido que o presente estudo caracteriza a produção nacional sobre a gestão de pessoas, entre 2001 e 2010, veiculada em todos os 121 periódicos nacionais, das áreas de administração, ciências contábeis e turismo, classificados entre A1 e B4 pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e cujas linhas editoriais abarcavam temáticas relacionadas direta e indiretamente com o foco proposto. Com a utilização de filtros arbitrados por 18 juízes especialmente treinados para a tarefa, foram analisados 197 artigos cujas temáticas centrais versavam sobre modelos, sistemas, tecnologias e políticas e práticas de recursos humanos. Os resultados evidenciaram um campo marcado por estudos teórico-empíricos que descrevem facetas da gestão de funções de recursos humanos, sobretudo a da avaliação, a partir da percepção de públicos diversos amostrados de modo não probabilístico em uma organização por vez, cujo acesso transversal se deu por levantamentos de opinião e estudos de casos operados por questionários e entrevistas que resultaram no uso prevalente de técnicas estatísticas e de análise de conteúdo. Assim, considera-se que o conhecimento acumulado não permite as devidas generalizações que recorrentemente se constatam nas obras técnico-científicas da área. Observações sobre a metodologia empregada na maioria dos estudos, sobretudo no que se refere ao método de pesquisa e aos procedimentos de amostragem escolhidos, revelam que a produção da área mais serve ao propósito de descrever, ou mesmo explicar, a dinâmica dos temas pesquisados no lócus em que foram aplicados do que gerar ideais normativos.
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