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Muitas são as espacialidades que se configuram hoje para o estudo das fronteiras e dos limites internacionais. Uma destas é a constituição de mecanismos de cooperação transfronteiriça endossadas pelos Estados nacionais de modo a resolver problemas em comum e, ao mesmo tempo, dinamizar a economia, proteger conjuntamente o meio ambiente e estabelecer eixos convergentes de dinâmicas sócio-culturais. O presente artigo coloca em evidência um estudo de 20 anos de cooperação entre a França (por meio da Guiana Francesa) e o Brasil - com o estado do Amapá - para a fronteira que compartilham. O interesse é compreender quais são os desafios que se apresentam duas décadas depois do estabelecimento de um acordo jurídico, em 1996, que permitiu a cooperação transfronteiriça (institucionalizada) entre ambos. Discutem-se os elementos de maior ressonância nas questões institucionais, geopolíticas, socioeconômicas e identitárias a partir de análise documental e trabalho de campo. As conclusões mostram que os problemas são variados, mas a migração ilegal para a Guiana Francesa, as diferentes diretrizes institucionais entre ambos e a perifericidade regional são alguns aspectos relevantes dos desafios a serem enfrentados.
Brazil and France share a long border across the Oiapoque river, located in the Amazon. This paper tries to evaluate how actions undertaken since the establishment of the international limit, in 1900, have shaped and reshaped systems of regional circulation and trade in this river basin. Using both a bibliographical review and information derived from fieldwork, we conclude that three major changes have occurred recently: (i) the previously hegemonic fluvial circulation is now in competition with terrestrial circulation; ii) previously dominant local informal rules have been downplayed in favor of international rules; and iii) a contradiction has appeared in bilateral relations: the official discourse focused on "integration" values an increase of the interface between the two river banks while in practice a decrease in interactions and a tightening of the rules of circulation seems to be happening.
ResumoA imigração haitiana na Guiana Francesa, que costuma passar pelo Suriname, agora parece chegar pela Amazônia brasileira. Essa se tornou o ponte de passagem de importantes fluxos haitianos, mas que na verdade dirigem-se principalemente em direção à metrópole de São Paulo, novo eldorado para populações caribenhas sinistradas. Hoje juntada por outros fluxos oriundos da África e até da Ásia, essa migração mostra a recomposição da organização tradicional do mundo, como da nova importância do Brasil como potência regional no mundo americano. A Amazônia está se impondo agora como um novo cruzamento, que está permitindo uma integração melhor das Américas, inclusive com as migrações.
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