Resumo O presente estudo analisa a saúde mental dos assistentes sociais portugueses, bem como a sua relação com algumas variáveis demográficas e socioprofissionais. Recorreu-se ao método quantitativo, utilizando-se um questionário para a caracterização demográfica e socioprofissional dos assistentes sociais e à aplicação do General Health Questionnaire-28 (GHQ-28) para avaliar a sintomatologia psicopatológica. A partir dos resultados obtidos conclui-se que, segundo o GHQ-28, cerca de 18% dos assistentes sociais portugueses se encontram emocionalmente perturbados. As sintomatologias que apresentam em níveis mais elevados são a disfunção social, a ansiedade e a insónia. Os assistentes sociais que desejam mudar de local de trabalho, que desejam mudar de profissão, que apresentam insatisfação salarial, insatisfação com os objetivos institucionais, que estão sujeitos a uma elevada burocracia e a uma elevada pressão temporal apresentam níveis mais elevados em todas as sintomatologias e na escala total.
O presente artigo pretendeu conhecer os níveis de stresse e engagement laboral que os assistentes sociais, em Portugal, estavam expostos. Para tal, aplicou-se um inquérito por questionário, composto pela Perceived Stress Scale e a Utrecht Work Engagement Scale, a 1369 profissionais. Os resultados identificaram um nível mediano de stresse e engagement, o que pode ser indicativo de níveis de bem-estar laboral satisfatórios. Observou-se, ainda, que à medida que o stresse percecionado aumentava, diminuía o engagement destes profissionais. Foram, também, encontradas conexões significativas entre estas variáveis e o vencimento auferido.
Objetivo: O presente estudo visa avaliar os itens e as respetivas dimensões da Utrecht Work Engagement Scale (UWES-17) de Schaufeli e Bakker (2009), aplicada a assistentes sociais a exercer funções em Portugal. Método: Foi aplicada a versão portuguesa da UWES a uma amostra constituída por 1369 assistentes sociais portugueses, 94% do sexo feminino e 6% do sexo masculino, com uma média de idades de 39 anos (desvio-padrão = 8,99). A habilitação académica mais frequente é a licenciatura (63,8%) e no que respeita à atividade profissional possuíam, em termos médios, 12,99 anos de experiência (desvio-padrão = 8,28). A fidedignidade da escala foi avaliada através do coeficiente de alfa de Chronbach e a validade através da análise fatorial exploratória. Foi utilizada a pesquisa metodológica de natureza quantitativa. Resultados: Os resultados alcançados vão ao encontro dos valores presentes em estudos anteriores quanto à sua consistência interna, tanto dos 17 itens que compõe a escala como das suas três dimensões (“vigor”, “dedicação” e “absorção”). A UWES-17 neste estudo apresenta uma estrutura fatorial de três fatores, tal como o estudo original, mas a constituição dos itens de cada dimensão é diferente. Conclusões: A escala UWES-17 apresenta-se com boas características psicométricas e uma boa consistência interna.
Objetivo: O presente estudo teve como objetivo pesquisar o impacto da pandemia COVID-19 na realidade profissional de assistentes sociais portugueses e brasileiros. Os assistentes sociais foram desafiados a exercer a sua prática profissional, enquanto serviço essencial, em condições de grande incerteza e de elevado risco, como foi o da pandemia. A investigação organizou-se em três eixos de análise: 1) impacto da pandemia nos beneficiários diretos do serviço social; 2) dificuldades, desafios, novas práticas e metodologias na intervenção social; 3) conciliação entre a vida pessoal e a vida profissional e preocupações futuras. Métodos: Recolha de dados por meio de um questionário sociodemográfico e profissional e um guião de entrevista. Em Portugal, foram realizadas 20 entrevistas a assistentes sociais usando a plataforma de videoconferência Zoom, e no Brasil foram efetuadas 17 entrevistas que decorreram de forma presencial, entre dezembro de 2021 e março de 2022. Resultados: O distanciamento social durante a pandemia implicou a adoção de tecnologias virtuais na prática do serviço social. Numa prática profissional em que o face a face é fundamental na relação, o confinamento e o isolamento foram constrangimentos extraordinários. Os assistentes sociais conviveram com insegurança, dificuldades de acesso a equipamentos de proteção individual, intensificação do trabalho e adaptação a uma nova dinâmica de trabalho. Conclusões: Os assistentes sociais inquiridos, apesar de exaustos, expressaram ter sido resilientes e capazes em rapidamente se adaptar a novas práticas, recusando-se a abandonar os valores e princípios éticos da profissão. Num contexto de grande incerteza, de pouca informação, de medo e mesmo com poucos recursos, os assistentes sociais tiveram presente o sentido de missão e de compromisso solidário que define a profissão — assegurar o acesso das pessoas aos direitos, ao bem-estar e à segurança.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.