RESUMO:Diretividade materna é, com freqüência, descrita como conceito uniforme na literatura e tem gerado inúmeras discussões quanto às suas implicações no desenvolvimento infantil. Este trabalho objetiva verificar a presença de comportamentos diretivos em mães de crianças com atraso de desenvolvimento e o significado que esta variável assume no processo interativo. Foram observadas quatro díades mãe e criança em situações de rotina diária e de brinquedo livre, por um período de doze meses. Os resultados revelaram que, de modo geral, as mães se mostraram diretivas, no entanto, identificou-se diferenças individuais nos padrões de diretividade. As crianças demonstraram níveis crescentes de oposição, evidenciando alguns picos em tomo dos 24 meses. Conclui-se então que a diretividade pode ser uma variável que promove o desenvolvimento infantil dependendo do significado que assume na relação mãe-criança, mas não deve ser a única dimensão determinadora da qualidade do estilo interativo materno.Palavras chaves: relação mãe-criança, diretividade materna e atraso de desenvolvimento MATERNAL DIRECTIVENESS AND DEVELOPMENTALLY DELAYED CHILDREN'S SOCIALIZATION ABSTRACTS:Maternal directiveness is, usually, described as a uniform concept in literature and it has been causing a lot of discussion according to its implications to child development. This work tries to verify the presence of directive behavior on developmentally delayed children's mothers and the meaning of this variable in the interactive process of dyads mother -child. Four pairs were observed in daily routine situations and also in free playing, during a twelve months period. The results show that, generally, the mothers are directive, although individual differences among the patterns were noticed. The children have show raising levels of opposition, reaching an apex around twenty-four months old. It was concluded that directiveness can be a variable that promotes children development according to its meaning in the mother-child relationship, but it cannot be the only responsible dimension for the quality of the maternal interactive stile.Key words: mother-child relationship, maternal directiveness and developmental delays.Em estudos transculturais é possível evidenciar correlações entre valores culturais e padrões específicos de educação de crianças. Kagitçibasi (1996) demonstra, a partir de pesquisas na área, que dimensões do processo de socialização como autonomia, independência, controle, competência e realização assumem significados diversos dependendo do contexto.As crianças são socializadas principalmente através da participação na interação em relações estreitas, construídas ao longo do tempo. Dentro desta 1 Artigo recebido para publicação em março de 2001; aceito em 2 Endereço para correspondência: Silvia Regina Ricco Lucato Sigolo, Departamento de Psicologia e Educação, Faculdade de Ciências e Letras, UNESP de Araraquara, Rua Francisco Pereira, 132, Ribeirão Bonito, SP, Cep 13580-000, E-mail sigolo@fclar.unesp.br perspectiva, cada estágio da vida envo...
Família e escola são considerados contextos primordiais para o desenvolvimento humano, sendo desejável que haja um elo adequado entre esses espaços. Pautado nessa premissa, este artigo objetiva analisar as relações estabelecidas entre a escola e a família de crianças com baixo rendimento escolar, salientando que a escola pesquisada adota o regime de progressão continuada. O referencial teórico do estudo foi a perspectiva bioecológica de Bronfenbrenner. Participaram da pesquisa seis crianças, seus respectivos responsáveis e professoras. A coleta de dados consistiu de entrevistas semiestruturadas e observações. Os dados foram coligidos em duas categorias: envolvimento e comunicação. Embora os resultados destaquem a comunicação como principal veículo de trocas entre os dois contextos, essa necessita ser aprimorada. A família e a escola compreendem que devem trabalhar em colaboração, mas tal relação precisa ser reconstruída, pois se mostra assimétrica e repleta de preconceitos.
RESUMO.O objetivo deste trabalho foi explorar as experiências de famílias no processo de inclusão escolar de crianças com síndrome de Down, com vistas à promoção de saúde dessas famílias. Trata-se de um estudo de casos múltiplos, de abordagem qualitativa, em que participaram onze famílias de crianças com síndrome de Down. Os dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturada e submetidos à análise de conteúdo. Os resultados demonstraram que, na perspectiva dos participantes, os professores não estão preparados para a inclusão, porém, ainda assim, esse processo vem se demonstrando benéfico na educação infantil. Ficou evidente a necessidade de articulação entre os setores da educação e saúde e de uma mudança de paradigma no modelo educacional. A pesquisa aponta aspectos que merecem atenção por parte dos profissionais envolvidos, de modo a tornar a inclusão um processo a ser vivido da melhor forma possível.Palavras-chave: Síndrome de Down; família; inclusão escolar. INCLUSION OF CHILDREN WITH DOWN SYNDROMEABSTRACT. This study aimed to explore families' experiences in the educational inclusion process of children with Down's syndrome, with a view to promoting the health of these families. A multiple case study was developed with a qualitative approach, involving 11 families of children with Down's syndrome. Data were collected through semistructured interviews and analyzed through content analysis. The results demonstrated that, from the participants' perspective, teachers are not prepared for this inclusion but, nevertheless, this process reveals to benefit child education. The need for articulation between education and health sectors and a change in the educational model paradigm were evidenced. The research appoints aspects which the professionals involved should pay attention to, in order to make the inclusion a process to be lived as best as possible.
Este texto teve como objetivo identificar e analisar aspectos metodológicos de estudos longitudinais desenvolvidos em educação no Brasil e relatar brevemente a organização de uma investigação deste perfil. Para isso foram sistematizadas revisões bibliográficas na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações, no Periódico da Capes, na base de dados Pathernon e no Scielo, onde houve a busca por artigos. Os descritores utilizados foram: estudo longitudinal e estudos longitudinais, entre os anos 1999 e 2013. Aproximadamente 500 produções associadas à educação foram encontradas, contudo, algumas apareceram repetidamente nos bancos de dados. Todos os títulos, resumos e palavras-chaves foram lidos e excluídos os textos que não se relacionavam com o contexto escolar, os que deixaram de descrever a metodologia empregada no estudo ou os que, posteriormente, não foram localizados na íntegra. Foram analisadas dezessete produções. Tornou-se possível perceber que as pesquisas encontradas exibiram um modelo longitudinal de painel, definido assim por acompanhar um mesmo grupo de sujeitos ao longo de um período, e se localizaram centralmente na Educação Infantil e no Ensino Fundamental, o que pressupõe lacunas ampliadas de informações longitudinais no Ensino Médio e Superior brasileiro. Mostrou-se mais usual entre os estudos longitudinais analisados, a coleta de dados ser organizada entre dois a três anos de acompanhamento, sendo o questionário o instrumento de coleta de dados mais recorrente entre os trabalhos analisados. A experiência descrita, sobre uma pesquisa longitudinal, trouxe aspectos em comum com os textos analisados, se fez presente o uso do método qualitativo na coleta e análise de dados, permeados por estudos de casos.
A educação infantil constitui-se um ambiente promissor para se discutir mudanças nas concepções e atitudes da equipe escolar sobre a inclusão. O método de pesquisa utilizado foi a abordagem qualitativa, de natureza descritiva. Teve por objetivo identificar as propostas para inclusão de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) em um município do interior paulista. Participaram do estudo três profissionais da Secretaria Municipal de Educação (SME) e os pais (pai e mãe) de duas crianças com TEA. Foram realizadas entrevistas semi estruturadas que exploraram dois eixos principais - Eixo 1: propostas para a inclusão de crianças na Educação Infantil e Eixo 2: avaliação dos pais acerca do processo inclusivo dessas crianças na escola comum. Os resultados mostraram que a proposta inclusiva na Educação Infantil acontece por meio do Atendimento Educacional Especializado (AEE), na modalidade da itinerância, modelo que não é o ideal na visão dos gestores e dos pais, porém, remete-nos a uma tentativa de atender toda a demanda das crianças nessa etapa da educação básica.
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