DESNATURALIZANDO OS GÊNEROS: UMA ANÁLISE DOS DISCURSOS BIOLÓGICOSRESUMO: Nesta pesquisa investigamos, em reportagens da revista Superinteressante, o processo de construção dos gêneros por meio de discursos biológicos/científicos, e a produtividade social desses discursos. Este estudo fundamenta-se nos campos teóricos de Michel Foucault e dos estudos culturais para pensar sobre a articulação saber/poder do processo de produção de gêneros divulgados nos discursos biológicos publicados pela pedagogia cultural da mídia. Nesta investigação, ficou evidenciado que os discursos biológicos predominantemente justificam e naturalizam as masculinidades e feminilidades como evidências biológicas, o que acaba por produzir e legitimar formas supostamente naturais de ser homem ou mulher e comportamentos esperados socialmente. No entanto, entendemos que os gêneros são construções sócio-históricas e culturais que nascem em relações de poder-saber, sendo as feminilidades e masculinidades não somente constituídas pelas características biológicas. Palavras-chave: Gênero. Discurso biológico. Pedagogia cultural. DENATURALIZING THE GENDERS: AN ANALYSIS OF BIOLOGICAL DISCOURSE ABSTRACT:This research investigated reports in the magazine Superinteressante, how gender identity is constituted in the biological/ scientific discourse, and social productivity of these discourses. It is based on the theoretical fields of Michel Foucault and the Cultural Studies, in order to consider the connection between power/knowledge of production of gender through biological discourse published in the cultural pedagogies. In this investigation, evidence indicated that the biological discourses predominantly justify and naturalize the masculinity and femininity as biological evidence, which eventually produces and legitimizes supposedly natural ways of being male or female and socially behaviors expected. However, the genders are understood as socio-historical and cultural constructions, born from power-knowledge relationships, and where femininity and masculinity are not only constituted by biological characteristics.
O presente texto tem como objetivo sublinhar aspotencialidades da investigação narrativa e memorialística ,na produção de conhecimento no campo da formaçãodocente, assim como nas transformações das práticaseducativas desenvolvidas no âmbito escolar. Nessaperspectiva, trago para discussão relatos, memórias deformação de um grupo ' de docentes-formadoresdesencadeadas pela vivência coletiva num processo deformação deprofessores de Ciências. As memóriasevocadas revelam como passado e presente' estãointimamente relacionados à constituição de nossaidentidade como profissionais professores, mostrando-se, portanto, um caminho fecundo para a formação docenteà medida que as reminiscências dos sujeitos dessanarrativa* ensinaram-lhes (ao mesmo tempo em que nosensinam) a compreender e transfonnar suas maneiras deser e de estar na docência. Os depoimentos aquiapresentados foram obtidos a partir de manifestaçõesespontâneas dos formadores, ocorridas em reunião dogrupo. ou em manifestações estimuladas por questõesdurante entrevistas da mim concedidas. Em ambas assituações os. depoimentos, foram gravados em áudio.
Os modos pelos quais a mídia produz e faz circular discursos e saberes em relação ao meio ambiente, por meio da ideia de consciência ambiental, são discutidos com base em ferramentas conceituais produzidas por Michel Foucault. Nosso objetivo é problematizar a consciência ambiental como um potente governo do corpo da população, assumindo “para si” a responsabilidade de guiar o “rebanho” rumo à redenção/salvação do planeta. Para tanto, são analisados documentários e charges que circulam na internet e aponta-se que o discurso midiático, ao instituir verdades que circulam entre pessoas, acaba por produzir modos de vida, ensinando, principalmente, como se deve agir diante daquilo que chamamos de destruição ambiental, por meio da educação ambiental.
RESUMONesta pesquisa narrativa, objetivamos caracterizar concepções de ambiente de 181 discentes vivenciando Ensino Fundamental (5ª e 8ª séries), Ensino Médio (3º ano) e Ensino Superior (4º e o último semestres de Pedagogia), averiguando ainda possíveis distinções de complexidade. O instrumento aplicado foi um questionário. A análise das respostas evidenciou que concepções de ambiente são representações sociais, por estarem, simultaneamente, na base da elaboração de comportamentos e da comunicação interpessoal, expondo experiências e valores culturais socialmente configurados. Percebemos predominância de dois entendimentos entre os sujeitos, influenciados pela práxis escolar e pela mídia: o ambiente onde vivo, estou e vou, cenário das interações do Homo sapiens entre si e com os demais componentes do ambiente; o manancial de vida, fonte dos elementos que asseguram o existir. Dessas concepções, emergem duas categorias: o ambiente universal, cujos limites podem extrapolar a atmosfera terrestre, sendo pleno de paz e harmonia e configurado por todas as relações entre os diversos integrantes ambientais; o ambiente do homem, substrato de nossa existência, composto por cidades, casas, escolas, praças e ruas. As inter-relações entre os dois ambientes são mediadas por cultura e tecnologia. Constatamos intenso antropocentrismo nos sujeitos, que se julgam privilegiados por serem da espécie capaz de decidir o destino do ambiente. Tais achados podem contribuir, simultaneamente, na Educação Ambiental e na Educação em Ciências, voltadas à busca do equilíbrio de nossas relações com os demais integrantes ambientais.Palavras -chave: ambiente, concepções, educação ambiental, educação em ciências ABSTRACTIn this narrative research, we aimed to characterize conceptions of environment of 181 students in the Fundmental Teach (5ª and 8ª grades), medium teach (3º grade) and at university (4º and the last semester of pedagogy), verifying possibles distinctions of complexity. The instrument applied was a questionary. The analysis of the answers noticed that conceptions of environment are social representations, because they are, at the same time,
Resumo: Filiados a uma perspectiva pós-crítica de pesquisa em Educação, significamos o artefato cultural das narrativas seriadas como um currículo. Investigamos a proveniência de um modo particular de produção de masculinidades a partir da categorização dos ‘homens difíceis’ das narrativas seriadas e perscrutamos o modo como o feminino também é enunciado nesse currículo. A partir das nossas aproximações com a esquizoanálise, argumentamos que esse currículo, ao se constituir como um “currículo-máquina” produtor de fabulações generificadas, tem sido estratificado por linhas duras, por linhas maleáveis e por linhas de fuga. Concluímos que esses discursos generificados têm apontado aquilo que é pensável e dizível acerca dos gêneros e das sexualidades de um determinado tempo.
Inúmeros atos cotidianos nas escolas são expressões sutis de importantes relações de poder que se encontram naturalizadas pelo tempo e pelos atores desse cenário. Dentro desse contexto, trouxemos para discussão duas situações nas quais o discurso proferido pelo professor funciona como elemento de poder, verdade e subjetivação. Acionamos como ferramenta para nossas problematizações o pensamento de Michel Foucault que aponta para os efeitos produtivos do discurso que se materializa na organização das relações entre indivíduos e instituições, com isso estabelecendo hierarquias e distinções. Instituída por práticas discursivas e não discursivas, a relação estabelecida entre esses dois atores enreda situações de autoridade e submissão nas quais o professor tem a voz da verdade e da sabedoria e aos alunos cabe o papel de acatar e internalizar essa voz como uma prática a ser incorporada como verdadeira não só no universo pedagógico como também na vida social.
Este trabalho visa discutir o currículo como construção histórica, produto de diferentes intencionalidades, jogos de saber-poder e escolhas que inevitavelmente levam a inclusões e exclusões. Nossas análises estão entrelaçadas às ferramentas teóricas para mapear enunciados, pensadas por Michel Foucault, e que, relacionadas a prescrições e determinações, inventam um currículo de Biologia que não só privilegia, mas fomenta a necessidade de "especificidades", como um olhar diferenciado sobre a natureza, procedimentos prá-ticos e experimentais, além de dependências e equipamentos para acontecer de forma aceitável. Ressaltamos, no entanto, que, se por um lado é possível entender o currículo como esse conjunto de ordenamentos e de linhas fixas, por outro lado, é possível (e também desejável!) ver e exercitar possibilidades de rompimento que nos levem a ter disponibilidade para que outras sensibilidades e (bio) lógicas nos habitem. Quem sabe assim, um dia, a Biologia possa ser também poesia e voltar a ter vida na sala de aula. Palavras-chave:Currículo. Educação Científica. Ensino de Ciências. ABOUT AERIAL ROOTS AND EXOSKELETONS: THE PRODUCTION OF BIOLOGY CURRICULUMSThis work aims to discuss the curriculum as a historical construction, product of different intentionalities, games of power-knowledge and choices that inevitably lead to inclusions and exclusions. Our analyzes are intertwined with the theoretical tools thought by Michel Foucault to map statements that, related to prescriptions and determinations, invent a curriculum of Biology that not only privileges but fosters the need for "specificities" as a different look at nature, practical and experimental procedures, as well as dependencies and equipment to happen in an acceptable manner. We emphasize, however, that if, in one hand, it is possible to understand the curriculum RESUMO ABSTRACT
O objetivo desse trabalho é problematizar como processos discursivos engendram modos de ser professor de Biologia. Nesse caminho, nossa atenção voltou-se para as práticas discursivas e não discursivas que veiculadas e institucionalizadas no currículo do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do Campus de Bragança produzem o sujeito docente de Biologia. Tomamos como corpus empírico o Catálogo de Graduação e Pós Graduação do Centro de Ciências Biológicas da UFPA, documento que reúne planos de curso do currículo que vigorou entre 1997 e 2004. Nossas análises mostram um currículo basicamente voltado para a área da saúde, mesmo que se destinasse à formação de professores. A onipresença de conteúdos do campo da Medicina silenciam componentes da formação que se destinam à preparação para a docência, produzindo um campo de visão que enuncia a docência como efeito colateral da presumida boa formação “científica”. Os efeitos dessas práticas reverberam na formação de um profissional que deseja e valoriza conhecimentos específicos menorizando os demais saberes, especialmente os do campo pedagógico. Essa hierarquização fabrica um profissional professor desejoso de viver o lado “glamouroso” da Biologia, relacionado à realização de pesquisas em áreas específicas como Genética e Ecologia, em alternativa à vida “monótona” da sala de aula
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