Este trabalho apresenta a avaliação das ações de aconselhamento que se efetuam nos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) nos seguintes contextos institucionais: Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), Serviço de Assistência Especializada em HIV/Aids (SAE) e serviços de saúde que atendem indivíduos portadores de doenças sexualmente transmissíveis (DST). A metodologia empregada foi a abordagem qualitativa para avaliação. A investigação ocorreu no período de março a setembro de 1997. Foram avaliados quatro CTAs, cinco serviços de assistência a indivíduos com DST e um SAE - todos reconhecidos pela Coordenação Nacional de DST-Aids como centros de treinamento. No presente artigo, analisa-se a prática de aconselhamento desenvolvida nesses serviços, comparando-a com as diretrizes preconizadas pela Coordenação Nacional de DST/Aids (CN DST/Aids): a) exercício de acolhimento; b) escuta ativa; c) comunicação competente; d) avaliação de riscos e reflexão conjunta sobre alternativas para novos hábitos de prevenção; e) orientação sobre os aspectos clínicos e do tratamento (com vistas à adesão e melhoria da qualidade de vida). Ao término do artigo, são sugeridos alguns redirecionamentos considerados necessários para uma realização mais efetiva dessa prática.
This article aims to consider some relevant challenges to the provision of "new prevention technologies" in health services in a scenario where the "advances" in the global response to AIDS control are visible. We take as material for analysis the information currently available on the HIV post-exposure prophylaxis (PEP) and pre-exposure prophylaxis (PrEP), treatment as prevention (TASP) and over the counter. The methodology consisted of the survey and analysis of the Biblioteca Virtual em Saúde (BVS: MEDLINE, LILACS, WHOLIS, PAHO, SciELO) articles that addressed the issue of HIV prevention and care in the context of so-called new prevention technologies. The results of the studies show that there is assistance on the ground of clinics for the treatment of disease responses, but there are several challenges related to the sphere of prevention. The articles list some challenges regarding to management, organization of services and the attention given by health professionals to users. The current context shows evidence of the effectiveness of antiretroviral therapy in reducing the risk of HIV transmission, but the challenges for the provision of preventive technologies in health services permeate health professionals and users in their individual dimensions and health services in organizational and structural dimension. Interventions should be made available in a context of community mobilization; there should be no pressure on people to make HIV testing, antiretroviral treatment or for prevention. In the management is responsible for the training of health professionals to inform, clarify and make available to users, partners and family information about the new antiretroviral use strategies.
Introdução. Um novo programa intensivo de fisioterapia que utiliza uma veste ortótica vem se despontando no mercado internacional como um recurso promissor na reabilitação de pacientes neurológicos. No entanto, faz-se necessária a sistematização das evidências disponíveis sobre os efeitos da roupa com elásticos em um programa intensivo de fisioterapia para pacientes neurológicos. Objetivo. Determinar se o programa intensivo de fisioterapia utilizando a roupa com elásticos produz desfechos benéficos para indivíduos com déficits neurológicos. Método. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados Medline, PEDro, Lilacs e Scielo, sem restrição de data, nas línguas português, inglês e espanhol, por trabalhos que documentassem o uso do recurso e da vestimenta. Dados foram extraídos de forma padronizada de cada estudo. Resultados. 11 estudos, sendo 4 revisões, 6 ensaios clínicos e 1 estudo de caso foram revisados. Apesar da diversidade dos protocolos, das características de participantes e dos instrumentos utilizados terem impedido o agrupamento dos resultados, a síntese em níveis de evidência demonstrou que a eficácia da técnica ainda não é comprovada. Considerações finais. Os resultados desta revisão não fornecem suficiente evidência para embasar a prática clínica, havendo necessidade de mais estudos focando o recurso da roupa com elásticos em um programa intensivo de fisioterapia.
Resumo Os efeitos da terapia antirretroviral na transmissibilidade do HIV intensificaram a difusão de novas tecnologias biomédicas na prevenção do vírus. Este artigo discute concepções de risco e práticas de saúde em narrativas de profissionais e usuários sobre a Profilaxia Pós-Exposição sexual consentida (“PEP sexual”). Os dados resultam de um estudo de caso realizado em um serviço público de saúde. A análise pautou-se em estudos sobre risco e vulnerabilidades. Os resultados evidenciaram que os critérios epidemiológicos não são suficientes para responder à indicação da profilaxia, que os espaços de intersubjetividade circunscritos pela PEP sexual são atravessados por distintas lógicas de risco e por padrões morais discriminatórios. A concretização de práticas de saúde orientadas pela perspectiva do exercício da sexualidade como afirmação de um direito continua sendo um desafio.
RESUMO A ampliação do papel da Atenção Primária à Saúde (APS) no tratamento de Pessoas Vivendo com HIV/Aids (PVHA) tem potencial de expandir o acesso ao cuidado de saúde. Este artigo visa analisar implicações da descentralização da assistência de PVHA para a APS na (re)produção ou redução de vulnerabilidades. Os conceitos de violência simbólica; interseccionalidade; precariedade e vulnerabilidades orientaram a entrada em campo e a análise dos resultados. Foram realizados grupos focais com profissionais, observação participante e entrevistas semiestruturadas com usuários e profissionais de duas unidades de APS na região central do município do Rio de Janeiro. Como principais resultados, destacam-se as implicações das vulnerabilidades associadas à violência armada e às questões de gênero no cuidado em saúde das PVHA, a existência de efeitos paradoxais da lógica territorial, bem como tensões entre a organização do processo de trabalho na APS e as necessidades/expectativas de usuários. Concluímos que a ampliação do acesso coexiste com a produção de novos riscos, que refletem na continuidade e qualidade do cuidado. Sublinhamos a necessidade de fortalecimento das interações trabalhador-usuário e da reflexão sobre novos arranjos para a organização dos processos de trabalho, que resultem em mais proteção e cuidado às pessoas, evitando a ampliação de vulnerabilidades.
Resumo: Este estudo analisa a recente experiência de descentralização do cuidado às pessoas vivendo com HIV para a atenção primária à saúde (APS) do Rio de Janeiro, Brasil. Para tanto, é subsidiado por uma pesquisa qualitativa em duas unidades de APS de uma região da cidade do Rio de Janeiro, a partir de observação participante, grupos focais com profissionais de saúde e entrevistas individuais com estes e com usuários, realizados entre os anos de 2018 e 2019. Os dados revelam, ainda que de modo heterogêneo, a implementação avançada de testes rápidos e ampliação do número de pessoas acompanhadas, os problemas e inovações nos modos de acesso a APS, os aspectos na gestão do sigilo e centralidade do médico de família e comunidade no cuidado. Problematizamos, a partir disso, paradoxos relacionados à noção de território operada na APS (ampliando, ao mesmo tempo, acesso e vulnerabilidades ligadas ao risco de estigma) bem como tensões entre as necessidades dos usuários e os modos de organização do serviço. Concluímos que o cuidado das pessoas vivendo com HIV pode ser, ao mesmo tempo, um analisador da APS (interrogando suas práticas e bases) e um dispositivo de mudança (mediante rearranjos organizacionais e de práticas de cuidado), porém, atentando para a impossibilidade de garantir atenção integral apenas através da APS, e aos desafios de ordem não apenas técnica, mas também política, organizativa, ética e moral que se colocam neste processo.
Este estudo analisou o processo de descentralização do cuidado de pessoas vivendo com HIV/Aids (PVHA) na cidade do Rio de Janeiro, RJ, Brasil, com ênfase na questão do sigilo. Foi realizado por meio de entrevistas com usuários e trabalhadores, grupos focais com profissionais e observação participante em duas unidades de Atenção Primária à Saúde (APS). Guiados por uma abordagem socioantropológica, os resultados abordaram os motivos do sigilo para as PVHA, a gestão do sigilo entre os profissionais de saúde da APS e as repercussões do sigilo para as práticas de cuidado, destacando a posição singular dos agentes comunitários de saúde. O estudo traz à tona implicações da característica territorial da APS brasileira para o cuidado com as PVHA, podendo ampliar acesso, mas também o risco de quebra do sigilo, evidenciando necessidade de seu manejo para o enfrentamento do estigma e melhoria do cuidado.
Objective: To analyze the way of life of the unhoused people to enhance health care in the pandemic. Methods: A qualitative, interdisciplinary research, with participant observation and 24 interviews with the unhoused people. Empirical categories and bibliographic search on this population and COVID-19 guided simple actions aimed at care. Results: The group at greatest risk for COVID-19 use drugs compulsively; starves constantly; discontinues drug treatment for tuberculosis, HIV, and diabetes; has underdiagnosis of Depression; has difficulty sheltering and uses inhaled drugs. This way of life increases the risk of worsening COVID-19 and brings great challenges to health services. Several proposals to guide care considered these results and the new routine caused by the pandemic. Final considerations: The way of life of the studied population increased their vulnerability in the pandemic, as well as the perception of risk of disease transmission by the population in general.
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