O presente estudo tem o objetivo de trazer uma abordagem crítica acerca do fracasso escolar e sua relação com a medicalização, apresentando, em um primeiro momento, uma discussão epistemológica do tema, seguida de uma breve perspectiva histórica do fenômeno investigado. Apresentamos também duas pesquisas de campo realizadas: a primeira com 14 alunos da educação básica pública, feita por meio de entrevistas semiestruturadas; e a segunda com 13 alunos formandos e 10 alunos egressos de um curso de Pedagogia de uma Universidade Federal, por meio de questionários on line. Buscamos conhecer a percepção deles sobre fracasso escolar, repetência e medicalização, acolhendo assim diferentes perspectivas. Os resultados mostraram que a compreensão individualizante/ biologizante/ patologizante/ medicalizante, fruto de uma educação acrítica muito conveniente aos interesses capitalistas, ainda predomina como percepção de alunos (sobre seu próprio fracasso) e de professores/ futuros professores. Assim, entendemos que cabe aos profissionais de educação não só se perceberem como agentes reprodutores de opressões e exclusões, como também direcionar esforços para a construção de políticas educacionais emancipatórias, desmedicalizantes e socialmente referenciadas.
Motivados por uma pesquisa em andamento sobre educação e pandemia, objetivamos debater o processo antidemocrático construído nas entranhas da educação pública, que responde por seu estrangulamento. Em meio à pandemia do Covid-19, vozes docentes rompem as mordaças para denunciar as impossibilidades de uma educação democrática, após a intensificação dos desmontes, das ameaças de perda de autonomia e da precarização das condições de trabalho/ vida com a imposição intencional, atabalhoada e excludente do ensino remoto. Assim, reflexões teóricas e dados sobre a crise sanitária e o desigual acesso à tecnologia e direitos básicos, apontam para a necessidade de uma democracia participativa mais forte, com debate e elaboração coletiva de políticas públicas que garantam saúde e educação para todos.
Este ensaio, reconhecendo que a indisciplina tende a ser uma das principais queixas no ambiente escolar, questiona o próprio conceito de disciplina e perspectivas que defendem o ensino disciplinar. Nosso ponto de partida é o pensamento de Morin sobre complexidade a fim de promovermos uma ruptura com o conceito linear de disciplina, tão imaculado no ensino tradicional e representante de uma prática escolar conectada ao viés normatizador, que se rege por normas, regras, modos de ser e estar no mundo, promovendo práticas excludentes sob um olhar enviesado que vê o diverso como inadequado. Através de pesquisa bibliográfica, fundamentada em autores como bell hooks, Michel Foucault, Paulo Freire e Edgar Morin, refletimos sobre o disciplinamento ínsito na lógica normatizadora das práticas opressoras e de dominação do outro. A partir disso, apresentamos como forma de superação dessa lógica nas escolas a educação como prática da liberdade, alicerçada na concepção de transdisciplinaridade.
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