O presente trabalho tem por objetivo discutir o conhecimento geográfico nos diferentes momentos históricos marcados pela dinâmica social, assim como o seu reflexo no ensino fundamental, médio e universitário, propondo analogias entre o fazer pedagógico vigente e os diversos paradigmas. Pretende-se ainda propiciar a reflexão quanto à importância destes conhecimentos, tendo em vista o cidadão habitante do Planeta Terra no século XXI.
Paisagem é um conceito de interesse da Geografia desde o seu surgimento enquanto ciência. Aplicada para representar uma unidade do espaço, um lugar, a paisagem – portadora de formas, cores, cheiros, barulhos e movimentos – imprime suas marcas na cultura ao passo que recebe suas marcas, numa relação dinâmica recíproca. Os estudos geográficos da paisagem e da cultura, especificamente na paisagem sonora, possível por meio de uma abordagem humanista-cultural, trazem à luz as preocupações com a compreensão de como o indivíduo e o coletivo constroem e concebem o espaço. No presente artigo, pretende-se discutir o conceito de paisagem na Geografia, e apontar caminhos para estudos que tenham por base a paisagem sonora, na busca da compreensão da cultura e do lugar.
Objetivando desvendar os mapas como produtos culturais, apresentamos neste artigo a reflexão sobre a construção de imagens como decorrentes da apreensão dos significados e subjetividades espaciais, refletindo a compreensão social-cultural dos indivíduos que as produzem. Trilhar por esse caminho significa desvendar os marcos significativo das representações e associá-los aos aspectos socioculturais. Objetivando discutir os mapas como construções socioculturais, encaminhamos a reflexão em dois eixos: As imagens como meios de informação e comunicação constituindo a trajetória trilhada pelas representações cartográficas (Modelização, Semiologia, Cognição e Sócio-Semiótica) e a construção das imagens decorrentes da apreensão dos significados e subjetividades referendadas pelos mapas mentais.
O texto discute o conceito de paisagem sonora na perspectiva da geografia cultural. Ao contemplar a dimensão material e simbólica da existência humana, a paisagem reflete a identidade dos grupos culturais e emerge segundo as experiências de cada indivíduo. Para Berque, a paisagem é marca e matriz da cultura, expressa uma civilização e transmite usos e significações de uma geração à outra. Cosgrove considera a paisagem como um texto cultural, que apresenta a possibilidade de múltiplas leituras apreendidas através de poesias, letras de músicas, filmes, pinturas e outras representações. A paisagem sonora é o ambiente sonoro da humanidade, um conjunto sempre presente de sons que estão constantemente em mutação, de acordo com Schafer. Nesse sentido, é possível investigar a paisagem sonora do boi-de-mamão, considerando-o uma criação coletiva capaz de revelar os sentidos que determinados sujeitos atribuem ao seu ambiente. A pesquisa tem como orientação a abordagem fenomenológica, fundamentada na análise documental, bibliográfica e pesquisa de campo. O boi-de-mamão, denominação atribuída ao bumba-meu-boi nos Estados do Paraná e Santa Catarina, é um folguedo brasileiro resultante da união de elementos das culturas europeia, indígena e africana, na qual o boi é a principal figura de representação. Com o objetivo de apreender os sentidos que os participantes do folguedo atribuem ao seu espaço, realizou-se a análise parcial de uma entrevista com a vice-presidente do Boi do Norte, um grupo de boi-de-mamão da cidade de Antonina, no litoral paranaense. São apontadas algumas reflexões que emergem da fala da entrevistada, como questões relacionadas à sociabilidade, à espacialidade e à música. Considerando a fase inicial dessa pesquisa, os resultados são parciais, mas evidenciam a riqueza do objeto e a urgência de maiores investigações.
Este trabalho aborda a questão dos espaços marginalizados no urbano sob o enfoque da Geografia Humanística, utilizando como aporte teórico-metodológico a Fenomenologia para a abordagem do espaço. Esta leitura sobre o urbano busca identificar os valores culturais, sociais e afetivos do homem, consolidados pelas experiências e vivências. Nessa perspectiva, averiguamos o processo de percepção do espaço, enquanto lugar vivenciado, para se compreender o mundo vivido pelos moradores dessas comunidades marginais, numa visão interdisciplinar, instigando os planejadores urbanos à reflexão e ao amadurecimento dos próprios conceitos, frente às dificuldades e insucessos nos processos de intervenção urbana em ocupações irregulares. The perception process of marginalized places in urban environments: the case study of the Parolin slum in Curitiba (PR) Abstract The article deals with the question of marginalized places in urban environments under a humanistic perspective in geography, making use of theoretical and methodological underpinnings from phenomenology to acess space. This reading of the urban space aims at identifying mans cultural, social and emotional values consolidated by experience and existence. Under this perspective, we have investigated the perception process of space as a lived space in order to understand the world experienced by the residents of this marginalized community from an interdisciplinary point of view, instigating urban planners towards a deeper reflection and a maturation of their own concepts when confronted with the difficulties and failures in the processes of urban intervention in irregular occupations.
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