Resumo: Este artigo relata um estudo sobre a mudança de atitudes sociais em relação à inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais especiais. Participaram do estudo 56 alunos do CEFAM, distribuídos em dois grupos. Com base em algumas técnicas de modificação de atitudes sociais, foram organizadas atividades direcionadas à temática da inclusão, na forma de um curso de 14 horas distribuídas em sete encontros semanais de duas horas. As atitudes sociais em relação à inclusão foram mensuradas antes e depois dessa intervenção, por meio da Escala Lickert de Atitudes Sociais em relação à Inclusão (ELASI). Em ambos os grupos, os escores do pós-teste são significantemente maiores que os do pré-teste, indicando que as atitudes sociais de futuros professores do Ensino Fundamental, em relação à inclusão, se tornaram mais favoráveis. É discutida a importância de se incluírem no currículo de formação de professores atividades capazes de modificar suas atitudes sociais.Palavras-chave: educação especial; inclusão; atitudes sociais; formação do professor. THE SOCIAL ATTITUDES ADLUSTMENT TOWARDS INCLUSIONAbstract: This article reports a study on the social attitudes adjustment towards school inclusion of students with special educational needs. Fifty six students of CEFAM, distributed in two groups participated in the study. Based on some social attitude change techniques, some activities relating to the issue of inclusion were organized in a 14-hour shaped like course distributed in seven weekly two-hour meetings. The social attitudes toward inclusion were measured before and after that intervention by a Lickert type scale of social attitudes toward inclusion. In both groups of subjects, the scores of the post-test were significantly greater than that of the pre-test, indicating that future teachers' social attitudes toward inclusion became more favorable. The importance of including activities capable of modifying social attitudes toward inclusion in the curriculum of teachers' training courses is discussed.Key words: special education; inclusion; social attitudes; teacher training.A educação de crianças e jovens com deficiên-cia vem sofrendo profundas mudanças nas últimas dé-cadas. Procedimentos muito empregados durante um período de tempo acabaram contestados e abandonados ou transformados. Essas mudanças vêm ocorrendo no sentido de ampliar progressivamente as alternativas educativas e terapêuticas como também as oportunidades de participação nas diferentes atividades da sociedade. Na última década do século passado, houve um avanço expressivo nessa caminhada, com o paradigma da inclusão, que supõe uma profunda transformação da escola, e o maior deles diz respeito, em especial, à alteração no foco de atenção, pois, ao passar a olhar também para o meio e não apenas para a pessoa considerada como deficiente, novas questões se apresentam e possibilidades se avistam.A transformação da escola implica em mudanças de vários aspectos, como edificação, mobiliário, recursos didático-pedagógicos, acervo de laboratóri-os e bibl...
RESUMO: Com a Declaração de Salamanca, em 1994, começaram as discussões sobre a nova proposta, a da inclusão, e então o foco de atenção deslocou-se da pessoa com deficiência para o seu meio. Essa mudança contribuiu para dar mais atenção às abordagens sociais nos estudos das deficiências. Embora internacionalmente o estudo das deficiências como fenômenos socialmente construídos tenha tido destaque já em meados do século passado, no Brasil, somente meio século depois os estudos das deficiências começam a ser influenciados por pensamentos sociais. A presença de pensamentos sociais nas discussões sobre a inclusão influenciou a natureza das pesquisas na área. Este texto analisa o avanço ocorrido nos estudos das atitudes sociais em relação à inclusão. Em uma breve descrição histórica, são apresentadas algumas escalas de atitudes sociais disponíveis para a pesquisa tanto com adultos quanto com crianças. A existência de instrumentos confiáveis de coleta de dados contribuiu para que se avolumassem as pesquisas sobre atitudes sociais em relação à inclusão. Os resultados mais importantes sugerem que as atitudes sociais em relação à inclusão podem ser modificadas por meio de atividades programadas com esse propósito. Assim, pode ser construído um ambiente escolar com as atitudes sociais genuinamente favoráveis de todo o ambiente escolar.
A Escala Likert de Atitudes Sociais em relac ßão a Inclusão (ELASI) foi construída visando a favorecer o desenvolvimento de pesquisas sobre os contextos sociais nos quais se procura realizar a inclusão. Constitui-se de duas formas equivalentes. O seu uso em diferentes pesquisas revelou que as duas formas podem não ser rigorosamente equivalentes. Al em disso, da sua concepc ßão em 2000 at e agora houve no Brasil algumas alterac ßões na terminologia da area. Assim, foi elaborada uma segunda versão da ELASI, buscando maior equivalência entre as duas formas, por meio da an alise de respostas ao instrumento aplicado a pouco mais de 3.000 participantes de diferentes pesquisas. Foi feita tamb em pequena alterac ßão na redac ßão de alguns enunciados para atualizar a terminologia. A segunda versão aplicada a diferentes amostras revelou que as duas formas parecem desta feita rigorosamente equivalentes. A confirmac ßão efetiva da equivalência ocorrer a com o seu uso em diferentes pesquisas com diferentes amostras.Nos debates sobre a inclusão escolar, atenc ßão crescente vem sendo dada ao meio social do contexto escolar. Considera-se que as relac ßões sociais e interpessoais acolhedoras na classe e em toda a comunidade escolar podem constituir-se em um importante requisito para a constituic ßão de um ambiente educacional inclusivo. A construc ßão da Educac ßão Inclusiva não decorre automaticamente das mudanc ßas e adaptac ßões que devem ocorrer no ambiente f ısico-arquitetônico, nos recursos pedag ogicos, nos equipamentos, no mobili ario e no acervo das bibliotecas, nem das adequac ßões que devem ser feitas nas condic ßões instrucionais para garantir o acesso ao curr ıculo. Mais do que esses arranjos, podem fazer grande diferenc ßa a compreensão de que as anomalias e outras diferenc ßas expressivas que comprometem o funcionamento integral de algumas pessoas são problemas que toda a comunidade precisa enfrentar mediante a participac ßão de cada cidadão no processo de construc ßão de uma sociedade para todas as pessoas. E imperiosa a necessidade da participac ßão de toda a comunidade na construc ßão de ambiente social acolhedor para todos os alunos, especialmente para aqueles que apresentam diferenc ßas expressivas que requerem atenc ßão especial, como os alunos com deficiência. As vari aveis pessoais e sociais de todas as pessoas que compõem a comunidade escolar têm papel importante nesse processo. Uma dessas vari aveis tradicionalmente estudadas para a compreensão de comportamentos sociais são as atitudes sociais.As atitudes sociais se definem em relac ßão a um determinado alvo, referido por objeto atitudinal e constitu ıdo por algum objeto social, como uma categoria de pessoas ou uma instituic ßão social. Assim, pode-se falar em atitudes sociais em relac ßão a pessoas com uma determinada deficiência ou em relac ßão a inclusão. As atitudes sociais são amplamente estudadas pela importância que têm para a predic ßão de comportamentos, devido a estreita associac ßão com comportamentos dirigidos ao objeto atitudinal (RODRIGUES;...
TEMA: medidas da dinâmica respiratória são freqüentemente utilizadas na clínica fonoaudiológica, mas poucos são os dados científicos destas na população infantil. OBJETIVO: estudar a dinâmica respiratória entre crianças que respiram pelo modo nasal. MÉTODO: o estudo foi realizado com uma amostra aleatória estratificada de 106 crianças respiradoras nasais de escolas da cidade de Marília / SP, entre quatro e dez anos de ambos os sexos. Foram realizadas as medidas de capacidade vital (CV), nas posições em pé e sentada, com e sem oclusão nasal; de tempo máximo de fonação (TMF) de vogais e consoantes sustentadas, além de fala em seqüência com a contagem de números. RESULTADOS: a medida média da CV na posição em pé com e sem oclusão nasal foi 1515,56 ml e 1538,67 ml respectivamente e na posição sentada, 1524 ml e 1539,15 ml respectivamente; o TMF das vogais em segundos foi: /a/ = 8,32 , /i/ = 8,61 e /u/ 8,42; o de consoantes foi: /s/ = 6,64 e /z/ = 7,65 e o de seqüência de números foi de 7,76 segundos. Resultados: observou-se que o tempo médio destas medidas aumentou progressivamente conforme as faixas etárias. Tanto para o TMF das vogais como, para o das consoantes, houve diferença estatística significante (p < 0,05) nas idades mais distantes, ou seja, entre quatro e dez anos, quatro e nove, e quatro e oito anos. Em faixas etárias consecutivas não houve diferença estatística significante nos valores de CV. Houve forte associação entre a CV e o crescimento físico da criança. CONCLUSÃO: esse estudo mostrou medidas de dinâmica respiratória em crianças que podem ser úteis no diagnóstico e terapia fonoaudiológica. Outras pesquisas deveriam ser desenvolvidas para adicionais informações sobre o assunto.
RESUMO: o artigo discute algumas questões relativas ao procedimento de revisão por pares na avaliação de originais submetidos a um periódico. Essa avaliação é aceita como necessária para assegurar a qualidade científica de artigos publicados, já que a integridade da literatura especializada é considerada essencial para o desenvolvimento da ciência. Entretanto, há críticas à revisão por pares, incluindo o longo tempo decorrido entre a entrega dos originais e a publicação, o tempo e a energia despendidos pelos autores e revisores, a subjetividade na avaliação e outros problemas que podem introduzir vieses na área. A Revista Brasileira de Educação Especial, que adota a avaliação cega por pares, tem-se mostrado relativamente versátil. O tempo médio entre o recebimento dos originais e o aceite final, depois de passar pela revisão por pares e conseqüente ajuste por parte dos autores, é de cerca de cinco meses e meio. Na literatura especializada, encontram-se sugestões como a eliminação de avaliação e publicação de todos os textos submetidos, em meios eletrônicos, menos onerosos e mais versáteis, deixando que os próprios leitores façam a sua avaliação. A análise procedida conclui que a revisão por pares é necessária. Aponta a necessidade de se realizarem discussões sobre a própria avaliação, para que se desenvolvam procedimentos mais eficientes de controle de qualidade das publicações. Sugere que a avaliação efetiva é feita pela própria comunidade acadêmica, após a publicação, mediante reconhecimento coletivo do valor científico da publicação, na forma de impacto que pode causar sobre novas investigações e construção do conhecimento na área. PALAVRAS-CHAVE: Educação Especial; disseminação da informação; revisão por pares.ABSTRACT: the article discusses some issues relating to peer review in the evaluation of papers submitted to a scientific journal. Such evaluation is accepted as necessary to assure the scientific quality of published articles, since the integrity of specialized literature is considered essential for science development. However, there are criticisms toward peer review, including long elapsed time between papers' submission and their publication, the time and energy spent by authors and reviewers, the subjectivity in evaluation and other problems that can introduce bias in the area. The Brazilian Journal of Special Education adopts blind review and has been quick to perform evaluation procedure. The mean time elapsed between receipt of manuscripts, passing by peer revision, consequent adjustment by authors and final acceptance, is about five and half months. In the specialized literature, there are suggestions like the elimination of evaluation and the publication of all submitted texts in electronic means, which is less expensive and more versatile than print, allowing readers to make their own evaluation. The analysis performed concludes that peer review is necessary. It points out the need to promote discussions about its own evaluation process, in order to develop more efficient procedures of qualit...
A importância das atitudes sociais da comunidade universit aria para a promoc ßão da inclusão no ensino superior est a comec ßando a ser objeto de preocupac ßão por parte de pesquisadores. E prop osito desta comunicac ßão trazer alguns resultados de estudos brasileiros sobre as atitudes sociais de segmentos da comunidade universit aria em relac ßão a inclusão. Os debates sobre a inclusão escolar, em consonância com o movimento mundial em prol da inclusão de pessoas com necessidades especiais, foram inicialmente realizados no Brasil em relac ßão a Educac ßão B asica, especialmente o Ensino Fundamental. Essa preocupac ßão se estende hoje ao ensino universit ario. V arias universidades brasileiras vêm constituindo comissão de acessibilidade para instituir condic ßões favor aveis para o ingresso e permanência de estudantes com deficiência.A possibilidade de pessoas com deficiência buscarem a sua qualificac ßão profissional em universidade e uma necessidade, pois e crescente a exigência de qualificac ßão da mão-de-obra no mercado de trabalho competitivo de hoje. Em vista desse quadro, o governo brasileiro vem investindo na ampliac ßão de oportunidade de acesso e permanência de pessoas com deficiência nas universidades.A existência de cotas para estudantes com deficiência ou necessidades especiais e a disponibilizac ßão de recursos e condic ßões especiais para a realizac ßão do exame vestibular j a fazem parte da política de muitas universidades brasileiras. Esses estudantes devem ter condic ßões para permanecer na universidade e tirar proveito da formac ßão que lhes e oferecida. Nesse sentido, as universidades vêm oferecendo facilidades como bolsa tutoria, int erprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais), recursos de tecnologia assistiva, textos com letras ampliadas ou em braile, adaptac ßões nos materiais e recursos did aticos, etc. São tamb em adotadas algumas providências como rampas ou elevadores, vagas para deficiente físico nos estacionamentos, sinalizac ßão no piso, sinalizac ßão em braile, etc.Essas condic ßões podem facilitar o ingresso e a permanência de estudantes com deficiência e outras necessidades especiais, por em não são suficientes para a inclusão deles na universidade. O mero fato de estudantes com deficiência estudarem junto com colegas sem deficiência não caracteriza a sua inclusão. E necess ario que os estudantes com deficiência tenham acesso a todas as oportunidades sociais, culturais e acadêmicas, de cuja participac ßão pode depender a sua formac ßão universit aria integral. O ensino de qualidade, com todos os recursos necess arios para o pleno aproveitamento por parte de todos os estudantes, incluindo aqueles com deficiência, e um dos ingredientes para caracterizar o ensino universit ario como inclusivo. Os estudantes com deficiência, assim formados, precisam estar aptos para concorrer no mercado de trabalho em condic ßão de igualdade com qualquer pessoa com a mesma formac ßão. A necessidade de cotas para ingresso de pessoas com deficiência no mercado pode ser interpretada, em parte, como ...
OBJETIVOS: verificar os conhecimentos dos professores sobre a perda auditiva, suas opiniões sobre a educação de alunos com esse tipo de privação sensorial e também conhecer suas atitudes frente à proposta da inclusão. MÉTODOS: participaram desta pesquisa quatro grupos de professores do ensino fundamental, com e sem experiência com aluno com perda auditiva. Os instrumentos utilizados na coleta de dados foram a Escala Lickert de Atitudes Sociais em Relação à Inclusão (ELASI) e um questionário. Comparações entre os resultados de diferentes grupos, por meio de provas estatísticas apropriadas, foram feitas, sempre que a natureza dos dados o recomendava. RESULTADOS: os professores de 1ª a 4ª séries, com e sem experiência com alunos com perda auditiva, apresentaram respostas semelhantes com referência às atitudes sociais acerca da inclusão, tanto na dimensão ideológica quanto na operacional. Professores de 5ª a 8ª séries, com e sem experiência com alunos com perda auditiva, apresentaram respostas semelhantes nos itens ideológicos, porém divergiram nos itens operacionais. Em relação aos conhecimentos, os grupos de professores com experiência não apresentaram conhecimentos diferenciados sobre aspectos relativos à perda auditiva, quando comparados com os grupos de professores sem experiência, e todos os grupos enfatizaram os aspectos comunicativos. CONCLUSÃO: a análise revela que os dados provenientes de diferentes instrumentos se complementam e sugerem que os professores são ideologicamente favoráveis à inclusão, entretanto, não têm conhecimentos suficientes para operacionalizar tal proposta.
A forma como concebemos as pessoas com deficiência parece influenciar as ações destinadas a elas. Terapeutas ocupacionais representam uma parcela de profissionais da área da saúde que direcionam suas ações pautados em uma visão abrangente do que representa a deficiência. Objetivou-se identificar e analisar a concepção de deficiência na perspectiva de docentes com formação em Terapia Ocupacional. Participaram deste estudo 15 docentes, sendo sete de duas universidades públicas e oito de duas universidades privadas, localizadas em cidades de médio porte do estado de São Paulo. A coleta de dados foi realizada por meio de um instrumento denominado Escala de Avaliação da Concepção de Deficiência. Os resultados apontam que o grupo estudado apresenta maior tendência às concepções interacionista e social de deficiência. O estudo traz contribuições para a compreensão da concepção que os docentes de cursos de Terapia Ocupacional têm acerca da deficiência, o que certamente conduz o fazer pedagógico deles, afetando a formação de futuros profissionais.
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