A Comunicação Organizacional é entendida, a partir do paradigma da complexidade, como processo de construção e disputa de sentidos no âmbito das relações organizacionais. Afirma-se que ela contempla três dimensões tensionadas e interdependentes: a organização comunicada (fala autorizada); a organização comunicante (fala autorizada e demais processos comunicacionais que se atualizam sempre que alguém estabelecer relação direta com a organização); e a organização "falada" (processos de comunicação que, não sendo a partir de relações diretas com a organização, referem-se a ela).From the paradigm of complexity, Organizational Communication is understood as a process of construction and dispute of senses within the scope of organizational relations. Organizational Communication contemplates three stretched and interdependent dimensions: the communicated organization (authorized speech); the communicative organization (authorized speech and other communication processes that are always updated when someone establishes a direct relation with the organization); and the "spoken" organization (communication processes that, although not having direct relations with the organization, make mention to it).
ResumoReflete-se sobre a noção de identidade como complexus de identificações -tessitura e força que amalgama as várias identificações possíveis de um sujeito/organização. Articula-se a noção de comunicação à de identidade, procurando revelar implicações, tensões e processos atualizados pela comunicação no (re)tecer a/da identidade organizacional. PALAVRAS-CHAVE: COMUNICAÇÃO • IDENTIDADE ORGANIZACIONAL • COMPLEXIDADE AbstractIt is reflected about the notion of identity as complexus of identifications -contexture/ weave and strength that amalgamate the variety of possible identifications of a subject/organization. The work also articulates the notion of communication with the notion of identity trying to reveal implications, tensions and updated process for communication to (re)weave the organizational identity. KEYWORDS: COMMUNICATION • ORGANIZATIONAL IDENTITY • COMPLEXITY ResumenSe reflexiona sobre la noción de identidad como complexus de identificaciones: tesitura y fuerza que amalgama las varias identificaciones posibles de un sujeto/organización. Se articula la noción de comunicación con la de identidad y se busca revelar implicaciones, tensiones y procesos actualizados por la comunicación en el (re)tejer la/de la identidad organizacional. P ara melhor compreender as organizações e, em particular, os processos de comunicação e relacionamento organizacional, é relevante refletir sobre a noção de identidade. Nesse sentido, apresenta-se uma compreensão específica de identidade e processos identificatórios 1 que se acredita fértil para pensar as identidades organizacionais "imersas na" e "presas à" sociedade de/em redes, suas construtoras e construções.Definições identitárias conclusivas, processos de comunicação suportados em concepções lineares do tipo "se-então", abordagens simplistas, resultados imediatos, projeções absolutas, e outras formas de explicar -e inferir sobre -a Comunicação Organizacional e sobre a própria idéia de identidade apresentam-se superadas (sentido de inadequadas, estéreis e/ou ultrapassadas). Entre outras coisas, os sujeitos em relação -em particular as relações comunicacionais -são movidos por muitos e diferentes estímulos, percepções, desejos, objetivos e competências. Tensionados, esses constituintes atualizam-se em forças diversas e multidirecionais que fazem com que a identidade organizacional seja (re)tecida permanentemente, sendo que os processos de comunicação/relacionamento apresentam-se como motores, lugares e possibilidades para que isso aconteça.Assim, parece difícil compreender as organizações (identidades) como algo completo, uníssono e sempre coerente. Também não se sustenta a idéia de a organização/instituição ser somente ordenação, organização, estabilidade. Sob a perspectiva do Paradigma da Complexidade 2 , o ordenado, o organizado e o estável guardam em si o desordenado, o desorganizado e o instável. Essa permanente tensão é a possibilidade de os sistemas se regenerarem, atualizarem-se no complexus 3 ecossistêmico. Assim, ao mesmo tempo, a organização, como sistema a...
Nosso objetivo é compreender quais são as estratégias das organizações em situações nas quais predomina o desejo de invisibilidade e de redução/direcionamento da visibilidade nas mídias sociais. As reflexões são feitas à luz do interacionismo simbólico, fundamento epistêmico da pesquisa. Em nível empírico, realizamos entrevistas em profundidade com 17 profissionais que atuam em agências de comunicação digital. O estudo resulta em um mapa de estratégias de invisibilidade e de redução/direcionamento da visibilidade, que indica a profissionalização e uma série de problemáticas diante desses processos e recursos.
Neste artigo, realiza-se estudo sobre a noção de sustentabilidade instituída como modelar por importantes organizações brasileiras e por sua entidade representativa, o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). O estudo, que compreendeu pesquisa exploratória em sites institucionais, atenta para a dimensão da “organização comunicada” (Baldissera, 2009a), como lugar em que as organizações propõem imagens de si – ethos discursivo (Maingueneau, 2008). Os resultados evidenciam a instituição do triple bottom line (Elkington, 2000) como modelo de sustentabilidade adotado por tais organizações, sendo que a análise interpretativa do modelo ratifica a centralidade da dimensão econômica.
Neste trabalho objetivamos evidenciar as vozes conformadoras do discurso da revista Exame sobre diversidade e compreender como elas são acionadas para instituir concepções que realizam uma captura gerencial desse tema. Após apreciação das edições publicadas pela Exame em 2019, identificamos 26 matérias que fazem alguma referência à diversidade, as quais foram selecionadas para compor o corpus de análise. Partindo de aportes teóricos sobre diversidade e gestão, jornalismo de revista e teoria do discurso, realizamos um estudo das vozes pela trilha da análise do discurso. As principais inferências são as de que, a despeito do acionamento de múltiplas vozes, inclusive as de grupos minorizados, materializa-se um discurso predominantemente monofônico, o qual, ainda que se proponha polifônico, tende a reafirmar um ideário organizacional preestabelecido.
Federal do Rio Grande do Sul. Pesquisador e professor no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFRGS. Líder do grupo de pesquisa em Comunicação Organizacional, Cultura e Relações de Poder-GCCOP: www.ufrgs.br/gccop. Bolsista produtividade em pesquisa do CNPq. Pesquisa conta com o apoio da Capes.
Na perspectiva da Comunicação Organizacional, objetiva-se refletir sobre a tensão atualizada nos processos colaborativos, particularmente aqueles que se caracterizam por, mediante o emprego de tecnologias, dar visibilidade a conhecimento/informações dos diferentes trabalhadores no âmbito de suas organizações, bem como sobre as apropriações que essas mesmas organizações fazem daquilo que é exposto. Nessa direção, pode-se pensar em processos que potencializam o conhecimento pela colaboração dos diferentes sujeitos, mas também nos de vigilância e controle sobre tais sujeitos. Atenta-se para o fato de que as organizações, como lugar de realização dos sujeitos, nesses mesmos processos, constituem-se, por um lado, como possibilidade de exposição qualificada desses sujeitos, gerando reconhecimento/prazer, e, por outro, de exposição desqualificada, gerando sofrimento (DEJOURS, 1996; 1999). Para o estudo emprega-se o Paradigma da Complexidade e a comunicação organizacional é compreendida como “processo de construção e disputa de sentidos no âmbito das relações organizacionais” (AUTOR, 2014).
No artigo temos como objetivo explorar a interface entre os estudos de midiatização e de comunicação organizacional. Para isso, mobilizamos alguns dos constructos basilares dessas vertentes, em um exercício que põe em contato, respectivamente, as noções de circulação e cultura organizacional. Propomos como fecundas as abordagens que, ultrapassando os simples usos e apropriações das técnicas midiáticas, admitem que a midiatização tensiona e perturba as organizações, portanto a comunicação e a cultura organizacionais. Assim, a partir de tensionamentos que emergem dessa aproximação conceitual tentativa, dentre outras coisas, afirmamos que a cultura organizacional precisa assimilar de modo mais profundo as atualizações geradas pela midiatização
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.