RESUMOEste estudo tem como foco principal a relação estabelecida entre criança e publicidade televisiva. A perspectiva teórica e metodológica é baseada nas idéias de Walter Benjamin, Mikhail Bakhtin e Oliviero Toscani. O objetivo é entender o contexto social e cultural mais amplo no qual essa questão é mantida sob permanente tensão, em especial em razão de algumas mudanças que o marcam acentuadamente: a emergência de novos agrupamentos familiares que, por diferirem dos arranjos nucleares tradicionais, demandam um reordenamento das relações criança-adulto; a desterritorialização do capitalismo e sua concentração no consumo; a fragmentação da vida cotidiana; a construção de uma política de vídeo e a inversão sofrida nos âmbitos públicos e privados; o lugar central hoje ocupado pela mídia e a constatação de que há uma hegemonia das tecnologias eletrônicas e virtuais nos processos de comunicação, bem como a pulverização dos espaços de saber. Nesse contexto, os meios audiovisuaisentre eles a televisão -têm compartilhado cada vez mais com a família e com a escola sua função educativa, ocasionando para ambas um grande desconforto: faz-se necessário, mais do que nunca, repensar o lugar social que ocupam. INFÂNCIA -TELEVISÃO -PROPAGANDA -MÉTODOS DE PESQUISA ABSTRACT CHILD, TELEVISION AND PUBLICITY: A METODOLOGY IN CONSTRUCTING RESEARCH. This research has, as its main focus, the relationship established between child and publicity on TV. The theoretical and methodological perspective is based on the ideas of Walter Benjamin, Mikhail Bakhtin and Oliviero Toscani. The goal is to understand the broader social and cultural context within which this issue is kept under permanent tension. Some important changes have marked it: the emergence of new family groups which, by differing from the traditional nucleus arrangements, asks for the reordering of the child-adult relationship; the loss of a clear delimitation for capitalism and its concentration on consumption; the fragmentation of every-day life; the construction of a video policy and the inversion suffered by the public and private stages; the central place now occupied by the media and the hegemony of electronic and virtual technologies in communication processes. Last, but not least, it is worth to mention the pulverisation of knowledge spaces. Within such context, audio-visual means -television among them -have shared the educational function with family and school, producing a great discomfort for both of them: it is necessary, more than ever, to rethink the social place that these institutions fulfil. CHILDHOOD -TELEVISION -PUBLICITY -RESEARCH METHODS
O texto oferece subsídios para uma compreensão da produção cultural de nossa época e as relações sociais que adultos e crianças estabelecem com a mídia. O fundamento teórico-metodológico desta investigação tem como base a teoria de Mikhail Bakhtin, especialmente a relação dialógica e alteritária do adulto com a criança, além de ter como eixo de análise a brincadeira, aspecto fundamental da linguagem na interação da criança com a televisão. A proposta é oferecer subsídios para projetos educacionais voltados à formação de leitores críticos dos meios de comunicação de massa, especialmente no que diz respeito aos produtos de televisão para o público infantil.
O debate sobre a ética na pesquisa em Ciências Humanas, mais particularmente na pesquisa com crianças, é um tema candente no contexto brasileiro, assim como as condições de interlocução do pesquisador com os sujeitos que participarão de sua pesquisa têm ocupado um papel central. Considerando esse foco, nossa intenção é trazer para o centro do debate a dimensão ética que se faz presente na própria teoria, isto é, conceber a teoria como um agir ético. Partimos do pressuposto de que a pesquisa em Ciências Humanas sempre implica um outro, mesmo que não haja previsão de um trabalho de campo. O outro está incrustrado na teoria, seja naquilo que o conhecimento sistematizado pela humanidade já nos oferece como perspectiva de visada, seja naquilo que inauguramos com o nosso próprio pensar. Pensar, neste sentido, é um agir ético, na medida em que implica um outro e um posicionamento sobre esse outro. Quem é o outro-criança para os pesquisadores da infância? Que implicações éticas se impõem quando nos colocamos a pensar a infância? Por que pensar a infância? Para quê? Qual o lugar das crianças na teoria que produzimos sobre elas? Neste texto procuraremos perseguir essas indagações a partir da tensão que se dá entre participação e tutela, proteção e autoria, experiências de alteridade entre crianças e adultos na vida social que são postas em xeque no fazer teórico, posto que teorizar não implica apenas em descrever o mundo social, mas também em instaurá-lo.
Resumo: Este texto tem por objetivo problematizar a relevância do tema na atividade de pesquisa, mais especificamente, na construção da metodologia. As Ciências Humanas e Sociais são ciências discursivas e a voz dos interlocutores - o pesquisador e a criança - têm ocupado a centralidade na construção metodológica. A proposta deste texto é ampliar esse debate deslocando o foco para um terceiro elemento crucial na constituição dessa alteridade e que, muitas vezes, é pensado de forma apartada da metodologia: o tema. A problematização é feita a partir da análise de cinco pesquisas do campo interdisciplinar dos estudos da infância e assenta-se na filosofia da Linguagem de Walter Benjamin e do círculo de Mikhail Bakhtin e Valentin Volochnov.
RESUMO Este texto busca problematizar as imagens de crianças que circulam em vídeos on-line, propagando-se numa escala vertiginosa conceituada como viral. Que imagens de infância circulam? O que faz da criança uma imagem que viraliza? Que alteridade pauta a relação entre a criança que é filmada e aqueles que a filmam? Que ética baliza a produção e a circulação desses vídeos? Para enfrentar tais questões, trazemos uma discussão sobre vídeos virais que circulam nas redes e, mais amiúde, a análise crítica de dois vídeos para, a partir deles, buscar elementos para a construção de um agir responsável.
Este artigo apresenta registros e reflexões acerca da produção e das primeiras exibições do filme de curta-metragem “Costureiras”, documentário que tem por matéria-prima memórias e histórias de vida e de costura de quatro mulheres, com idades entre 60 e 90 anos, que estruturaram suas vidas a partir da profissão de costureira. Em suas narrativas autobiográficas colocam em debate o lugar histórico-social da profissão de costureira e sua relação com a educação das mulheres. Afetos e saberes populares são colocados em cena permeados por questões de gênero, raciais e de classe, bem como traçam um panorama das transformações que a profissão vai sofrendo ao longo do tempo. O texto foca aspectos da produção do documentário e, também, temas que foram ganhando relevância nos debates que se seguiram às exibições do filme. Destacamos o fato de que o filme tem provocado os espectadores a relatar suas histórias pessoais com a costura – a infância entre retalhos e brincadeiras no pedal da máquina, a máquina de costura como um objeto de importância familiar, a costura como um trabalho feminino que permitia às mulheres estarem próximas de seus filhos e garantirem seu sustento e educação.
Nature (one's genes) and nurture (one's environment) jointly contribute to the formation and evolution of health and human capital over the life cycle. This complex interplay between genes and environment can be estimated and quantified using genetic information readily available in a growing number of social science data sets. To help the novice reader interested in understanding individual decision making, public policy, and inequality using genetic data, we introduce essential genetic terminology, review the literature in economics and social-science genetics---with a focus on the interplay between genes and environment---and discuss policy implications and future prospects of the use of genetic data in the social sciences and economics.
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