RESUMOTemos assistido, pouco a pouco, a ampliação do espaço outorgado à voz das crianças em pesquisas das ciências sociais e humanas, embora historicamente elas tenham tido seu direito de falar negado, por serem vistas como incompetentes para julgar e informar adequadamente. O artigo discute como a perspectiva delas vem sendo incorporada na pesquisa brasileira, dando especial ênfase à caracterização das crianças envolvidas. Analisou-se 179 artigos de antropologia, educação, psicologia e sociologia que relatam pesquisas com crianças, publicados entre 2000 e 2012, em periódicos classificados como A1 ou A2, pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Crianças pequenas, que vivem na zona rural e/ou nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste permanecem silenciadas. São ausências com importantes repercussões teóricas e políticas.Palavras-chave: crianças; pesquisa; estudos sociais da infância.
ABSTRACTGradually, we have seen the expansion of space granted to the voice of children in researches on social and human sciences, although historically they have disregarded children's voice, because they were seen as incompetent to judge or properly inform. The article discusses how their perspective has been incorporated in Brazilian research, with special emphasis on the 1 Artigo elaborado a partir da tese de doutorado A participação de crianças em pesquisas das ciências sociais e humanas (2014), desenvolvida no
Este estudo teve como objetivo oferecer uma interpretação do tratamento dado ao tema trabalho infantojuvenil na produção acadêmica brasileira da Psicologia. Foram analisados 29 artigos publicados entre 1985 e 2012. Contou-se, para tanto, com aportes dos estudos sociais sobre a infância, dos estudos sobre construção de problemas sociais e da produção de John Thompson sobre ideologia. No plano metodológico, buscou-se articular o método da hermenêutica de profundidade, tal como proposto por Thompson, às técnicas da análise de conteúdo. Apreendeu-se o uso de retórica dramática que estigmatiza crianças, adolescentes trabalhadores e famílias pobres. Assim, essa produção pode ser reinterpretada como ideológica na medida em que sustenta relações de dominação entre idades e entre classes sociais.
estimulantes discussões, pelo apoio mútuo e também pelas boas risadas. Ao amigo Alexandre Leichsenring, pelo apoio fundamental nos procedimentos estatísticos. Ao André Odashima, pela cuidadosa revisão do texto. Aos colegas da Universidade Paulista, pelas estimulantes trocas no cotidiano acadêmico. Aos colegas do Instituto Superior de Educação Vera Cruz, em especial, à Magdalena Jalbut e à Camila Patucci, pelo agradável convívio e pelas trocas sobre produção acadêmica.
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