RESUMOAs políticas brasileiras de educação infantil (EI) nas últimas quatro décadas apresentam-se como resposta a várias tensões. Nos anos 70, o despertar dos novos movimentos sociais trouxe o tema para a agenda de suas reivindicações. Nos anos 80, pressões em diferentes sentidos provocaram, de um lado, a expansão da EI seguindo, de modo geral, um modelo "a baixo custo" e, de outro, a consciência social da EI como um direito das crianças pequenas à educação e um direito de assistência aos filhos de pais e mães trabalhadores (Constituição de 1988). O artigo descreve e analisa as tensões presentes, e suas conseqüências, em três momentos da história da EI brasileira contemporânea: a fase de expansão durante o governo militar; as inovações trazidas pela Constituição de 1988; o impacto das reformas educacionais contemporâneas sob a égide do "Consenso de Washington". A descrição e análise desses momentos serão efetuadas no contexto dos modelos propugnados pelas organizações multilaterais. EDUCAÇÃO INFANTIL -POLÍTICAS PÚBLICAS -ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS -POLÍTICAS EDUCACIONAISABSTRACT MULTILATERAL ORGANIZATIONS, THE BRAZILIAN STATE AND CHILD EDUCATION POLICIES: HISTORY REPEATS. Brazilian child education policies over the last four decades have occurred in response to various tensions. In the 1970s, the awakening of social movement placed social demands on the agenda. In the 1980s, pressures in other direction provoked, on the one hand, the expansion of child education generally in line with the "low cost" model, and on the other hand, social consciousness of child education as the right of small children to education and the right to support on the part of working fathers and mothers (the Constitution of 1988). The article describes and analyses the tensions present and their consequences at three moments in the history of contemporary Brazilian child education: the phase of expansion during the military government; the innovations caused by the Constitution of 1988; and the impact of contemporary educational reforms under the aegis of the "Washington Consensus". Description and analysis will be done in the context of the models propounded by the multilateral organizations.Agradeço os comentários de Elba Siqueira de Sá Barretto.
ResumoUma análise das políticas educacionais brasileiras contemporâneas da perspectiva de gênero teria, sem dúvida, que incidir sobre as reformas educacionais que vêm sendo implantadas desde a década de 1990. Essas reformas enquadram-se no modelo atual de políticas sociais neoliberais, procurando responder a um enorme desafio: obter ganhos de qualidade e ao mesmo tempo procurar restringir o uso dos recursos públicos. Tais reformas não são particulares ao Brasil e à América Latina, configurando, ao contrário, um movimento internacional que vem outorgando à educação a condição de estratégia fundamental para a redução de desigualdades econômicas e sociais nacionais e internacionais. 1No Brasil, como em outros países latino-americanos, "elas incidiram sobre várias dimensões do sistema: legislação, financiamento, organização das redes, currículo, material didático, formas de participação da comunidade, maior autonomia das unidades escolares, treinamento de professores, informatização, introdução de sistemas de avaliação, e assim por diante". 2Todas essas dimensões poderiam oferecer um rico repertório para pesquisas, ensaios, perguntas, propostas se olhadas através de um enfoque de gênero, que resumo aqui na relação de dominação do masculino sobre o feminino, no privilegiamento da produção e administração de riquezas sobre a produção da vida, como um dos eixos para compreender essa dinâmica social. LAUGLO, 1994. 2 CAMPOS, DAVIS e SPÓSITO, p. 3. 3 Reconheço a deselegância de remeter para nota de rodapé o conceito e a teoria de gênero que vêm sustentando minhas pesquisas sobre a construção social da infância e adolescência com enfoque na educação. Inspirada em IZQUIERDO (1994IZQUIERDO ( e 1998, concebo a sociedade estruturada em torno de relações de dominação, entre as quais as de gênero e que consistem em considerar as atividades associadas ao masculino como superiores às atividades associadas ao feminino, independentemente do sexo das pessoas que as executem.
RESUMOO artigo analisa o processo de expansão da educação infantil (creches, pré-escolas e classes de alfabetização) que ocorreu durante o governo Geisel e seus desdobramentos atuais. Utiliza como fontes, dados coletados, sistematizados e divulgados pelo IBGE e SEEC/MEC, além de documentos nacionais e de organismos intergovernamentais (UNICEF Fundo das Nações Unidas para a Infância e UNESCO). Apoiando-se em correntes contemporâneas da Sociologia da Educação, de estudos de gênero e sobre relações raciais, o texto deslinda novos processos de exclusão criados pela política de democratizaçãoda educação infantil. Conclui refletindo sobre os sentidos de ações afirmativas e políticas para todos como estratégias de democratização da educação infantil. EDUCAÇÃO INFANTIL RELAÇÕES DE GÊNERO RELAÇÕES RACIAIS FORMAÇÃO DE PROFESSORES ABSTRACT THE EXPANSION OF EARLY CHILDHOOD EDUCATION AND EXCLUSIONARY PROCESSES.This article analyzes the process of expanded early childhood education (day care centers, pre-schools and literacy classes) that took place during the Geisel government, and their present day developments. It utilizes date collected, systematized and disseminated by the IBGE and SEEC/MEC, as well as national documents and those of intergovernmental organizations (UNICEF and UNESCO). Supported in the latest currents of educational Sociology and studies of gender and race relations, the text details new exclusionary processes created by policies to democratize early childhood education. It concludes by reflecting on the meaning of affirmative action and policies for everyone as strategies for making early childhood education more democratic.Cadernos de Pesquisa, nº 107, p. 7-40, julho/1999Texto preparado a partir do Relatório de Pesquisa A Expansão da Educação Infantil no Brasil e Processos de Exclusão, que contou com a colaboração de Regina P. Pinto e o apoio da FAPESP e do SEDIAE-MEC.
ResumoO artigo se propõe a efetuar uma revisão da produção brasileira sobre expressões de racismo em livros didáticos. Baseando-se em estados da arte já publicados e no original (como o de Baptista, 2002), o artigo analisa a produção brasileira sob dois ângulos: publicações que enunciam o racismo em livros didáticos; e publicações que referem-se ao combate ao racismo em livros didá-ticos. Num percurso histórico, os autores procuram indicar aspectos comuns ao conjunto de análises já produzidas sobre o tema, as lacunas que vêm permanecendo e a diversidade de enfoques teórico-metodológicos sobre os quais elas têm se apoiado. Concluem analisando as principais ações que vêm sendo desenvolvidas tanto pelo movimento negro como pelos órgãos oficiais para combater o racismo nos livros didáticos, tais como o programa Nacional do Livro Didático e a recente Lei n o 10.639 de 9 de janeiro de 2003, que estabelece a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira, no ensino fundamental. Palavras-chaveEducação e raça -Discurso racista -Combate ao racismo -Livros didáticos.
O artigo discute a produção acadêmica contemporânea brasileira sobre educação e gênero (ou mulheres) a partir da análise de três fontes de dados: a base de teses e dissertações de programas de Educação filiados à ANPEd no período 1981-1998; o diretório de pesquisadores(as) Quem pesquisa o quê em Educação: 1998; e seis coleções de revistas especializadas em Educação e Estudos Feministas (de gênero). A análise do catálogo da ANPEd (1999) evidencia um aumento de teses/dissertações em números absolutos no período, uma concentração em certas universidades, de autoria e de orientação majoritariamente feminina. Tal perfil da produção acadêmica é confirmado, no geral, pelos dados sobre pesquisadores(as) incluídos(as) no diretório organizado pela ANPEd. Quanto à temática, nota-se dispersão e ausência relativa de questões que compõem a agenda educacional contemporânea. Teses e dissertações focalizam mais a condição feminina que o sistema educacional numa perspectiva de gênero. Esta particularidade foi também notada nas revistas especializadas em Educação. Por seu lado, as revistas feministas dão muito pouco espaço ao tema e disciplina da Educação. Daí os caminhos cruzados entre Educação e Estudos sobre a Mulher ou Gênero. O artigo conclui destacando os possíveis efeitos deletérios de tal fragilidade acadêmica no plano das propostas atuais sobre igualdade de gênero na educação.
This paper aims to present and discuss tensions in the contemporary
This paper aims to challenge epistemological and political implications for concepts of equality/inequality and diversity. For this it focuses on implications of both indisputam umas com as outras para ver qual estabelecerá uma nova "certeza" baseada em um novo discurso do senso comum em progresso.(CARLSON; APPLE, 2000, p. 11) P ERHAPS ONE OF THE FEW CERTAINTIES we can tell today is that we are living in… uncertain times. We live in a time of often systematic questions about certainties, truths, interpretation -metanarratives -about the past and future of the universe, the earth, human societies and beings, and those concerning linear prediction of the future.Some say we are living in a new era -postmodernity (LYOTARD, 1993); for others modernity is not over yet and its progress does not imply rupture (HABERMAS, 1990); or that postmodernity is only 'a state of spirit, rather than a crystallized reality ' (ROUANET, 1987); and others emphasized that we live in a time of transition (GATTI, 2005, p. 3).On the plan of knowledge production, meta-theoretical approaches and theories are reviewed: Portuguese prefixes neo and pós designate contemporary strands of thought clashing to provide the dominant interpretation in our time (poststructuralism, post-feminism, postcolonialism, Neo-Marxism, NeoGramscianism, among many others). Sometimes, the rupture is indicated by the adjective critical: Critical pedagogy and critical multiculturalism are some of the various ways of distinguishing the traditional from the contemporary, the past from the future in this labyrinth of theoretical productions and current political proposals. The previous knowledge is kept as traditional, and we propose the rupture of disciplinary barriers and the organization, to start using the chaos theory.This theoretical production, which tries to catch and reflect about the complexity of our times, seems to me and others (CARLSON; APPLE, 2000),
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.