Por meio de um estudo retrospectivo, os aspectos epidemiológicos, clínicos e anatomopatológicos de 128 casos de linfoma bovino são descritos. Dos protocolos que informavam o sexo (n=111), 84,7% correspondiam a fêmeas e 15,3% a machos. Dos protocolos em que constava a raça (n=108), a mais prevalente foi a holandesa (63%). Em relação à idade (n=107), houve uma variação entre um e 14 anos. A maioria dos bovinos era adulta (89,7%) e a maior concentração dos casos ocorreu ao redor de 5-8 anos (57,9%). Em relação aos sinais clínicos (n=89), linfadenomegalia foi o achado mais frequentemente observado (74,1%). Outros sinais clínicos, principalmente aqueles relacionados com os sistemas respiratório (dispneia, estertoração pulmonar e taquipneia), cardiovascular (taquicardia, edema subcutâneo e pulso venoso positivo), digestório (atonia ruminal, timpanismo e diarreia) e nervoso (paresia dos membros pélvicos e andar cambaleante), foram pouco prevalentes. Na necropsia (n=125), 71,2% dos bovinos apresentavam aumento de volume dos linfonodos; essa linfadenomegalia foi classificada como localizada em 89,6% dos casos e generalizada em 10,3% dos casos. Dos protocolos que informavam os linfonodos acometidos (n=58), a distribuição foi a seguinte: mesentéricos (51,7%), mediastínicos (37,9%), pré-escapulares (29,3%), ilíacos internos (27,6%), inguinais superficiais (25,8%) e traqueobrônquicos (18,9%). Além dos linfonodos, outros órgãos comumente afetados pelo linfoma neste estudo incluíram: coração (40%), fígado (15,2%), rim (14,4%), abomaso (12,8%), útero (11,2%), intestino (10,4%) e pulmão (7,2%). A presença de massas tumorais no canal vertebral foi observada em poucos casos (3,2%). Com base na epidemiologia e na localização das lesões, a maioria dos casos (96%) foi classificada como linfoma enzoótico e o restante (4%) como linfoma esporádico. Os resultados encontrados neste estudo irão auxiliar clínicos de grandes animais e patologistas veterinários na suspeita e no diagnóstico definitivo do linfoma na espécie bovina.
RESUMO: Intoxicações por plantas do gênero Senecio representam uma importante causa de morte em animais de produção, sendo Senecio brasiliensis a espécie mais envolvida nos casos de intoxicação espontânea. Nesse trabalho, são descritos os aspectos epidemiológicos, clínicos e anatomopatológicos de um surto de intoxicação natural por Senecio brasiliensis em equinos. Dois equinos, de um total de dezoito, foram afetados. Os casos ocorreram em uma propriedade rural no município de São Martinho da Serra, Rio Grande do Sul, Brasil. Grande quantidade de exemplares de Senecio brasiliensis em estágio de brotação foi encontrada na área onde os equinos estavam. Os animais eram da raça Crioula, sendo uma égua com quatro anos e um potro com cinco meses. A égua apresentou evolução aguda da doença com duração de três dias e o potro evolução crônica de dois meses. As principais manifestações clínicas observadas em ambos os equinos incluíam apatia, anorexia, emagrecimento, desidratação e sinais neurológicos. Além disso, havia moderado edema subcutâneo na região ventral do abdômen e marcada icterícia nas mucosas ocular, oral e vulvar da égua e palidez das mucosas no potro. Na avaliação bioquímica do potro, havia acentuado aumento da atividade sérica da gamaglutamil transferase (119 U/L), aumento da fosfatase alcalina (434 U/L) e hipoalbuminemia (2,1g/dL). No hemograma do mesmo, observou-se leve anemia normocítica e normocrômica (30% de hematócrito; VCM: 39,5 fL; HCM: 15,3pg). As alterações presentes em ambas as necropsias foram observadas principalmente no fígado, que estava difusamente aumentado de tamanho, escuro e firme. Na superfície de corte, observaram-se acentuação do padrão lobular e hemorragia. Histologicamente, no fígado dos equinos, havia graus variados de necrose coagulativa, hemorragia, fibrose, proliferação de ductos biliares, hepatomegalocitose e bilestase. Nas diferentes seções analisadas do encéfalo, havia alterações astrocitárias restritas à substância cinzenta, predominantemente, no córtex telencefálico. Os astrócitos degenerados eram similares aos astrócitos de Alzheimer tipo II. O diagnóstico da intoxicação nesses casos foi baseado na epidemiologia, no quadro clínico, nas lesões de necropsia e nos achados histopatológicos. Cabe ressaltar que a necrose de coagulação e a discreta fibrose e proliferação de ductos biliares observados na égua, constituiu uma apresentação subaguda da intoxicação, enquanto que a fibrose, mais predominante no potro, caracterizou uma hepatopatia crônica.
The use of histologic classification by a 2-tier grading system only, immunohistochemistry (IHC) for KIT and Ki-67 and polymerase chain reaction (PCR) for internal tandem duplications (ITD) on exon 11 has improved the prognostication of canine cutaneous mast cell tumors (CCMTs) particularly in the United RESUMO O uso de classificação histológica por um novo sistema de graduação que utiliza apenas duas categorias, imuno-histoquímica (IHQ) para KIT e Ki-67 e reação de polimerase em cadeia (PCR) para mutações (duplicações internas) no éxon 11 tem melhorado a avaliação do prognóstico de mastocitomas cutâneos caninos (MCCs), particularmente nos Estados Unidos. No entanto, essas técnicas são ainda pouco utilizadas em laboratórios brasileiros e, até então, nenhum estudo investigou a prevalência de duplicações internas (DIs) em MCCs do país. Este estudo testou o novo sistema de graduação histológica de duas categorias, a imuno-histoquímica para KIT
Periodontal disease is the most common infectious disease that occurs in feline patients. Although it occurs in both sexes, different age groups, and any breeds, the prevalence and severity seem much higher in cats living in animal shelters. This paper aimed to describe the clinical, radiological, cytopathological, and virological aspects of periodontal disease and its complications in cats, based on these aspects and, consequently, on the importance it brings to cat feline medicine in shelter cats. For this, nine cats with periodontal disease from a single animal shelter were evaluated. These cats demonstrated a disease characterized by halitosis, excessive salivation, and oral discomfort. Lymphadenomegaly of the mandibular and retropharyngeal lymph nodes was observed in 44.4% of the cases. Oral lesions consisted of varying degrees of gingival hyperemia, complete loss of free gingival margins, and consequently gingival retraction, dental calculus deposition, dental mobility, complete exposure of the furcation of premolars and molars, and dental roots of canines and incisors, loss of bone radiopacity due to alveolar bone resorption and tooth loss. Complications included chronic ulcerative paradental stomatitis (22.2%), faucitis (22.2%), and chronic gingivostomatitis (11.1%). None of the cats affected by periodontal disease was positive for FIV or FeLV. In 33.3% of the cases, cats were carriers of feline calicivirus, but not feline herpesvirus.
Background: Melanocytic neoplasms are skin tumors that often occur in dogs. However, melanocytoma-acanthoma, also called melanoacanthoma, is a benign melanocytic neoplasm rarely reported in this species, which has been described only three times in the veterinary literature. Briefly, this tumor is characterized by a single, painless, darkly pigmented and firm cutaneous papule or nodule. Histologically, it is composed of mixed populations of well-differentiated melanocytes and keratinocytes, unlike traditional melanocytic tumors (melanoma and melanocytoma). These cells are arranged in lobules surrounded by collagenous stroma. Melanocytes are large epithelioid cells containing varying amounts of melanin. Keratinocytes form anastomosing trabeculae with peripheral palisading, and small cysts containing amorphous or laminated keratin. The definitive diagnosis of melanocytoma-acanthoma is based on histopathological findings. This report describes a case of melanocytoma-acanthoma in a dog in Brazil. Case: A 9-year-old female miniature Schnauzer dog was examined at the Veterinary Hospital of the Federal University of Santa Maria, where a single, firm, pigmented papule was found in the auricle. The lesion had started 15 days earlier.Hematological tests and serum biochemistry profile were normal. An excisional biopsy of the papule was surgically removed and subjected to histopathological examination. The tissue was fixed in 10% neutral buffered formalin, processed routinely and embedded in paraffin wax. Sections were stained with hematoxylin and eosin (HE). A histopathological examination revealed a nonencapsulated, well-defined, extensive, densely cellular proliferation located in dermis. This proliferation was composed of lobules and nests of well-differentiated stratified squamous epithelium closely associated with neoplastic melanocytes, surrounded by thin bundles of fibrous stroma. A diagnosis of melanocytoma-acanthoma was established based on these histological features. Discussion: The first description of melanocytoma-acanthoma in humans was as melano-epithelioma, classified into subtypes I and II. Both subtypes are benign neoplasms composed of well-differentiated melanocytes and keratinocytes, which are distinguished from one another based on the amount and distribution of melanocytes. Type I melano-epithelioma is characterized by proliferative lobules of melanocytes and keratinocytes, including melanocytes scattered diffusely among keratinocytes. Type II melano-epithelioma involves only the proliferation of keratinocytes, while melanocytes are limited to the basal layer of keratinocyte lobules. To clarify this condition, some authors use the term "melanoacanthoma" to indicate the above-described type I melano-epithelioma, and seborrheic keratosis to indicate type II melano-epithelioma. However, other authors use the term melanoacanthoma to denote the two conditions (types I and II melano-epithelioma). On the other hand, veterinary medicine does not recognize subtypes, instead using the term melanocytoma-acanthoma...
RESUMO: Linfomas foliculares são uma rara forma de distúrbio linfoproliferativo descrita em medicina veterinária. Juntamente com a não reconhecida ocorrência dos linfomas de Hodgkin em cães, essa é a maior diferença acerca de linfoma entre humanos e cães. O objetivo deste artigo é descrever os achados epidemiológicos, clínicos e anatomopatológicos vistos em cinco cães com linfoma folicular. Destes, dois eram machos (40%) e três eram fêmeas (60%). A idade dos cães afetados variou de 11 a 13 anos. Quatro dos cinco (80%) cães eram de raça pura e um (20%) não tinha raça definida. Todos os cães apresentaram linfadenomegalia generalizada e esplenomegalia, o que incluiu os casos como linfoma multicêntrico. Na necropsia, os linfonodos e o baço demonstraram um padrão nodular à superfície de corte, caracterizado por dezenas a centenas de nódulos brancos, multifocais ou coalescentes e de tamanhos variáveis. Na superfície natural do baço, frequentemente (4/5, 80%), havia miríades de pontos brancos, multifocais ou coalescentes, de tamanhos variáveis. Na histopatologia, os tumores foram confirmados como linfomas foliculares. Todos os casos eram Grau III, sendo dois (40%) incluídos como IIIa e outros três (60%) como IIIb. Em um caso (1/5, 20%), o linfoma folicular foi considerado como IIIb variante de pequenos centroblastos semelhantes aos linfócitos neoplásicos vistos no linfoma de Burkitt. Os linfomas foram validados como tendo origem em células B através da imuno-histoquímica, utilizando anticorpos anti-CD20. Os casos de linfomas foliculares descritos comportaram-se de forma agressiva e levaram os pacientes à morte.
Background: Skin tumors are the most common neoplasia in veterinary medicine and squamous cell carcinoma (SCC) is the most frequent. In cattle, it is the main tumor besides linfosarcoma and normally affects taurine cattle, but is rare in Nelore cattle. SCC mainly affects mucocutaneous junctions such as the eyelids, sclera, vulva, and perineum, and has already been described in vagina, eye, and periocular tissues, in addition to the superior digestive tract. The purpose of this paper is to describe a vaginal squamous cell carcinoma in a Nelore cow. Case: A 10-year-old Nelore cow, used as an embryo donor, was submitted to a necropsy procedure. Clinically, the animal had prolonged recumbency, anorexia, weight loss, and vaginal discharge. There was a history of recurrent vaginal prolapses and an intraluminal vaginal mass that had grown over two years. At necropsy, there was diffuse fibrinous peritonitis with marked intestinal adhesions; the vagina was markedly expanded and measured 40 × 20 cm due to the presence of an intraluminal mass occupying the vestibulum and extending up to the cervix. In the vaginal lumen, there was large amount of fibrinonecrotizing malodorous material; the vaginal wall was thickened by an unencapsulated and poorly delimited, firm and white mass composed of sheets and nests of epithelial cells from the squamous layer surrounded by abundant fibrovascular stroma. The neoplastic cells were polygonal with marked pleomorphism, anisokaryosis, and anisocytosis; abundant eosinophilic and well-defined cytoplasmic borders. Sometimes it was possible to see desmosomes. The nuclei were rounded to oval with sparse chromatin and one or more nucleoli were seen. Mitotic figures were frequent (at least 3 per higher power field) and there were also a few multinucleated cells. Frequently, there was the formation of distinct keratin "pearls". Discussion: SCC frequently occurs in the skin, eyes, and vulva in cattle, since these are sites that lack pigment within the epidermis and have prolonged exposed to ultraviolet light. Vaginal SCC has already been described in one cow with recurrent vaginal prolapses that was submitted to follicular aspiration. In a survey of cattle tumors, most genital tract neoplasias affected the uterus, and vaginal tumors normally originated from connective tissue -fibromas, fibropapillomas, and fibrosarcoma -or muscular tissue -leiomyoma and leiomyosarcoma. Irreversible changes in cellular DNA can occur due to physical or chemical carcinogens, and also chronic inflammation. The cow in this paper was frequently submitted to follicular aspiration and this can cause chronic inflammation in the vaginal mucosa after the puncture and, when it's chronic, can represent one of the main initiating factors for tumor development. This cow's death was caused by diffuse and marked peritonitis. The same cause was previously described in cows submitted to follicular aspiration and, in one of these animals, there was a rectal perforation caused by mistakes during the procedure. In this animal, we did not...
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