A violência de gênero contra as mulheres é um fenômeno mundial abordado exaustivamente. Este artigo discute como a interseccionalidade gênero, raça e etnia emerge nos discursos jurídicos sobre as mulheres que acessam a justiça. O referencial teórico foi composto pela analítica do poder de Michel Foucault articulada aos conceitos de interseccionalidade, gênero, raça e etnia. A pesquisa de campo foi realizada no Poder Judiciário de Porto Alegre e de Sevilha entre agosto de 2010 e outubro de 2012. Foram construídas três amostras de conveniência: entrevistas com 290 mulheres, análise de 70 processos judiciais e de 55 boletins de ocorrência. Foram realizadas entrevistas com quatro juízes/as de Porto Alegre e dois juízes em Sevilha. Os resultados apontam uma sobrerrepresentação das mulheres negras nos boletins de ocorrência, nas entrevistas, mas não nos processos. Apesar disso, os/as juízes/as entrevistados/as compreendem que a interseccionalidade gênero-raça e etnia não interfere no acesso à justiça.
RESUMOEste artigo discute teoricamente as articulações entre gênero e raça/cor na temática da violência de gênero nas relações de intimidade. A fundamentação teórica é composta pelos estudos de Michel Foucault sobre as relações de poder, pelos estudos contemporâneos de gênero (Joan Scott, Heleith Saffioti, Karin Smigay) e pelos estudos de raça/cor (Florestan Fernandes, Lilia Schwarcz). O trabalho de campo, envolvendo entrevistas e análise de andamento de processos judiciais, foi desenvolvido no Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher e na Delegacia da Mulher, em Porto Alegre, no período de maio de 2010 a outubro de 2011. Destaca-se como necessária a problematização sobre as formas como as questões de raça/cor se entrecruzam nos discursos sobre violência de gênero nas relações de intimidade, uma vez que a maneira como as vulnerabilidades são vividas pelas mulheres variam fortemente de acordo com suas experiências singulares de vida e com os marcadores sociais.Palavras-chave: violência de gênero; raça/cor; Lei Maria da Penha; articulação; direitos humanos.
RESUMENEste trabajo discute teóricamente las articulaciones entre género y raza/color en el tema de la violencia de género dentro de las relaciones íntimas. El marco teórico se compone de los estúdios de Michel Foucault sobre las relaciones de poder, por estúdios contemporáneos de género (Joan Scott, Heleith Saffioti, Karin Smigay) y por estúdios de raza/color (Florestan Fernandes, Lilia Schwarcz). El trabajo de campo, compuesto por entrevistas y análisis de procesos judiciales no concluídos, se desarrolló en el Juzgado de Violencia Doméstica y Familiar contra la Mujer y en la Comisaría de la Mujer, en Porto Alegre, en el período de Mayo 2010 a Octubre de 2011. El cuestionamento de las formas en que las cuestiones de raza / color se entrecruzan en los discursos sobre la violencia de género en las relaciones íntimas es necesario, ya que la forma como las vulnerabilidades son experimentadas por las mujeres varían mucho de acuerdo a sus experiencias de vida únicas y los marcadores sociales.Palabras clave: violencia de género; raza/color; Ley Maria da Penha; articulación; derechos humanos.
ABSTRACTThis article discusses theoretically the gender/race articulation in gender violence in intimacy relationships. The theoretical-methodological approach is based in Michel Foucault's analysis of power relations and contemporary gender studies (Joan Scott, Heleith Saffioti, Karin Smigay) as well as race and color studies (Florestan Fernandes, Lilia Schwarcz). The field work, including interviews and processes' analysis using a convenience sample was conducted in the domestic and familiar violence judgeship and women's police station, in the city of Porto Alegre from May 2010 until October 2011. We reaffirm the necessary discussion about how race/color is intercrossed in the gender violence in intimacy situations, once vulnerabilities are lived in different ways depending on women singular life experiences and its social determinants.
O presente estudo tem, por objetivo, compreender a presença da Gymnastica e da Educação Physica na formação de professores(as) primários(as) no Rio Grande do Sul, durante o período de 1877 a 1909. Para o alcance do objetivo proposto, analisamos a documentação legal do estado, especialmente aquela que previu orientações relacionadas às estruturas educacionais, expedidas no período de 1877 a 1909. A interpretação aos materiais de pesquisa, amparada pelos aportes teóricos da História das Disciplinas Acadêmicas e Escolares e dos Saberes Disciplinares, indicou que a inserção de conteúdos referentes à Gymnastica e à Educação Physica, nas grades de ensino, foi assumindo contornos mais amplos na realidade educacional sul-rio-grandense, especialmente naquela voltada à formação de professores(as). Desta forma, tais ampliações podem ter influenciado no estabelecimento de ações pioneiras levadas a efeito nos anos posteriores ao período investigado.
A etnografia, ao ser apropriada por pesquisadores/as da Educação Física, apresenta-se como um potente caminho para a produção de conhecimento e insere-se em uma agenda de discussão sobre modos e possibilidades com que pode ser realizada. O objetivo desse estudo foi refletir sobre nossas experiências em realizar etnografias, em especial sobre as mudanças nesse fazer a partir da aproximação com os Estudos Sociais da Ciência e Tecnologia. Considerando quatro pesquisas etnográficas, cujos objetos estavam ligados ao esporte praticado por mulheres (voleibol e futsal), ao talento esportivo e à ciência da Educação Física, apresentamos um relato que evidencia o que se ‘ganhou’ (ou ‘perdeu’) quando modificamos as formas de olhar, ouvir, fazer, escrever e analisar nas pesquisas etnográficas.
Este trabalho consiste em uma análise das publicações da Folha de São Paulo, escritas por mulheres sobre a Copa do Mundo de 2006. As reportagens foram divididas em três grupos, nos quais se identifi cou que existem diversas maneiras das articulistas participarem desse momento de Copa. Se o nacionalismo é o argumento destacado pelos autores que estudam o futebol para explicar a participação das mulheres nesse universo, podemos dizer que, nesse estudo, ele foi tão requisitado quanto outros aspectos identitários presentes nas vidas dessas articulistas. Elas vivenciaram a Copa da Alemanha, explicitando constantemente suas diversas formas de ser mulher.
PALAVRAS-CHAVES:Copa do Mundo -nação -mulher * Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e bolsista da CAPES.
Em meio à diversidade de significados que as lutas possuem, um dos aspectos que chama atenção é vê-las enquanto uma modalidade esportiva em ascendência na atualidade. Assim, com o objetivo de compreender os significados que são atribuídos às lutas por seus praticantes, realizamos um estudo etnográfico com uma equipe de judô da cidade de Pelotas/RS. Durante os oito meses de observações foi possível perceber que o judô praticado pelo grupo se encontra em um constante período de transformação de significados, que estabelecem vínculos às orientações culturais orientais e à racionalização da prática em função de um processo de esportivização.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.