O objetivo deste trabalho é apresentar a experiência partilhada de professores de pós-graduação na disciplina Instrumentos para Coleta e Investigação em Pesquisa Qualitativa, do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil. O artigo está organizado em cinco eixos: etnografia, pesquisa historiográfica, análise de discurso, análise de imagens e ética em pesquisa. Em cada eixo são esboçados os marcos teóricos que o sustentam, bem como apresentados exemplos de como estes podem ser utilizados a partir de pesquisas produzidas por discentes do próprio programa. Palavras-chave: Pesquisa qualitativa. Etnografia. Pesquisa historiográfica. Análise de discurso. Análise de imagem. Ética na pesquisa.
No trabalho, é desenvolvido um estudo etnográfico acerca do esporte no cotidiano urbano, focalizando dois grupos de veteranos de futebol freqüentadores de espaços públicos da cidade de Porto Alegre. Interpretando e analisando comparativamente as suas práticas esportivas, busca-se compreendê-las como elementos constitutivos do modo de vida daqueles homens e, a partir daí, estabelecer um diálogo com discursos correntes na Educação Física Brasileira acerca do esporte. Conclui-se que os discursos correntes — tentativas de caracterização generalizadora — não dão conta das diferentes manifestações do esporte e que os estudos etnográficos podem contribuir para compreender uma variedade de orientações sociais e culturais a ele subjacentes.
Neste estudo, a partir das vertentes dos Estudos Culturais e de Gênero que se aproximam do pós-estruturalismo de Foucault, procuramos compreender como são atribuídos significados de gênero que constituem modos diferenciados de ser menino ou menina no espaço do recreio de uma escola pública de Porto Alegre, no Brasil. Através de um trabalho etnográfico que teve a duração de um ano e com realização de entrevistas com crianças, focalizamos uma segunda e uma terceira série do ensino fundamental e identificamos uma aprendizagem não-oficial e não-intencional que ocorre nas brincadeiras das crianças, onde elas aprendem formas de ser meninos e meninas. Neste contexto, percebemos que existe uma ocupação dos espaços do pátio da escola segundo o gênero, que inclui diferentes maneiras de ocupação e negociação configurando uma geografia do gênero. Também observamos uma construção da sexualidade na escola, na qual a homossexualidade é circunscrita em detrimento da norma da heterossexualidade.
Identificando a revista Movimento como uma instituição vinculada à história da Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, nesse artigo buscamos compreender como ocorreu o processo da sua produção/repercussão, a partir do momento em que se especializou como um periódico da educação física em interface com as ciências Humanas e sociais (2003-2010). As respostas vinculadas a esse objetivo foram obtidas a partir de análises de entrevistas semi-estruturadas realizadas com editores e ex-editores do periódico, assim como com pessoas em destaque no contexto da acadêmico/científico da Educação Física Brasileira; também foram analisados documentos vinculados à produção periódica em geral à revista Movimento em particular. Pode-se concluir que o processo de especialização da revista se vinculou à tensão existente no campo acadêmico/científico da Educação Física Brasileira. O sentido deste periódico não é redutível à socialização do conhecimento, mas engloba, também, um sentido de representatividade e de avaliação/classificação no campo, com profundos vínculos com a pós-graduação, com quem tem uma imbricação visceral. Isto fez parte de um processo que se impulsiona no momento de sua especialização e outros esforços vinculados às lógicas do campo científico. A revista Movimento é, assim, produto e resultado do seu desenvolvimento e do desenvolvimento da subárea das socioculturais, onde se consolida como um capital.
Inicialmente realizarei uma breve revisão acerca de alguns aspectos da discussão sociológica contemporânea sobre o esporte, chamando a atenção para as suas repercussões no desenvolvimento do debate que ocorre no âmbito da Educação Física Brasileira, no que se refere à inserção desta prática social na realidade escolar. Buscarei apontar para algumas questões que - apesar de terem sido motivos de muitas discussões entre os profissionais da área - ainda me parecem obscuras e, por esta razão, não têm satisfeito os elementos desta comunidade, contribuindo para a manutenção da polêmica, agora reativada pela Revista Movimento.
Procuramos, a partir das vertentes dos Estudos Culturais e de Gênero que se aproximam do pós-estruturalismo de Foucault, entender como o gênero e a sexualidade instituem modos diferenciados de ser menino/a no recreio escolar. Considerando que esse é um processo permeado por relações do poder, procuramos mapeá-las e identificá-las utilizando uma metodologia de inspiração etnográfica (observação participante e entrevistas) realizada, durante um ano, numa escola pública de Porto Alegre, RS. Focalizamos uma segunda e uma terceira série. Argumentamos que, através das brincadeiras, acontece uma aprendizagem não-formal e não-intencional, a partir da qual crianças apre(e)endem determinadas formas de feminilidade e de masculinidade.
Este trabalho é parte dos resultados de uma pesquisa de caráter etnográfico que visou compreender o sentido atribuído à prática da dança de rua, por jovens moradores da periferia de Porto Alegre. Entre outras conclusões encontradas, identificou-se que a prática da dança, aliada aos princípios ideológicos colocados pelos elementos da cultura hip-hop e simbolizados pela atitude, caracteriza-se como um movimento estético-político que mobiliza os jovens, conduzindo- os a um engajamento político-social, com o objetivo de construir uma vida digna para si e resgatar crianças e adolescentes em situação de risco.
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