Este é um artigo de acesso aberto, licenciado por Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0), sendo permitidas reprodução, adaptação e distribuição desde que o autor e a fonte originais sejam creditados. Resumo. Estudo qualitativo e exploratório que objetivou refletir sobre o tornar-se família de uma criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA) a partir das repercussões do transtorno nas famílias, das características, das perspectivas futuras destas e de como elas se reconhecem nesse contexto. Participaram do estudo sete familiares de crianças com TEA atendidas em um Centro de Atenção Psicossocial Infantil (CAPSi). Na coleta de dados, utilizaram-se questionário sociodemográfico, grupo focal e entrevistas semiestruturadas. O grupo focal e as entrevistas foram gravados, transcritos e submetidos à Análise de Conteúdo. Os resultados indicaram que o diagnóstico de TEA repercutiu nas famílias dos participantes, demandando alterações na rotina, na dinâmica e nas relações familiares. As famílias se afastam do convívio social, centram-se na criança, vivenciam falta de apoio e dificuldade no acesso aos tratamentos, possuem preocupações e perspectivas diferentes das de outras famílias, reconhecendo-se como famílias unidas que alternam entre tristeza e alegria e que investem na criança.
Este estudo teve como objetivo compreender o fenômeno da entrega de um filho para a adoção, a partir das mães que renunciaram à maternagem. Através de entrevistas com três mães doadoras, constatou-se que fatores socioeconômicos, familiares e emocionais estavam presentes na decisão da entrega do filho. Identificou-se que a entrega foi acompanhada por sofrimento e pelo sentimento de impossibilidade de cuidado à criança. Além disso, pode-se verificar que as ações realizadas por profissionais da saúde e conselheiros tutelares diante da decisão da mãe entregar o filho à adoção nem sempre estavam adequadas conforme o preconizado na Lei nº 12.010, havendo violação dos direitos. Destaca-se a necessária aplicabilidade das políticas públicas que visam à assistência jurídica e psicológica às mães que entregam o filho para adoção.
Resumo O presente estudo teve como objetivo apresentar uma revisão sistemática da literatura acerca da temática da monoparentalidade em produções nacionais. Para tanto, realizou-se a busca de estudos publicados entre 1980 e junho de 2017 nas bases de dados on-line IndexPsi, Lilacs, Scielo e PePSIC, utilizando como descritores os termos “monoparental”, “monoparentalidade”, “uniparental”, “mãe ou pai solteira(o)” e “guarda unilateral”. Dessa busca, considerando critérios de inclusão e exclusão, obteve-se 22 artigos empíricos, os quais foram utilizados na produção deste estudo. Os resultados foram submetidos à análise de conteúdo e à análise de frequência simples, sendo apresentados através de cinco categorias: a) ano de publicação; b) periódicos de veiculação dos artigos; c) método de pesquisa; d) região da universidade de origem da produção científica; e e) principais resultados. Acredita-se que o estudo contribuiu com a produção de conhecimento científico na área da psicologia, uma vez que explanou as diferentes perspectivas através das quais o fenômeno da monoparentalidade está sendo compreendido pelos pesquisadores até o presente momento. Tal compreensão é útil tanto para o meio científico, pois direciona novas investigações, fundamentando-se no conhecimento já disponível acerca deste campo, como também para o meio profissional, servindo como suporte aos profissionais que atuam com famílias.
. (Re)construindo vínculos: relato de experiência de um grupo de apoio à adoção.
Resumo Com o intuito de preservar o exercício da parentalidade por ambos os pais após a separação conjugal, a lei da guarda compartilhada busca favorecer o equilíbrio dos papéis parentais. Contudo, a dinâmica conflituosa do divórcio pode dificultar o exercício da responsabilização parental de forma conjunta. A partir disso, este estudo objetivou compreender a experiência da coparentalidade de pais separados que possuíam a guarda compartilhada do(s) filho(s), por meio de um estudo de casos coletivos com três duplas parentais residentes no interior do Rio Grande do Sul. Os dados obtidos por meio de um questionário sociodemográfico e de uma entrevista semiestruturada foram submetidos à Análise de Conteúdo. Mesmo no caso em que a coparentalidade foi exercida satisfatoriamente no casamento, quando a relação do casal começou a apresent ar conflitos, isso se perpetuou no pós-divórcio e influenciou a relação coparental. Entende-se que aspectos que permeiam a relação conjugal e a coparental são influenciados mutuamente e que a forma como os pais exercem a coparentalidade relaciona-se com o conhecimento e a informação que possuem sobre o assunto. Considera-se que o investimento em programas de intervenções, mediação familiar e psicoterapia podem auxiliar na melhoria do exercício coparental no pós-divórcio.
O envolvimento com o bullying escolar pode relacionar-se ao amplo contexto desenvolvimental do indivíduo, incluindo a família. Esta revisão sistemática objetivou identificar a produção científica nacional e internacional entre 2015 e 2019 sobre a relação entre bullying escolar e família. Os artigos foram coletados nas bases de dados LILACS, PubMed, PsycInfo e ERIC, a partir dos descritores “bullying AND família”, nos idiomas português, inglês e espanhol. Foram analisados 48 artigos empíricos. Eles foram apresentados quanto à forma de relação entre família e bullying e situados como fatores de proteção ou risco aos escolares. Os resultados foram submetidos à análise temática, embasada na teoria sistêmica bioecológica. Identifi cou-se que o contexto familiar tem sido associado ao envolvimento em situações de bullying escolar, enquanto fator de proteção, mas principalmente de risco para a prática ou vitimização por bullying. Esta revisão auxilia na interpretação desta relação, indicando lacunas e possibilidades para pesquisas futuras.
Concepções sociais negativas historicamente construídas circundam o contexto de crianças e adolescentes institucionalizados, apesar dos avanços na legislação brasileira de proteção destes sujeitos. Este trabalho apresenta uma perspectiva histórica sobre a proteção à infância e adolescência em situação de acolhimento no Brasil. Então, estudos empíricos realizados no contexto brasileiro são discutidos, a fim de evidenciar as imagens sociais atribuídas aos adolescentes acolhidos. A constatação de fatores de risco aos adolescentes acolhidos, nos níveis individual, social e emocional, possibilita identificar imagens sociais predominantemente negativas. Aponta-se à necessidade de aproximação entre a legislação e a realidade desses adolescentes, além de fomentar estudos que indiquem diretrizes para melhorias nas instituições, qualificação dos profissionais e que auxiliem a desmistificar ideias pré-concebidas endereçadas ao público.
As famílias monoparentais femininas compõem, juntamente com as demais configurações familiares, a pluralidade dos arranjos familiares no Brasil. Estas têm sido associadas frequentemente às situações de pobreza ou vulnerabilidade social, em que a mulher, responsável pelo sustento do lar e cuidado dos filhos na ausência do cônjuge, vivencia sobrecarga de funções, dentre outras adversidades. Discursos contemporâneos apontam para a relevância da participação paterna na vida dos filhos. Assim, este estudo qualitativo e exploratório objetivou conhecer os significados atribuídos à paternidade na visão de mulheres responsáveis por famílias monoparentais femininas vivendo em situação de vulnerabilidade social. Participaram 10 mães com filhos crianças que responderam a um questionário sociodemográfico e a uma entrevista semiestruturada. Os dados coletados foram transcritos e submetidos à análise de conteúdo. Identificou-se a percepção de protagonismo materno nas famílias, sendo a ausência paterna sentida no domínio financeiro e disciplinar. O afastamento paterno teve também implicações significativas ao relacionamento coparental, sendo raro o compartilhamento de tarefas entre as mães e os pais ou outras referências da família paterna. Apesar de pouco contarem com o pai das crianças, o distanciamento dos conflitos conjugais foi referido como tendo impactado positivamente o bem-estar de algumas famílias, demonstrando que a participação paterna deve ser pensada em níveis de qualidade e não apenas de presença ou ausência.
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